Capítulo 08

Boa coisa não posso esperar, Lucas anda cada dia pior e mais agressivo, preciso pisar em ovos com ele para não ser espancada até desmaiar.

Me arrumo e faço exatamente o que ele me ordenou, assim que chego do pai dele ele me chama para irmos. A única coisa que consigo sentir é medo, meu corpo repulsa toda e qualquer ideia positiva que tento formar, mas é compreensível dados os últimos acontecimentos.

Percorremos várias ruas, e pegamos a estrada para a saída da cidade, quando percebo que estamos nos afastando sinto minha barriga gelar e meu coração errar as batidas.

— Onde vamos? — Arrisco perguntar.

— Só espera meu amor, você já vai ver! — Lucas responde puxando minha mão e colocando sobre a perna dele.

Não insisto, fixo meu olhar na via movimentada e dou espaço aos meus pensamentos, neste momento me vejo imaginando meus atendimentos ao Pedro, repreendo essa insanidade e volto a pensar nas mudanças da minha vida.

Depois de alguns quilômetros paramos em um pesque e pague, desço do carro e confesso que nem nos meus pensamentos mais aleatórios eu imaginaria estar aqui hoje, não como as coisas andam correndo nos últimos dias.

— Venha, meu amor, vamos descansar, hoje o dia é todo seu! — Lucas fala pegando com carinho em minha mão.

Custava ele ser assim comigo todos os dias, e não depois de me enfiar uma chuva de pancadas?

Eu odeio todas as vezes que o perdoo, odeio a mim mesma quando penso em tudo que estou aceitando, mas não quero abrir mão dele, da nossa família e do nosso amor, eu acredito na mudança, eu creio que ele vai acordar e perceber o que está fazendo, eu só preciso ser forte essa fase ruim vai passar.

— Senhor Lucas, é um prazer recebê-lo! — O garçom fala ao nos ver entrar e nos prepara uma das melhores mesas.

Como assim senhor Lucas? Que intimidade é essa? Eu nunca havia estado aqui, não acredito que ele me trouxe onde ele faz sabe Deus o quê!

— Já esteve aqui antes? — Pergunto me sentando.

— Não vai começar agora, né? Eu te trouxe aqui para que possamos ficar em paz— Lucas fala em tô alterado, mas modera instantaneamente— você é minha esposa, a mãe dos meus filhos, poxa eu só quero um dia tranquilo com você, é pedir muito? — Ele diz me olhando com ternura e acaricia meu rosto.

Meu corpo ainda está dolorido de ontem, minha cabeça levemente dolorida, mas o babaca do meu coração está feliz, satisfeito com as migalhas de amor que ele está me oferecendo.

Passamos uma tarde inteira, a tarde dos meus sonhos mais profundos, tudo que desejei desde quando começamos a namorar, mas eu queria isso antes de de todo esse caos que foi estabelecido em nossa relação.

Eu percebi algumas olhadas de Lucas para outras mulheres, as ações dele tem me destruído por dentro, não sei até quando vou suportar tudo isso, não sei até quando meu amor vai esperar por ele, contudo estou tentando ser forte e salvar nosso matrimônio.

Assim que chegamos em casa, Lucas tira a roupa querendo fazer amor e mesmo com o dia bom e a sensação agradável de que ele está tentando me reconquistar, uma força maior me afasta dele.

— Não estou afim, desculpa! — Falo me desvencilhando do abraço dele— Vou buscar as crianças com seus pais.

— Volta aqui, depois do dia incrível que te proporcionei o mínimo que você deve fazer é aliviar o seu marido. — Ele diz me puxando pelo braço e me fazendo olhar em seus olhos.

— Eu não quero! Você acha que é assim, que vai me encher de porrada, sair e voltar bêbado cheirando às putas que você encontra na rua, aí me leva para passear, sem nem me perguntar se estou afim e que ao retornar, está tudo certo? Que é só tirar a roupa e me usar? Eu não sou um objeto de adorno, saiba que eu vou sumir da sua vida! — Coloco para fora tudo que estou sentindo, não sei nem de onde tirei coragem para dizer.

— Cala a boca! Cala essa maldita boca Thamires ou eu... — Lucas grita, mas eu o confronto.

— Ou você o quê? Vai me bater? Isso você já está fazendo todos esses dias feito o moleque covarde que você é! Bater um dia a mais um dia a menos não faz diferença... se quer bater, bate, mas bate com vontade mesmo, eu não vou me deitar com você, não por minha vontade, se quiser mesmo vai ter de me estuprar, o que para você também não é problema, uma vez que fez sem problema algum esses dias. Você nem é a pessoa que eu conheci, ou é e eu que não enxerguei, criei uma imagem de você e não vi os sinais... — Grito colocando o dedo na face de Lucas.

Ele vem com raiva em minha direção, segura minha mão com força e quando eu estou pronta para mais um show de pancada somos interrompidos por meu sogro que bate na porta.

Lucas me solta e começa a se vestir, eu seco as lágrimas em meu rosto e saio para atendê-lo, graças a Deus essa patifaria parou antes dele me quebrar novamente.

— Oi, vim trazer as crianças! — ele fala me entregando-as — Que gritaria é essa? Eu não tenho nada a ver com a vida de vocês, mas você já aguentou de mais, tá na hora de pensar mais em você e nos seus filhos, Lucas é meu sangue, mas eu devo dizer que ele é muito pouco para o que você merece, vai viver, vai ser feliz! — Ele fala em uma voz quase sussurrada e olhando o tempo todo para dentro, a fim de ver se Lucas não está ouvindo.

— Eu vou pensar... — Começo a falar quando sinto a presença de Lucas na sala. — Obrigada sogro por trazê-los eu já estava indo buscar.

— Por nada minha filha, tenham uma boa noite! — Ele fala e se despede das crianças.

Lucas nem sequer olha nos filhos, apenas pega seu telefone e suas chaves e sai, outra noite normal, estranho seria se ele ficasse.

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Comments

Debora Rodrigues

Debora Rodrigues

gente que mulher mais trouxa e sério isso

2023-09-01

3

Percyla Caetano

Percyla Caetano

o psicológico dela já está abaladinho

2023-08-17

2

Lola

Lola

Típico de agressor. Não é diferente da vida real .

2023-07-19

0

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