Capítulo 11

Estou sentada conversando com Vivi, Jaddy está viajando para atender em outra filial, quem está no lugar dela é Ana, não tenho nada contra, mas ela não me transpira confiança.

— Seu paciente está a caminho, Ana! — Vivi avisa, assim que ela passa para a copa, já pronta para o atendimento.

— Certo, vou apenas beber uma água! — Ela responde.

Não demorou até que o paciente parasse na porta, Ana correu para atendê-lo, olhei de relance para ver se conhecia, mas foi muito pior do que pude imaginar.

— Pedro! — A surpresa saiu quase inaudível.

Ele cumprimentou Vivi e acompanha a terapeuta, ele ignorou completamente a minha presença, fico incrédula, Ana me lança um olhar de deboche e nesse momento eu consigo odiá-la.

— Luna, ele não quis ser atendido por você, eu tentei, mas entenda que você está se desfazendo dele. — Vivi fala me olhando com carinho.

— Tudo bem! — Respondo visivelmente chateada.

Saio da recepção e me deito no quarto, tento me convencer de que está tudo bem e que ele é apenas um cliente, que não devo me importar, mas sinto exatamente o contrário, na realidade estou me mordendo de ciúme, juro que se pudesse entrava lá e arrancava aquela garota de cima dele.

— Se controla, Thamires. Se controla! — Desabafo em voz alta.

Felizmente meu tempo ocioso é curto, a agenda é apertada por todo expediente, não me sobrou oportunidade para pensar no Pedro e nem precisei conviver com a cara lavada da Ana.

As duas semanas de Ana no espaço é uma repetição de situações que me irritam, principalmente os comentários envolvendo Pedro, parece que ela faz de propósito, mas graças a Deus hoje é o último dia dela aqui e espero que seu retorno seja para daqui a nunca mais.

Trabalho feito uma louca, mal consigo respirar entre um paciente e outro, meu corpo está gritando pelo fim do expediente, já não aguento mais.

— Luna, preciso que você fique para o horário noturno, um cliente reservou horário duplo e pagou dobrado também, a Samantha disse que vai conversar com seu marido, tudo bem? — Vivi pergunta, mesmo sabendo que não poderei recusar se Lucas estiver de acordo.

— Vê aí o que Lucas vai dizer sobre isso! — Respondo chateada — Quem é o cliente? — Pergunto sem real interesse.

— Pedro! — Vivi fala e olha para Ana que se levanta jogando a almofada no chão e saindo da recepção.

— O que deu nela? — Pergunto confusa.

A realidade é que Ana acreditou estar caindo nas graças de Pedro, mas aí ver o que ele está fazendo se deu conta de que foi apenas "um peão" no tabuleiro, não só por ele ou por mim, mas hoje vou dar o meu melhor para mostrar para essa aguada que eu sou superior.

— Vê se não vai atirar no próprio pé novamente, pensa em você, pensa no que pode te fazer bem! — Vivi fala enquanto arruma suas coisas para ir embora, ficaremos só eu e Ana até o fim da noite.

— Entendido "profe", darei o meu melhor hoje! — Digo com um toque de ironia.

Ana fica me olhando de cara feia, mas não diz nada, infelizmente ela não tem nenhum paciente agora e o Pedro ainda demora um pouco.

— Seu marido sabe? — Ana pergunta provocativa.

— Que estou trabalhando? Se tem uma pessoa que sabe, esse alguém é ele, pode acreditar! — Respondo firme.

— Estou falando do seu caso com Pedro. — Ela fala parando em minha frente e cruzando os braços.

— Pode sonhar querida, eu amo meu marido e não o trairia por nada e nem ninguém, Lucas sabe disso e confia na mulher que tem. — respondo desviando dela e abrindo a geladeira.

— Será que confia mesmo? Esses roxos no seu corpo dizem outra coisa! — Ouço essas palavras que me tiram completamente de órbita.

Avanço contra Ana, seguro em seu pescoço e a prendo contra a parede, as vezes desconheço minha força, olho em seus olhos com ira.

— Cuida da sua vida, eu não tenho problema algum em te esfolar aqui mesmo. Solta o meu nome e o da minha família, tome isso como um aviso, mais uma gracinha e não respondo por mim. — Falo entre dentes e a solto.

Felizmente Pedro chega, corro para atendê-lo, é muito bom poder tocar seu rosto e sentir esse perfume inebriante que exala de seu corpo. Animada eu o guio até o quarto, ele está com algumas sacolas, deduzo que sejam presentes, mas não pergunto.

— Senti sua falta! — Digo sem rodeios.

— Eu também, tentei lhe dar espaço,.mas não consegui, tem algo em mim que é mais forte e me faz te procurar a todo instante. — Ele diz e me abraça, pousando suas mãos em minha cintura e me olhando nos olhos.

— Pedro! — Falo em um sussurro.

Ele me olha com carinho e sem que eu saiba explicar como, ou porquê, mas simplesmente o beijo, o melhor beijo da minha vida, carregado de boas energias e de paixão.

Me entrego ao desejo que venho sentindo por esses lábios e viajo no momento até que a ficha cai e eu me dou conta do que estou fazendo, afasto-me e o olho assustada.

— Desculpa, não deveria ter feito isso! — Digo completamente desconcertada.

— Não precisa se desculpar, eu amei e pode fazer sempre que quiser! — Ele diz se aproximando, mas eu recuo colocando a mão na boca.

Pedro me olha com carinho e confusão, mas não diz nada, apenas pega a toalha e entra para o banheiro, enquanto isso tento me concentrar e organizar os itens do atendimento.

Faço a massagem nele, e aplico meu melhor, uso todas as técnicas que aprendi com Jaddy, tenho certeza que nunca havia feito outra assim desde que entrei aqui.

—Como sempre você foi perfeita, obrigado! — Ele diz se levantando para se vestir.

Sorrio com o elogio, ainda há bastante tempo até o fim do atendimento, se está se vestindo certamente não quer outra massagem.

— Trouxe novos presentes, espero que não rejeite! — Pedro fala com carinho.

Abro a embalagem e é uma linda pulseira em ouro branco, meu Deus! Eu não tenho sequer onde usar peças tão caras quanto as que ele tenta me dar.

— Pedro, eu não posso aceitar! Não é que não gostei, mas são caras e meu marido pode achar que tem algo errado. — Justifico.

— Não precisa dele saber, eu sei que um dia você vai precisar delas para construir a sua vida, aceita e guarda, não por mim, mas por seus filhos. — Ele fala e eu engulo seco, ele tem razão, infelizmente ele tem razão.

Ficamos conversando até dar o horário, me despeço com outro beijo tão bom quanto o primeiro, peço que ele leve a jóia e que me dê quando eu tiver onde guardar, mas que aceitaria sim o presente.

Pensando com atenção, ele tem razão e eu preciso construir uma reserva de emergência sem que Lucas consuma, ele não me deixa sequer receber o meu salário.

Quando termino de arrumar tudo para ir embora, Lucas já está me esperando, para o meu completo ódio em uma conversa animada com Ana.

— Boa noite, Luna! Foi muito bom os dias aqui com você, espero que ainda esteja por aqui quando eu retornar. — Ela diz se despedindo, mas olho com desdém e saio sem falar nada— Até mais querida!

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***