Capítulo 19, Ela tem muito moral aqui...

GUSTAVO...

Quanto atrevimento da Patrícia em demitir a Lia, quando a minha linda saiu da sala eu olhei muito irritado para a Patrícia.

GUSTAVO: Quem você pensa que é, pra demitir a Juliane?

PATRICIA: Guga... E... Eu...

GUSTAVO: Você o quê? Patrícia? Achou que por que está aqui como diretora, eu não te tiro daí?

PATRICIA: Mas...

GUSTAVO: Não tem "mas", Patrícia, o seu dever aqui, desde que te coloquei na porra desse emprego, era um só! Ser os meus ouvidos aqui dentro, dar as crianças, o conforto e a educação que elas precisam. Mas pelo visto você está mais preocupada em decorar a sua sala do que com a escola.

PATRICIA: G...

GUSTAVO: Calada! A partir de hoje tudo o que a Juliane pedir para a escola, compre.

PATRICIA: Mas a escola tá sem verba sufici...

GUSTAVO: Dê um jeito de recuperar o dinheiro que você comeu. Vou mandar os pedreiros aqui pra ajeitar as parede que tão caindo aos pedaços, você vai ficar sem receber o pagamento esse mês.

PATRICIA: O que?

GUSTAVO: Isso mesmo que você ouviu. Enquanto você nos der conta do dinheiro que você comeu, ao invés de usar na escola, não vai receber um real. Ah, e só mais uma coisa, não quero mais você ou qualquer um dentro dessa escola, desrespeitando a Juliane. Ela tem muito mais moral aqui dentro, que qualquer um.

PATRICIA: Por que?

GUSTAVO: Porque ela é a minha mulher. E como a minha mulher, ela tem tanta voz quanto eu aqui nessa escola e em qualquer outro lugar do morro.

A Patrícia engole em seco, eu saio da sala dela, mas antes de ir embora, procuro a sala do quarto ano, quando encontro, bato na porta, a Lia e várias vozes animadas dizem que posso entrar. Quando eu entro, as crianças estão todas sentadas numa rodinha no chão.

GUSTAVO: O que tá acontecendo aqui?

GABRIEL: Oi Gugão. A gente tá fazeno uma brincadeira onde quem acerta mais conta de vezes, ganha um ponto na média. E adivinha quem tá ganhano?

Olho para a Lia e ela está sorrindo.

GUSTAVO: Você?

GABRIEL: Sim! Legal não é?

GUSTAVO: Sim. Parabéns.

JULIANE: Precisa de alguma coisa, Gus?

GUSTAVO: Passei só para me despedir, amor.

Ela fica um pouco corada quando chamo ela assim, então me inclino e deixo um selinho demorado nela, fazendo as crianças todas falarem um grande "hmmmmmm". Quando encerro o beijo, ela está toda vermelhinha, bagunço o cabelo do garoto que tinha falo comigo e saio da sala, mas antes de fechar a porta eu falo para ela, que já está de costas.

GUSTAVO: Lia?! (ela me olha envergonhada) te amo (as meninas da turma fazem "owwwwwn")

Saio da escola e vou até a casa do Toinho, pedreiro aqui do morro, quando chego lá ele estava rebocando uma parede do muro da casa dele.

GUSTAVO: Toinho?

ANTONIO: Opa, Gugão.

GUSTAVO: Tá com algum serviço essa semana?

ANTONIO: Não, tô livre esses dias.

GUSTAVO: Quero que o senhor vá dar uns trato lá na escola. Vai ter uma pessoa lá pra lhe dizer que que é pra fazer.

ANTONIO: Pronto. Amanhã eu dou uma passadinha lá pra ver o que que precisa mexer.

Concordo e saio da casa dele, desço até a minha casa, mas paro no momento que entro na sala, pois ouço os gemidos da Bia vindo do quarto dela. Me bate uma raiva tão grande que a vontade que tenho é ir até lá e acabar com a festa, mas o Eduardo tem uma pontinha de razão quando diz que eu tenho que deixar ela viver um pouco.

GUSTAVO: Preciso marcar uma consulta pra ela. Não quero saber de sobrinhos nem tão cedo.

Subo até o meu quarto e tomo um banho, quando termino me arrumo pra ir buscar a Lia na escola, passo em frente ao quarto da Bia e os gemidos tinham acabado, reviro os olhos e bato na porta.

GUSTAVO: Tô saindo pra almoçar com a Lia. E por tudo que é mais sagrado, usem camisinha, não estou pronto para ser tio.

Ouço a risada da Bia dentro do quarto, mas não fico para saber o que eles falaram depois disso. Saio de casa e pego carro, quando chego na escola, vejo a Lia terminando de se despedir dos alunos, que se despedem dela todos com um abraço.

Saio do carro e me escoro na porta dela, ela quando me vê abre um sorriso e vem até mim, vejo as outras mulheres tudo olhando com raiva pra ela. Quando ela chega onde estou, dou um beijo nela, apertando a sua cintura.

GUSTAVO: Podemos ir?

JULIANE: Sim, meu amor.

Puta merda! Ela me chamou de amor... Alguém procura a minha pressão? Acho que perdi ela...

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