Capítulo 11

Na sala de aula, Fabiana ainda se lembra do seu comportamento embaraçoso. Ela se sente culpada por provocar o marido, mas se não for travessa, não é divertido. Além disso, agora ela tem que viver com um homem frio e insosso. Na verdade, ela ainda não aceita esse casamento, mas o arroz já está estragado e não pode mais ser comido. Então ela aceita o destino, mesmo sem saber para onde seu casamento vai levar. Ela ainda não teve uma conversa séria com o Miguel sobre o relacionamento deles.

— Por que você está tão pensativa? Sentindo falta do Thiago? — provoca Rita.

— Sentindo falta da sua avó! — responde Fabiana aleatoriamente.

— Você trocou as ferraduras ontem à noite? — pergunta Rita novamente.

— Rita, não me irrite ainda mais! — Fabiana disse irritada.

— Além disso, minha avó já faleceu há muito tempo, nem a conheci, mas sinto falta dela. Talvez você  sonhou com a sua e ficou triste. — Explicou Rita sem fundamento algum.

Fabiana não responde, ela apenas olha para o chão e opta por jogar jogos online antes que o sinal toque.

— Ei, cadê o João? Será que está atrasado? — pergunta Rita surpresa, porque não é comum o João se atrasar.

— Quando eu saí, ele ainda estava tomando banho, ele  é  muito  demorado, a mãe dele sempre reclama. Todos sempre já estão comendo e ele ainda no banho. — responde Fabiana sem pensar.

— Como você sabe? — perguntam seus amigos ao mesmo tempo.

Fabiana para de mexer freneticamente o dedo na tela do celular. Ela esqueceu que seus dois amigos não sabem que ela agora mora com João. Fabiana olha para os dois com um olhar triste e coloca o celular na mesa.

— Eu e João... Eu e João...

— Por que você não responde logo? Você é namorada do Thiago, como de repente descobre que o João toma banho demorado e é repreendido pela mãe dele? — pergunta Rita, curiosa, fechando os olhos, suspeitando que há um segredo que ainda não foi revelado.

— Sim, sim, você é muito insistente! Eu e...

— Oi... oi... oi... Com certeza estavam falando de mim, não é? Vejam só, ficaram quietos de repente, com certeza estavam falando de mim. — João aparece de repente e interrompe a fala de Fabiana. A garota suspira aliviada e sorri ao ver João sentado ao lado de  Fabiana.

— Demorou! Onde você estava? — pergunta Rita.

— Tive alguns assuntos para resolver, precisei fazer o pagamento da mensalidade antes. — João tira um cartão do bolso da calça e entrega secretamente a Fabiana.

Fabiana franze a testa quando a mão de João está em cima da sua perna. Por reflexo, ela bate na mão de João, fazendo o cartão cair. João segura o desconforto em sua mão para que seus amigos não suspeitem.

— Dói! — diz João  quase que em silêncio, mas com olhos furiosos olhando para Fabiana.

— Não seja sem noção! Agora eu sou sua cunhada! — Sussurra Fabiana, com olhos tão arregalados quanto os dele. Ela não percebe que o cartão que João segurava caiu no chão.

— Caiu, Fabiana! — diz João em voz baixa e com raiva. A cunhada e amiga dele pode ser um pouco irritante às vezes.

— Como pode cair sendo batido? — pergunta Fabiana com inocência.

— É o cartão que caiu! — diz João pegando o cartão que está no chão e colocando de volta sobre a saia de Fabiana de forma rude.

Fabiana pega o cartão, ela vê o nome de Miguel lá. Sem pensar muito, Fabiana coloca o cartão no bolso do uniforme e digita algo no celular e envia para João. Fabiana sorri ao receber uma resposta rápida de João e depois se concentra em estudar porque a professora chegou.

— Obrigada pela sua atenção, meu querido marido, mas não há uma máquina de cartão na cantina. Então eu preciso de dinheiro em espécie, ou não conseguirei comprar nada. Beijos de sua amada esposa, Fabiana. — Miguel lê a mensagem curta enviada por Fabiana, balança a cabeça e continua caminhando em direção à sala dos professores. Ao chegar lá, Miguel coloca os livros na mesa e vai para a cantina pois já está na hora do intervalo.

— Também vai à cantina? —pergunta o senhor Rangel, professor de religião.

— Sim, vamos juntos! Eu quero tomar um café — diz Miguel, e os dois vão para a cantina e pedem café.

— O senhor não vai almoçar?

— Comi muito no café da manhã. — Miguel sorveu o café que chegou à sua mesa. Ele se sentiu aliviado depois de ensinar e lidar com várias atitudes dos seus alunos. Sem querer, Miguel notou Fabiana que estava comendo com avidez. Ele sorriu levemente ao ver a boca de Fabiana toda suja de molho, mas logo depois um jovem que ele sabia ser o namorado da sua esposa chegou, passou a mão na cabeça da garota e sentou ao lado de Fabiana.

— Deve estar com inveja deles. Eles são um casal tão fofo, são muito românticos, né? Nós, professores, estamos perdendo, nem nos casamos ainda.— Miguel não respondeu, terminou seu café e decidiu sair dali imediatamente.

— Vou indo, rangel. Eu pago sua refeição também.

— Não precisa se preocupar. Eu pago. — disse o senhor Rangel desconfortavelmente.

— Não tem problema, senhor. Outra hora você paga a minha. — Miguel logo se dirigiu para pagar pelo café e pela comida que o senhor Rangel comeu. Ele tirou uma nota de cinquenta da sua carteira, pois era a única que tinha, já que ele não teve tempo de ir ao caixa eletrônico, e o restante seria usado para comprar gasolina.

— Quanto é, senhora? O café e a comida do senhor Rangel?

— No total, dá quarenta e cinco. — respondeu a senhora Vilma com gentileza.

Miguel franziu a testa, não era possível que uma refeição na cantina chegasse a trinta reais.Enquanto ele gastava menos de vinte na outra universidade que trabalhava.

— Nossa, tudo isso?.O senhor Rangel só comeu um risoto. Talvez a senhora tenha se enganado na conta.

— Está correto, senhor, porque inclui também a comida daquela moça bonita — apontou a senhora Vilma na direção e Miguel pôde ver Fabiana sorrindo maliciosamente, piscando um olho.

Miguel suspirou pesadamente e entregou o dinheiro sem esperar o troco. Ele se afastou rapidamente, mas a senhora o chamou.

— Espere, senhor! Seu troco... — A senhora  estendeu o troco, mas Miguel educadamente recusou.

— Não é preciso, senhora. Fique com o troco, ou talvez aquela moça bonita que a senhora mencionou queira comprar outra bebida. A senhora pode ficar com o dinheiro do troco! — Não adiantaria pegar aquele troco, não seria suficiente para comprar gasolina. Melhor aceitar a situação.

— Tudo bem, senhor. Obrigada... — Miguel sorriu e saiu dali, coincidentemente encontrando o senhor Rangel que já havia terminado de comer.

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