Capítulo 12

Chego no espaço com o corpo ainda dolorido, Lucas me deu uns sacode sabe Deus por qual razão, felizmente mais leve que os últimos, me alegro ao ver que Jaddy está de volta, se eu pudesse escolher ela nunca iria para outras cidades.

— Voltei, agora senta aqui e me conta todos os babados, sei que rolou muita água aqui — Jaddy fala puxando uma cadeira e olhando para o relógio na parede da copa— ainda temos um tempinho até começar os atendimentos.

Como sei que não conseguirei fugir dessa fofoca atualizo-a sobre tudo que aconteceu e deixo claro a falta que ela faz quando está longe, só não falo sobre as violências do Lucas que se tornaram frequentes e mais intensas, não quero ouvir julgamentos, não hoje e não agora.

— Mas conta para gente, rolou ou não? — Vivi pergunta animada querendo saber se transei com Pedro.

— Não, eu não transei com ele, se é isso que as minhas fofoqueiras favoritas estão querendo saber! — Corto a esperança delas.

— Se toca Luna, vai deixar o boy cansar do seu joguinho? — Jaddy pergunta em um tom sério.

— Não tem joguinho, eu só não quero abrir mão do meu casamento e do meu marido, não deveria ter ocorrido nem o beijo. — Falo impaciente, não quero falar disso.

— Deixa ela, já cansei de tentar explicar, mas ela não entende o que o Lucas tá fazendo com ela. — Vivi fala se levantando e guardando as coisas no armário, já está quase na hora de começar.

— Não, eu não deixo não! Já que começamos eu vou falar... Thamires, acorda filha, você não precisa largar o seu marido e nem abrir mão do seu casamento, você só precisa pensar em você, fazer seu pé de meia, garantir o seu futuro, o dos seus filhos, ou você acha que o Lucas está fazendo isso? Você realmente acha que ele se importa com esse amor que você acha que sente, mas que não passa de dependência emocional... mulher você é linda, é jovem e não precisa estar aqui, todo mundo sabe que aquele traste te forçou a estar aqui, todo mundo vê que seu brilho está sumindo um pouco mais a cada dia, todas aqui sabem que ele vive te traindo e você sabe que está, mesmo se fosse a mais sonsa do mundo você já teria visto e eu sei que de sonsa você não tem nem a cara. — Jaddy praticamente grita e explode batendo na mesa.

— Jaddy... — Começo a falar, mas ela me impede.

— Eu ainda não terminei! Luna, o Lucas te bate, não respeita os seus filhos, você o sua casa, até quando vai aceitar migalhas? Sabe o que é pior? Deus colocou um homem incrível nos seus caminhos, um homem que está tentando melhorar sua vida sem te pedir nada em troca e o que você está fazendo? Isso mesmo, fechando a porta na cara dele todas as vezes que ele tenta melhorar algo para você...

— Jaddy, você tem paciente agora. — Vivi interrompe.

— Já estou indo! Se quiser ficar brava, fique! Eu só estou preocupada com você, estou vendo o dia em que não virá trabalhar porque aquele marginal te bateu até tirar sua vida e você sabe que cada dia está pior.

Ela para de falar e vira as costas, Vivi também vai para a recepção e eu fico só na copa, as palavras de Jaddy foram mais pesadas do que eu poderia esperar, e embora ela esteja certa em quase tudo eu não vou desistir agora.

Eu amo Lucas, e por amar ele verdadeiramente eu acredito que devo suportar, pois o amor transforma e faz milagres, Lucas ainda voltará a ser o homem que eu conheci e teremos nossa família completa e feliz novamente.

— Luna, vai se arrumar, paciente chega em quinze minutos! — Vivi chama da porta.

Visto uma lingerie preta em renda e cetim, coloco um Robby em transparência bem sexy, eu nunca me imaginei usando algo assim, o cliente é novo, primeira vez na casa, preciso me dedicar para fidelizar.

O atendimento corre normal, faço as massagens conforme manda o figurino, mas em um dado momento ele me interrompe e me olha meio sem jeito.

— Quero um agrado, você pode fazer? Te pago um extra! — Ele diz bem acanhado.

— Não faço extra, isso foi explicado quando te pediram para escolher a terapeuta. — respondo séria.

— Não é esse tipo de extra— Ele fala e eu me sinto confusa, apenas o olho esperando uma explicação— o que vou pedir, é apenas se quiser fazer, tá ? — Ele pergunta e eu confirmo em um gesto. — Você pode me comer? Eu sei que há os brinquedinhos próprios, a moça falou...

Tive que segurar muito o riso que se formou, entendi exatamente o que ele estava falando, pego a bandeja de próteses e mostro para ele para que escolha o que melhor o atende.

Que dia é esse meus senhores, primeiro uma lavada na cara, agora vou "comer" um cliente, o mais cômico é que o bonito escolheu um que é maior que o padrão normal.

Mesmo que ele não pagasse, esse extra é incluso no atendimento, mas ainda bem que ele vai deixar uma gorjeta porque ninguém merece viu.

Felizmente esse assunto é a pauta do resto do dia, todas as vezes que me lembro dos gemidos, caras e bocas que aquele homem fez eu começo a rir.

— Quase dois metros de muita frescura! — Jaddy fala rindo.

— Tão bonito, mal posso acreditar! — Vivi complementa.

— Vocês riem, mas eu quis chorar, viu? — Falo e dou uma boa gargalhada.

No fim do dia, Lucas não apareceu para me buscar, confesso que isso é muito estranho, mas dou graças a Deus, passo na casa da minha mãe para ver ela e as crianças e no começo da noite vou embora.

— Estava onde vagabunda? — Lucas pergunta assim que coloco os pés para dentro de casa.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***