Capítulo 15, Vou cuidar de vocês...

GUSTAVO...

Depois que a Lia cuidou da minha mão, ficamos conversando um pouco. Eu estava com muita vontade de beijar ela de novo, mas depois que eu a abordei daquela forma... Não sei se tenho coragem mais.

JULIANE: Está tudo bem? Você ficou... Quieto.

GUSTAVO: Só estou um pouco pensativo.

JULIANE: Ah...

Puxo ela para mais perto e abraço ela, ela se aconchega nos meus braços, e eu faço carinho nos seus cabelos.

GUSTAVO: O Novato demorou no baile.

JULIANE: Provavelmente vai sair com alguma mulher... Ele me avisou mais cedo...

GUSTAVO: Que horas já é? (pego o celular e já era quase uma da manhã) acho que já vou... Já está ficando tarde.

JULIANE: Meu Deus, já está mesmo muito tarde. Amanhã tenho que ir buscar a Sophie na casa dos gêmeos depois do café.

GUSTAVO: É a sua filha?

JULIANE: Sim, é aquela da foto (ela aponta para um porta retrato com a foto dela com uma menina idêntica a ela, diria que é uma miniatura da Lia)

GUSTAVO: Ela se parece muito com você.

JULIANE: Graças a Deus.

GUSTAVO: Ela é linda, parece ser uma garotinha feliz.

Ela olha pra mim com os olhos brilhando.

JULIANE: A Sofi é umas das crianças mais fortes que já conheci... Não digo isso só por ela ser a minha filha, mas por tudo que já passamos. Ela é fruto de um estu.pro, teve que dividir o meu útero com um DIU, a minha gravidez foi muito arriscada, tive ela com sete meses, ela quase não resistiu... Ela passou mais de um mês no hospital por conta de um problema respiratório, eu ia dormir chorando todas as noites, porque eu não podia ficar no hospital. Depois que ela recebeu alta, poucos meses depois ela voltou para o hospital, com outro problema respiratório, faz anos que nós lidamos com isso, ela tem asma, tem que andar sempre com uma bombinha na bolsa.

GUSTAVO: Nossa...

JULIANE: Ela nunca perguntou por um pai, porque sempre teve o meu pai e o meu irmão cumprindo esses papéis... Mas ainda assim... As vezes eu sinto que ela se sente um pouco triste quando algum coleguinha fala que foi no parque com o pai, ou que o pai fez tal coisa com ele... E isso me faz me sentir um pouco mal... Culpada...

Noto os seus olhos cheios de lágrimas, então abraço ela com força, ela descansa a cabeça no meu peito. Nunca me senti tão impotente, mas é assim que me sinto ao ver ela nessa situação, e é com esse abraço e após ouvir a sua história, que eu tomo uma decisão: vou fazer de tudo pela Lia e pela Sofi. Vou fazer por elas o que ninguém nunca se dispôs a fazer.

GUSTAVO: Amor, olha pra mim (ela me olha um pouco confusa pela forma como falei, mas não retruca) vou cuidar de vocês. Me deixa fazer isso. Ser para a Sofi o pai que ela não tem e pra você o cara que te ajuda segurar a barra quando tudo quiser desmoronar.

JULIANE: Eu não sei Gus... Eu nunca tive um namorado... E não quero que a Sofi se apegue a você assim rápido... Imagina só se não der certo... Como que vai ficar a cabecinha dela?

Consigo entender ela. Foram muitas perdas de uma única vez... Eles ainda estão se recuperando da morte do pai, e eu já chego querendo um papel que pode trazer mais dor que ajuda.

GUSTAVO: Tudo bem. Mas não vou desistir de você. Vou continuar tentando até você me dar uma chance.

JULIANE: Você não é de uma só, Gus... Deu pra perceber isso pela forma como a Ketlyn trata você... Se a gente fosse tentar juntos, você teria que deixar esse lado seu... Pois ainda não estou preparada para dar a você, o que ganha com elas.

GUSTAVO: Lia... Por Deus! Não quero você só por sexo. Quero você, por você ser você mesma. Não vou mentir dizendo que não gosto de sexo, claro que gosto, mas não vou procurar fora só por que você não está pronta. Sou um homem, não um moleque.

Ela me olha chorando e agora não sei se falei algo errado, ou se ela apenas gostou do que falei. Faço carinho na sua bochecha e ela fecha os olhos sentindo o meu toque. Como coragem e me aproximo dela, deixo um beijo delicado nos seus lábios e passo lentamente a língua no contorno da sua boca.

Ela abre lentamente os lábios para mim, me dando acesso a sua boca. Quando cheguei mais cedo não pude sentir o real sabor dos seus lábios, da sua boca, pois foi um beijo agressivo. Nesse... Nesse eu posso sentir a delicadeza dela ao corresponder cada um dos meus gestos, a doçura juvenil que a sua inexperiência transmite.

Encerramos o beijo com um selinho, ela permanece de olhos fechados, então dou um beijo na sua testa.

GUSTAVO: Terei paciência, se é o que quer. Mas não vou ficar longe, estarei sempre por perto. Me da seu celular (ela me entrega e eu salvo o meu número) pode me ligar o dia e a hora que quiser. Agora já pra cama. Abusei de mais do seu tempo.

Ela sorri e me dá outro selinho, nos levantamos e ela me leva até a porta me despeço dela com outro beijo e saio da sua casa, quando chego na minha encontro a Bia e o Eduardo quase se comendo no sofá.

GUSTAVO: Vão para o quarto por favor, e não façam tanto barulho, preciso dormir, amanhã vou conhecer a minha filha.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***