A Esposa Do Rei
Capítulo 01
Após a morte misteriosa de sua primeira esposa há três anos, o rei encontra-se em busca de uma nova esposa. No entanto, ele enfrenta dificuldades em encontrar uma noiva adequada devido a certos obstáculos. Em primeiro lugar, o verdadeiro rosto do rei é desconhecido, pois ele nunca aparece em público sem uma máscara. Essa falta de exposição gera suspeitas e incertezas entre as famílias nobres e suas filhas.
Além disso, a reputação do rei como uma pessoa cruel e implacável assombra sua busca por uma esposa. Essa fama negativa é um fator significativo que desencoraja as famílias nobres a aceitarem a proposta de casamento. Embora o dote oferecido seja impressionante, poucos estariam dispostos a correr o risco e comprometer suas vidas com alguém com tal reputação.
"Senhorita, você precisa descer daí", disse a mulher chamada Junne, com uma expressão preocupada no rosto. Ela olhou para a jovem, que estava sentada lá no alto de uma árvore, mordendo uma maçã suculenta que acabara de colher.
A jovem, com seus longos cabelos negros fluindo livremente adornados com folhas, olhou para Junne com olhos travessos. Seus lábios se curvaram em um sorriso enquanto ela balançava as pernas, desafiando a gravidade.
"Junne, suba aqui, é divertido!" ela chamou, sua voz cheia de empolgação juvenil. Sua voz ecoou através do verde da folhagem e dos galhos da árvore. Ela deu mais uma mordida na maçã, o suco doce escorrendo por seus lábios.
Junne hesitou por um momento, seu rosto se contorcendo de preocupação. Ela sabia que aquele lugar não era seguro, especialmente para alguém da posição da jovem. Ela se aproximou da árvore, com o coração apertado, e olhou para cima com olhos suplicantes.
"Se o senhor te encontrar ai em cima, seremos punidas", disse Junne em tom nervoso, tentando persuadir a jovem a descer. Seu olhar transmitia medo e apreensão, temendo as consequências de sua brincadeira.
A jovem ponderou por um momento, avaliando a seriedade nas palavras de Junne. Finalmente, ela cedeu, lançando a maçã para o ar. Junne, ágil como uma gazela, saltou, pegando a fruta no ar com habilidade. Seus movimentos eram graciosos, mesmo em meio à tensão.
Enquanto Junne segurava a maçã, a jovem desceu da árvore, suas roupas se enroscando nos galhos, deixando alguns arranhões em sua pele delicada. Seus cabelos, agora cheios de folhas, caíam sobre seu rosto, moldando sua expressão aventureira.
"Seu cabelo está cheio de folhas, você precisa tomar um banho", comentou Junne, preocupada, enquanto removia delicadamente as folhas do cabelo da jovem. Seus dedos, deslizando suavemente pelos fios escuros.
No entanto, a jovem ignorou o aviso de Junne, soltando uma risadinha. Ela caminhou em direção a um local sombreado oferecido pela árvore, escolhendo um lugar aconchegante para se sentar. Junne juntou-se a ela, compartilhando a sombra protetora.
Sentadas sob o dossel da árvore, as duas observaram os homens do rei se aproximando ao longe. Uma sensação de urgência permeava o ar, refletida nos olhares trocados entre elas. Ambas sabiam que precisavam voltar para casa rapidamente antes de serem descobertas.
Com um olhar determinado, a jovem e Junne se levantaram rapidamente, deixando para trás as folhas e o conforto da sombra.
Seus passos se tornaram apressados, seus corações acelerados, enquanto caminhavam em direção à casa, evitando serem vistas pelos homens do rei.
Cada passo, cada respiração, carregava a empolgação do perigo e a camaradagem entre a jovem e sua leal companheira. O caminho até a casa parecia se alongar, e a ansiedade só aumentava.
A promessa de segurança os aguardava atrás das portas, enquanto a aventura permanecia gravada em suas memórias como um segredo compartilhado.
De volta em casa, a atmosfera estava pesada e carregada de aflição. Ao entrar, Marie percebeu imediatamente a agitação que dominava a casa. Olhares preocupados e semblantes tensos revelavam a angústia que pairava sobre todos eles.
"O que está acontecendo, mãe?" perguntou Marie, sua voz trêmula, buscando entender a causa de tamanha agitação.
Cherry, a primeira esposa de seu pai, foi a primeira a responder, sua voz carregada de preocupação.
"O rei irá nos matar se uma de vocês não se casar com ele", revelou, sua expressão refletindo o medo e a incerteza.
Seu pai se juntou à conversa, sua voz grave ecoando pela sala.
"Somos a última família de nobres, a última opção dele", explicou, sua face carregada de tristeza e resignação.
Sua irmã, Anabeth, expressou sua angústia com uma pergunta desesperada.
"E agora? O que faremos?" indagou, seus olhos marejados demonstrando sua aflição.
Seu pai soltou um suspiro pesaroso, enfrentando a dura realidade que os cercava.
"Não podemos evitar, Malia irá se casar com o rei porque ela é a mais velha, ou todos morreremos", disse, suas palavras pesando como uma sentença.
As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Malia, implorando por uma saída. Buscou refúgio nos braços de seu pai, buscando consolo em seu abraço.
"Papai, por favor", suplicou, sua voz embargada pelo choro.
Ele a abraçou com ternura, consciente do sacrifício que estava lhe pedindo.
"Sinto muito, minha querida", murmurou, seu abraço transmitindo amor e pesar.
A discussão se intensificou quando sugeriram que Marie fosse enviada como a escolha para se casar com o rei, dada sua origem como filha da segunda esposa. Sua mãe, ajoelhada no chão, desesperadamente tentava evitar que isso acontecesse.
"Senhor, por favor", implorou sua mãe, sua voz cheia de angústia, iniciando uma confusão carregada de humilhação e maldições. Ela permaneceu ajoelhada, suplicando para que não a enviassem.
Decidida a acabar com aquela situação insuportável, Marie tomou uma decisão ousada. Ajudando sua mãe a se levantar, anunciou sua determinação.
"Eu irei", declarou, sua voz firme, decidida a pôr fim àquele tormento. Olhou diretamente para seu pai, exausta de toda a injustiça e falta de respeito sofridas por sua mãe, a segunda esposa.
Seu pai ficou surpreso com sua afirmação, seus olhos refletindo uma mistura de choque e admiração.
"O que?" disse, incapaz de acreditar no que estava ouvindo.
Fixou seus olhos nele, sem recuar, e continuou a expressar sua vontade.
"Eu me casarei com o rei, mas tenho um pedido a fazer", afirmou com convicção. Era hora de exigir algo em troca de seu sacrifício. "Quero que minha mãe seja tratada com respeito e dignidade. Quero que você a proteja e não permita que a primeira esposa ou minhas irmãs a maltratem."
Suas palavras ecoaram na sala, carregadas de coragem e determinação. Marie estava cansada de serem tratadas como inferiores. Agora era sua vez de lutar por sua mãe.
Seu pai olhou para ela, um misto de orgulho e alívio evidente em seu olhar.
"Está bem! Você irá salvar nossa família", concordou, enquanto sua mãe permanecia incrédula diante do que acabara de testemunhar.
Marie tentou confortá-la, segurando suas mãos trêmulas.
"Está tudo bem, mamãe. Vai ficar tudo bem", murmurou, buscando transmitir confiança e esperança.
Seu pai deu as ordens necessárias, informando os homens do rei sobre sua decisão. Sem perder tempo, Marie foi para seu quarto, acompanhada por Junne, para preparar suas malas. Era hora de enfrentar seu destino, de abrir mão de sua liberdade em prol de sua família.
A preocupação de Junne era palpável enquanto discutiam os perigos que Marie enfrentaria ao se casar com o rei. Seu olhar refletia uma mistura de compaixão e determinação.
"Senhorita, só pode estar ficando louca. O rei tem a reputação de matar suas esposas...", expressou, sua voz carregada de preocupação genuína.
Marie segurou suas mãos firmemente, transmitindo confiança.
"Junne, eles sempre tratam minha mãe dessa forma, por ela ser a esposa do rei... Mesmo que eu morra, minha mãe terá dignidade", respondeu com determinação, consciente do perigo que a aguardava.
Junne a olhou, seus olhos brilhando com uma mistura de emoções.
"Senhorita...", começou, mas logo foi interrompida por sua decisão."Eu irei com você", afirmou, sua voz firme e resoluta.
Marie ficou surpresa com sua resposta, sem palavras para expressar sua gratidão.
"Mesmo que seja perigoso?" perguntou, sua voz repleta de admiração.
"Mesmo que seja perigoso. Crescemos juntas e ficaremos assim", declarou, sua lealdade inabalável.
Em um abraço apertado, reafirmaram sua amizade e o compromisso de enfrentar qualquer desafio juntas.
No entanto, foram interrompidas pela chegada de Malia, sua meia-irmã, que entrou no quarto com um sorriso maldoso estampado no rosto.
"Finalmente você será útil para alguma coisa", provocou, suas palavras carregadas de sarcasmo.
Marie respondeu com firmeza, não se deixando abalar por suas palavras ofensivas.
"O que você quer?", indagou, sua voz ecoando com uma mistura de desafio e determinação.
Malia continuou a zombar, expressando seu prazer com a situação de Marie.
"Desejo boa sorte em sua nova vida... ou o que restar dela", disse, seu sorriso se transformando em uma expressão fria e cruel.
Marie não permitiria que suas palavras a abalassem. Erguendo a cabeça com dignidade, ela respondeu:
"Não importa o que aconteça, eu permanecerei forte. E no final, espero que a justiça prevaleça."
Com essas palavras, Marie e Junne se prepararam para a jornada que as esperava.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Rayssa
.
2023-12-29
0
Rubi Albuquerque Castillo
Eu já imaginei ela como a esposa do zoro
2023-12-04
1
Lucia Moura
bem interessante até agora
2023-07-01
2