17

Lavinia estava sentada de frente para a penteadeira escovando seus longos cabelos. Lorenzo entra no quarto e assim que a vê fica admirando sua esposa, a forma delicada que ela passava a escova, sua respiração, sua pele alva e a roupa de dormir que a deixava muito sensual.

Lorenzo afrouxou a gravata e andou até ela, os olhares deles se cruzaram no reflexo do espelho.

- Desculpe não ter jantado em casa amor.

- Muito trabalho? -pergunta ela.

Lavinia continuou escovando os cabelos.

- Bastante... agora quero apenas matar a saudade que estava de você.

Lorenzo abraça Lavinia por trás, dando beijos em seu pescoço e ombro. O celular de Lavinia toca, interrompendo o momento do casal.

Lorenzo se afasta frustrado, mas os segundos seguintes ele começa a se despir decidindo tomar banho antes de dormir com sua esposa.

- Quem ligaria a essa hora? -diz ela.

Lavinia atende o celular, a voz que soa do outro lado a perturba.

- Filha sou eu... preciso conversar e...

- Como conseguiu meu número? Me deixe em paz!

Lavinia desliga. Lorenzo nota que a esposa ficou alterada e se agacha diante dela segurando em seu rosto.

- O que foi meu amor? Quem era?

No momento ela precisava digerir tudo que estava acontecendo. Então Lavinia abraça Lorenzo.

Angústia. Tristeza.

 Se misturam enquanto ela tenta canalizar as partes positivas da vida nos últimos dias. Ela tinha Lorenzo ao seu lado.

Lorenzo ficou em completo silêncio ao lado dela, Lavinia agradece mentalmente por ele saber que o que ela precisava no momento.

Lavinia respira fundo e antes que consiga explicar o celular começa a tocar, mas não tendo condições de falar com ninguém ela aperta o botão de desligar.

- Lavinia.... meu amor! O que houve?

- Eu acho que era minha mãe... a mulher que preferiu fugir com meu padrasto ao invés de cuidar da filha de doze anos. Eu não sei como ela conseguiu meu número.

- Vou averiguar isso meu amor. Me dê seu telefone que vou trocar o aparelho e o número.

Ela entregou o celular.

Chorou de alívio, quando colocou a cabeça no peito de Lorenzo e sentiu seus batimentos, sua respiração a acalma imediatamente.

Lorenzo deixou Lavinia adormecida na cama e então saiu do quarto com o aparelho celular da esposa nas mãos. Entregou ao segurança e deu ordens para rastrear o número que ligou para Lavinia.

Lorenzo volta ao quarto e Lavinia o vê.

- Lorenzo... -diz ela com a voz fraca, levanta o rosto banhado com lágrimas.

- Calma meu amor, estou aqui.

Ele a abraça.

- Ela me deixou sozinha em casa sem se importar se iria morrer de fome ou ficar doente, se alguém invadisse a casa, se eu sem querer ligasse o fogão e acontecer um acidente. Ela simplesmente foi embora... Que tipo de mãe faz isso?

- Ela não vai te fazer mal, isso eu prometo. Agora durma meu amor.

Colocou a cabeça dela em cima do seu peito, ela começa ressonar baixinho sentiu que ela adormeceu em seus braços.

"Escutar sua respiração me faz finalmente começar a respirar novamente como se sua respiração fosse a minha. Eu prometo que ninguém te fara sofrer minha Lavinia." Pensou ele.

Beija a testa da esposa.

****

O DIA DO CASAMENTO

Yan andava de um lado a outro no próprio quarto. Ansioso pelo casamento, faltando apenas alguns minutos para assinar os papéis.

No outro quarto, Úrsula ficou olhando-se no espelho. Respira.

Sussurra algo inaudível como se estivesse ensaiando algumas falas; Pega o buque de cima da cama e abre a porta do quarto.

Ao entrar na sala vê o pai de Yan a sua espera, bem ao lado Yah.

- Vamos! -fala

- Está Belíssima minha filha. -fala o pai de Yan.

- Obrigado.

- Não vai elogiar sua esposa Yan?

Ele a olha de relance demonstrando total indiferença. Úrsula empina o nariz.

- Está bonita... agora vamos.

Yan passa por ela, Úrsula sentiu uma pontada de tristeza, mas não demonstrou colocando o melhor sorriso no rosto.

O pai de Yan a conduziu para o carro.

Dentro do carro em silêncio, Yan ficou pensativo.

Não quero admitir em voz alta mais Úrsula está Belíssima, quando a vi entrar na sala tive que me controlar para não ficar admirando sua beleza. Meu desejo era pegá-la em meus braços e beijá-la intensamente. O beijo, recordo de seus lábios macios.

Depois de três divórcios como posso ainda acreditar que com ela será diferente?! Esse casamento não vai dar certo. Tentei várias vezes e nunca deu. O amo não existe!

Deve ser por isso que sou tão contrário a relacionamentos já tentei três vezes e quebrei a cara não cometerei esse erro novamente.

Chegamos ao local do casamento, saio do carro sem olhar para Úrsula.

Os seguranças me liberam depois de verificar o perímetro, entro com os seguranças em meu encalço seguido por meu pai e Úrsula. Lorenzo e Lavinia já estavam ali.

- Me leve para beber depois. -falo perto do ouvido do meu sobrinho.

Lorenzo ri discretamente.

- Se comporta Tio.

Úrsula também ficou pensativa.

Olhamos para nossas mãos unidas. O juiz declara que somos marido e mulher o primeiro a nos abraçar é o pai de Yan, depois os outros convidados. Vejo Lorenzo meio afastado e sei o porque, então desvio meu olhar de lá, quando viro vejo Yan me encarando com o rosto aborrecido, desvio meu olhar dele também.

Existe em cada um de nós aquele momento que paralisamos diante de uma situação.

Quando a última pessoa da fila terminou de fazer suas felicitações Yah agarra meu braço e sem delicadeza me leva para um local reservado.

- O que está fazendo?

- Eu? O que eu fiz? Ficou louco Yan?

O que ele pensa que é para falar comigo desse jeito? Eu não vou admitir que Yan me trate com grosseria.

- Estou me referindo a Lorenzo sua irresponsável, por que estava olhando para Lorenzo? Ele é casado está aqui com sua esposa. Eu deixei bem claro que você é minha Úrsula.

Sentimento de vergonha decepção se mesclam, como Yan pode me ofender desta maneira.

- Eu não fiz nada. Yan.

Não vou suportar estar casada com alguém que não me respeita o pior de tudo é aceitar uma atitude nesse nível.

- Não seja cínica Úrsula, eu vi você olhando para Lorenzo seu ex-amor.

- Eu olhei para ele me perguntando porque de estar afastado. Nada mais...

- Sei...

- Eu não tenho que te dar explicações, mal passou dois segundos de casados e já estamos brigando. O melhor é parar de falar -falo irritada.

- Você é minha esposa. Aceite isso. Não vou ser feito de tolo por uma garota mimada.

O silencio é a melhor resposta para o ignorante.

Não sou eu que estou errada, é ele por agir dessa forma. Chego ao andar mas Yan me detém.

- Me ouviu Úrsula?

Puxo meu braço, olho com desprezo para ele. Ficamos um tempo nos encarando.

Sinto eletricidade, conexão, algo mais que tem que permanecer o mais escondido possível. Afasto meus pensamentos ao balançar minha cabeça.

- Ao invés sentar-se e conversar como uma pessoa civilizada me arrasta para cá e diz coisas que me ofendem. Já entendi o que o senhor disse. Não preciso que fique repetindo algo que já percebi. Agora se me der licença vou voltar para a festa.

Enquanto ando de volta para a festa começo a racionalizar colocando na balança se vale todo esse desgaste emocional só hoje praticamente em nosso primeiro dia de casados já aconteceu tudo isso. Imagina anos...

****

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Comments

Maria Zelia

Maria Zelia

essa progenitora de Lavínia não merece o nme de mãe, abondonou a filha a própria sorte e agora que ajuda dela, ( então foi ela que estava observando eles na ilha onde eles estavam em lua de mel ) deve ter reconhecido que ele é um Patrovic e agora que dinheiro, vai encontrar a morte sua 🐍.

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