03

Lavinia ficou a esperar se alguém iria chamá-la para comer. Sentou na poltrona que fica de frente para a janela, aguardando por alguém.

Ela encostou a cabeça no encosto e ficou admirando a vista, nada parecia fora do normal ali, ela lentamente fechou os olhos, vencida pelo cansaço.

No sonho Lavinia sentiu uma mão acariciando o seu rosto, acreditando ser uma sensação passageira ela quis sentir mais e resmungou algo como "não para" e então sentiu a mão novamente alisando o seu rosto. Ela sorri.

Minutos depois sentiu alguém beijando-a, levemente Lavinia se inclina pra frente retribuindo o beijo e depois riu. Ao sentir novamente os lábios, agora mais intensos, ela abre os olhos, assustada e vê que tudo é real.

Empurrou Lorenzo e bruscamente levanta da poltrona.

— Quem te deu o direito de beijar-me?

Lorenzo ri. Lavinia fica furiosa.

— Eu não deixei que me beijasse... Não faça mais isso.

— Eu não tenho que pedir permissão Lavinia, você é minha.

Ela enruga a testa.

— Eu não sou nada. O senhor colocou essa ideia absurda na cabeça, mas eu não sou obrigada a concordar com as suas loucuras. Tenho uma vida, e prezo muito por minha liberdade.

Lavinia cruza os braços indignada.

Lorenzo não se deixa intimidar, gosta do gênio Lavinia, demonstrando que fez a escolha certa ao colocar seus olhos na garota.

— Esta tão bonita neste vestido.

— O quê?

Ela fica desconcertada diante da mudança de assunto dele. Lavinia olhou para Lorenzo e disse:

— Eu não sei o que pretende, mas quero deixar claro que não o amo. Não quero casar-me.

Lorenzo se aproxima dela.

— Não tem para onde fugir, sua vida fora daqui é vazia, não tem ninguém te esperando. Quem você pensou que deveria cuidar e zelar por você, te abandonou para fugir com o seu padrasto. E sua melhor amiga te vendeu para conseguir mais dinheiro para o namorado vagabundo. Saindo daqui para onde iria Lavinia? Não tem casa, não tem ninguém.

Lavinia ficou triste, realmente ela não tinha para onde fugir, nem um refúgio. Ela sentou na cama com a cabeça baixa.

Lorenzo levantou o queixo dela

— Levante a cabeça minha querida sua sorte mudou. Eu posso dar-te tudo o que muitos na sua vida só irão imaginar. Não fique triste, aceite-me como o seu amigo, companheiro e marido. Nunca vou deixar ninguém pisar em você Lavinia. Aceite que agora não está por baixo e sim por cima.

— Eu não consigo ver desta maneira Lorenzo.

Ele beija a testa dela.

— Mas vai ver bela, vai ver.

Ele segura a mão de Lavinia.

— Agora vamos comer.

Lavinia o seguiu até a sala onde o almoço seria servido. Assim que chegaram, ela viu que já tinha um homem sentado que levantou rápido ao vê-los entrando. Lorenzo fala ao homem.

— Diego, essa bela moça é a Lavinia minha noiva.

O rapaz estende a mão para ela.

— Prazer em te conhecer Lavinia e meus parabéns pelo futuro casamento, você foi a única que conseguiu domar essa fera.

Lorenzo resmunga e Diego ri. Lavinia fica sem jeito.

— Vamos comer que de boca cheia você fala menos asneiras. -diz Lorenzo.

Lorenzo puxa a cadeira para que Lavinia se sente. Ela amou esse gesto de cavalheirismo dele, era uma forma de cuidado. Lorenzo queria conquistar sua futura esposa e usaria as duas semanas para isso.

Lavinia, por outro lado estava muito receosa, se aceitasse a loucura do casamento estaria se colocando nas mãos do desconhecido. Para ela ele é um completo desconhecido. Ele já sabia tudo dela, mas ela nada sabia dele.

A comida estava ótima, mas Lavinia não conseguia aproveitar, os dois homens começaram uma conversa sobre trabalho e Lavinia ficou ali na mesa mexendo distraída no purê de batata com o garfo.

Diego faz um sinal com a cabeça para Lorenzo, ele olha para Lavinia a sua esquerda.

— Não gostou da comida querida? Posso pedir para o cozinheiro fazer outra coisa que goste.

Lavinia olha para Lorenzo.

— Eu gosto de purê, só estou sem fome.

— Ah.

— Posso voltar para o meu quarto? Não estou-me sentindo bem.

Lorenzo suspira.

— Pode ir querida!

Ele faz um sinal para a empregada ir com Lavinia.

— Com licença. Bom apetite para vocês.

Fala Lavinia. Depois saiu.

Lorenzo joga o guardanapo longe, empurra o prato para frente sem terminar sua refeição.

Diego fica analisando a cena.

— Eu não sei mais o que fazer para Lavinia me aceitar.

— Meu amigo. Sua persistência me comove... a garota passou por situações difíceis e você foi uma delas. De um tempo para ela raciocinar, acalmar os ânimos, aceitar que agora sua realidade é esta. Ela acabou de chegar e você já quer que ela o trate como se o conhecesse a vida inteira.

Lorenzo estala os dedos. Ele acabara de ter uma ideia.

— Você é um gênio Diego.

— Eu sou? É eu sou mesmo.

— Lavinia sente medo de mim porque ainda não me conhece. Eu posso demonstrar-lhe que eu falo serio na questão que irei cuidar dela. E contar a ela sobre mim.

Diego ri.

— Nem tudo poderá ser dito né meu amigo russo.

— Claro que não! Ela pode saber algumas coisas relevantes sobre a minha vida. Não necessariamente tudo que envolve os meus negócios.

— Comece levando-a para jantar fora. Que tal em Paris? Leve ela para jantar na torre e ver a vista da cidade a noite. Conte sobre a sua infância, cachorro e o seu avô. A garota vai se sentir mais participante da sua vida. Mulheres adoram um homem que compartilha suas coisas.

— Eu vou fazer isso. E aquele assunto resolveu?

— Tudo resolvido. -fala Diego, depois ele espeta o garfo na carne e leva a boca.

No apartamento antigo de Lavinia.

Bernardo e Bruna estavam amarrados na cadeira. Três homens quebram tudo do apartamento, TV, rádio, celulares, mobília, eletrodomésticos da cozinha... nada passou desapercebido.

Bernardo levou a pior sendo espancado com um taco de golf, as suas pernas foram quebradas, eu rosto estava totalmente ensanguentado. Bruna teve os cabelos raspados, com suas sobrancelhas. Ela também recebeu alguns, tapas.

— Só vão ficar vivos porque o chefe foi claro em dizer que deveríamos apenas os castigar. Se fosse outra sentença estariam mortos. Isso é um aviso, se tentarem vender alguma jovem de novo, vão perder a cabeça.

O homem saiu e foi seguido pelos outros dois. Nenhum deles soltou o casal da cadeira, Bruna e Bernardo se quiserem atendimento médico, teriam que sair por conta própria.

NA MANSÃO.

Lavinia estava no quarto deitada, abraçada ao travesseiro.

— Eu tenho que fugir. E vou buscar por alguma maneira de conseguir isso.

__________

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Comments

Maria Zelia

Maria Zelia

vai fugir e mora em baixo da ponte.

2024-10-13

0

Maria Zelia

Maria Zelia

ja estou torcendo que eles fiquem juntos e se apaixonem um pelo outro.

2024-10-13

0

Angela Rodrigues

Angela Rodrigues

fugir para onde?? não tem parentes,amiiga sô se for da onça Deus me livre de certas amizades 😡

2024-03-05

7

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