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Lavinia e Lorenzo regressaram para casa, o clima entre eles era de muito amor. Assim que o avião pousou, Lavinia sentiu um peso no ar, uma sensação de medo e angústia. Lorenzo apertou sua mão, ela olhou para ele e sorri, mas o sorriso era forçado.

- Aconteceu alguma coisa? -pergunta ele.

- Eu... tenho medo.

- Medo? Não estou entendendo amor.

Lorenzo fica de frente para Lavinia segurando no rosto dela.

- Fale para o seu marido o que tanto de aflige Lavinia. -diz Lorenzo.

Ela sustenta o olhar e diz:

- Seus negócios... tenho medo de algo acontecer a e eu te perder. Prometa para mim que tudo ficará bem! Confio nas suas palavras.

Ele abraçou Lavinia.

- Meu amor, agora mais do que nunca eu vou me cuidar. Deixarei de fazer alguns negócios arriscados, mantendo contato apenas com o que for necessário. Ninguém irá te fazer mal.

- Eu não falo de mim... e sim de você.

- Não ficarei longe de ti, minha vida. Te amo Lavinia.

- Também te amo.

Ao chegarem na residência, Lorenzo ficou sabendo da ideia do avô em casar seu tio Yan com Úrsula. Lorenzo ficou surpreso com a morte do pai de Úrsula no ataque e mais surpreso ainda com a solução do avô para o problema de território.

No escritório ele conversa pelo telefone com o avô.

- Meu tio aceitou a ideia?

- Seu tio tem que fazer o que é necessário para a nossa sobrevivência. Seu pai fez sacrifícios e você também, eu fiz na minha época com Yan não seria diferente.

- Quando vai ser o casamento?

- Amanhã.

- Amanhã? Já?

- Você ficou fora por três semanas, neste tempo estávamos agilizando tudo. Quero que esteja presente na cerimônia, será no salão principal do hotel Patroni. Será uma boa ocasião para sua esposa estar no meio das outras famílias, ela terá que se habituar com nossos eventos.

- Lavinia sabe de suas obrigações ao meu lado. Cheguei a conclusão que não vou mais correr riscos desnecessários... quero fazer tudo dentro da legalidade. -diz Lorenzo.

Os Patroni eram temidos em muitas cidades, mas a ideia de Lorenzo era continuar seu mandato, mas agindo de una forma menos violenta. Havia muitas guerras entre as máfias, ele sabia que não seria fácil, principalmente sabendo que sua vida corria constantemente perigo por ter tanto dinheiro e influência.

- Vamos continuar sendo a família influente que sempre fomos avô. -diz ele explicando.

- Como queira! Contanto que continue fazendo um bom trabalho e garanta nossa sobrevivência podemos fazer algumas concessões. -fala o avô.

- De acordo.

Lorenzo conversou mais um pouco com o avô e depois ligou para o Tio.

- Já fiquei sabendo das boas novas. Parabéns Tio Yan.

Fala Lorenzo alegremente sabendo que Yan deveria estar surtando.

- Não brinca assim comigo garoto... pode ser o chefe dos Patroni, mas ainda sou seu tio.

- Finalmente alguém vai tirar a Úrsula do meu pé. Ela tinha aquela ideia fixa na cabeça que um dia iríamos nos casar.

- Ela não tem culpa. Úrsula foi criada para isso, sua família a fez acreditar que ela iria se casar com você desde pequena. No final eu acabei levando a pior... logo eu que acreditei que depois de tantos divórcios nunca mais iria me casar.

Yan bufa.

- Agora meu avô se meteu no assunto e não terá como fugir dessa responsabilidade. Em outras palavras; Está fora dos seus planos se divorciar dela ou verá meu avô bravo e querendo arrancar sua cabeça, e não falo da cabeça de cima.

- Eu sei...

- Como está sua convivência com Úrsula?

- Nada amistosa! Mas posso ignorar. -diz ele.

- Tente ser paciente... afinal terão que conviver como marido e mulher. Conquiste sua esposa, assim como fiz com Lavinia -fala Lorenzo.

- Pra você é fácil... você a ama.

- E quem disse que você também não pode amar Úrsula.

- Hahahah! Agora você foi longe demais.

- Pode acontecer tio Yan.

- Não comigo. Posso até sentir desejo, mas não amor, nunca amor.

- Só o tempo dirá.

Yan ignora o alerta de Lorenzo, muda de assunto falando sobre trabalho.

***

Úrsula experimenta o vestido de noiva. Deixou para resolver de última hora a questão do vestido. Depois de horas na loja, finalmente conseguiu escolher um.

Chegou em casa depois das seis da tarde e antes que pudesse subir para o quarto foi parada no início do degrau.

- Demorou na rua. -fala Yan.

Úrsula se vira.

Úrsula desde o beijo, evitou esbarrar com Yan.

- Estava a onde seus seguranças informaram. Por que eles são minha sombra, devem passar um relatório completo de onde vou e estou.

- Eles me dizem tudo.

Úrsula e ele ficaram se encarando. Ela lembrou do beijo, controla sua respiração.

Os olhos dele não desviam em nenhum momento de Úrsula. Observou seu rosto, como ela era linda. Os cílios são grandes e espessos, quando ela começa pisca os olhos os vê tremer um pouco. Próximo ao rosto dela Yan nota os olhos grandes, uma cor que grita vida e indecifráveis.

- Então essa conversa é totalmente desnecessária. Com licença! -diz ela se virando.

Yan a provoca ficando na sua frente, impedindo que ela siga seu caminho. Quando ele cria coragem para tocar no rosto dela, Úrsula se afasta.

- Não pode fugir para sempre Úrsula. -diz ele.

- Quem está fugindo Yan? -ri em deboche.

Úrsula da alguns passos para trás.

Colocando a máscara de indiferença ao olhar para ela, Yan fala:

- Não quero que fique muito exposta na rua, terá horário para sair e voltar. E como a partir de amanhã dormirá no mesmo quarto que eu.

Úrsula cruzou os braços.

- Não vai me controlar Yan. Já não basta sair com quase vinte homens no meu encalço, agora quer ditar meus horários?! Nunca! E sobre dormir no mesmo quarto, tire essa ideia absurda da cabeça... posso ter aceitado esse casamento sem resistência, mas não vou me sujeitar aos seus caprichos de macho.

Úrsula vira para sair. De costas para ele, ela o escuta dizer.

- Não tem outra opção Úrsula, sabe como funciona o casamento no nosso meio... Nossa única relação se é assim que podemos chamar será troca de prazer quando for conveniente... Tire a ideia romântica da cabeça, seu sonho dourado de infância acabou, agora terá a mim como marido.

Úrsula aperta a mão com raiva. Sem dizer nada ou olhar para trás, ela anda para longe dele. Chegando no quarto, Úrsula senta na cama e a mulher forte some, dando lugar a uma vulnerável Úrsula. Lágrimas rolam do rosto de Úrsula.

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