Eu e Emilly somos amigas desde a adolescência. Nossa amizade era tão sincera e forte que poderia ser comparada a um relacionamento entre irmãs. Era assim que nos considerávamos, irmãs de alma.
— Aí amiga, eu estou rindo, mas sinto muito por você!
— Não sei se quero continuar trabalhando lá, Emilly. — Nesse momento ela brecou o carro. Precisei me segurar para não bater contra o vidro. Olhei assustada para os lados, buscando o motivo daquela brecada.
— O que você acabou de falar? Como assim, você pretende sair? Lisa, você batalhou horrores para conseguir aquela vaga, e quer sair porque simplesmente puxaram teu tapete?
— O que você quer que eu faça, Emilly? Continue lá como se nada tivesse acontecido? Olhando para aquele idiota e sorrindo? Não consigo ser falsa a esse ponto.
— Você não pode desistir de fazer o que ama por isso, amiga. Não é justo! Sabe aquele ditado que diz: se a vida te deu limões, faça deles uma limonada? Aplique isso na sua vida! Você não precisa ficar rindo para aquele escroto, Lisa, você só precisa fazer muito bem seu trabalho. Da mesma forma que você brilhou dessa vez, outras oportunidades aparecerão, e as pessoas certas vão conseguir enxergar isso. Você não tem que desistir. — Minha amiga falou me encarando.
— Eu sei que você está certa, Emilly, talvez só esteja me sentindo impotente, mas vou arrumar uma forma de fazer aquece escroto se arrepender do que fez. Agora dê partida nesse carro e vamos embora curtir.
Minha amiga então voltou a dirigir e após mais alguns minutos parou em frente a uma boate. Olhei para ela sem acreditar. Como aquela louca me traz a uma boate com as roupas que estava vestida? Olhei para ela já negando com a cabeça. Nem me arrastando eu desceria do carro e entraria naquele lugar.
— Florzinha, viemos aqui aproveitar a noite entre amigas, não se exibi para ninguém. Então sua roupa é o que menos importa. Outra coisa, até se você estivesse vestida com um saco de batata, você ainda continuaria linda, então deixe de charme.
Só a Emilly mesmo para achar aquilo de mim. Ela estava certa, se a intenção era aproveitar a noite, então minha roupa era o que menos importava ali. Entramos e fomos até o bar, logo de cara a Emilly pediu dois kamikazes. Essa garota queria que eu ficasse bêbada rapidinha. Assim que o barman nos entregou a bebida de cor azul, brindamos e bebemos. Logo depois ela pediu a cerveja habitual dela e eu fui na minha caipirosca. Ela me chamou para a pista de dança. Após algumas músicas, ela voltou para o bar e eu fui até o banheiro. Enquanto estava na fila esperando, resolvi pegar o celular para dar uma olhada. Descobrir que no grupo do WhatsApp da empresa haviam várias imagens daquele evento e do idiota do meu chefe.
— Só pode ser um cretino mesmo...
— Quem? Eu? — Olhei para o homem de terno na minha frente e me dei conta que havia dito aquilo em voz alta, isso me deixou envergonhada.
— De forma nenhuma! — Apontei para meu celular que já estava apagado. — Meu chefe idiota que roubou um trabalho meu. — Olhei para aquele homem lindo na minha frente.
— Deve ser um idiota mesmo, e mais alguns outros adjetivos que ficaria feio dizer na sua frente. Melhor que ele tivesse roubado um beijo, talvez seria perdoável por você ser linda.
— Eu teria processado ele por assédio e ainda teria roubado o lugar dele, na empresa. — Falei achando graça daquele comentário.
— Seria bem-merecido! — Ele também ficou rindo. Chegou então a minha vez de entrar no banheiro e disse adeus para aquele homem.
Quando sair do banheiro, fui direto para o bar, mas logo a louca da minha amiga me puxou para a pista de dança. Enquanto dançava alguém segurou em minha cintura e colou o corpo em mim, aquilo incentivou mais meu rebolado. Olhei por cima do ombro e percebi ser o mesmo cara do banheiro, aquilo me fez sorrir, mas continuei minha ao som da música. Assim que ela finalizou, girei meu corpo e fiquei de frente para aquele cara, que já havia retirado o blazer e as mangas de sua camisa estavam dobradas até o antebraço.
— Poderia pensar que você está me seguindo. — Falei erguendo a sobrancelha.
— Quem disse que não estou? Você é linda demais para perder de vista. — Aquilo me fez dar uma gargalhada, e neguei com a cabeça. — Aposto com você que qualquer cara dali de cima, — Ele apontou para a área VIP. — Queria ter a oportunidade de ficar com você. Falando nisso, me chamo Erick.
— Prazer, Erick! — Simplesmente falei com um sorriso no rosto, me encaminhando para o bar.
— Nesse momento, o certo não seria você também dizer seu nome? — Ele perguntou me seguindo.
— Depende Erick. Se eu tivesse aqui para curtir com um cara lindo feito você, sim, mas infelizmente estou numa noite de meninas, então nada de meninos. — Falei rindo.
— Isso quer dizer que estou sendo trocado por outras mulheres? — Ele perguntou fazendo cara de cachorrinho largado na mudança.
— Não precisa ficar com essa carinha, não é por outras mulheres, é por uma amiga, mas vou te agradecer pela dança.
Me aproximei dele que me encarava e colei nossos lábios num beijo digno do Oscar. Uma de sua mão segurou minha nuca, enquanto a outra segurou meu quadril me puxando mais para si. Sua língua percorreu minha boca numa dança envolvente com a minha. Quando nos separamos nos encaramos e tinha que admitir existir química ali. Meu corpo inteiro estava acesso, e ambos estávamos ofegantes.
— Obrigada pela dança, Erick, mas agora preciso voltar para minha amiga. — Falei apontando para o bar e ele apenas confirmou sem fala, mas continuou a me observar. Quando cheguei no bar que olhei para trás não o vi mais.
— Que demora! Pensei que você tivesse fugido pelo fundo da boate. — Emilly disse.
— Estava batendo um papinho com o cara lindíssimo que dançou comigo.
— Onde ele está, que não te acompanhou até aqui? — Ela perguntou rindo.
— Noite das meninas, lembra? — Ergui a sobrancelha para minha amiga.
— Só por isso, você vai ser perdoada! — Então ela me abraçou.
Enquanto bebia ali no bar com a Emilly, vez ou outra me lembrava daquele beijo trocado. Aquele tal do Erick tinha realmente pegada e meu corpo inteiro acendeu por ele. Talvez eu estivesse muito tempo sem sexo e por conta daquilo meu corpo havia respondido daquela maneira. Isso me faz lembrar do escroto do meu chefe, porque foi devido aquele projeto que passei tanto tempo, reclusa em meu apartamento. Por sermos mulheres, alguns homens acreditavam poderem passar por cima de nós e tudo bem, e por mais inacreditável que pareça, isso muitas vezes era tratado como algo normal.
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Atualizado até capítulo 20
Comments
Ana Paula Nunes
amei esse cap😘😘😘😘😘😘
2023-10-06
2
Maria Silva
muito bom, mostra para vc que tem que se valorizar e seguir +++++
2023-08-27
1
Mo
Exato.
2023-08-27
1