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A Esposa Do Rei

Os homens do rei

Capítulo 01

Após a morte misteriosa de sua primeira esposa há três anos, o rei encontra-se em busca de uma nova esposa. No entanto, ele enfrenta dificuldades em encontrar uma noiva adequada devido a certos obstáculos. Em primeiro lugar, o verdadeiro rosto do rei é desconhecido, pois ele nunca aparece em público sem uma máscara. Essa falta de exposição gera suspeitas e incertezas entre as famílias nobres e suas filhas.

Além disso, a reputação do rei como uma pessoa cruel e implacável assombra sua busca por uma esposa. Essa fama negativa é um fator significativo que desencoraja as famílias nobres a aceitarem a proposta de casamento. Embora o dote oferecido seja impressionante, poucos estariam dispostos a correr o risco e comprometer suas vidas com alguém com tal reputação.

"Senhorita, você precisa descer daí", disse a mulher chamada Junne, com uma expressão preocupada no rosto. Ela olhou para a jovem, que estava sentada lá no alto de uma árvore, mordendo uma maçã suculenta que acabara de colher.

A jovem, com seus longos cabelos negros fluindo livremente adornados com folhas, olhou para Junne com olhos travessos. Seus lábios se curvaram em um sorriso enquanto ela balançava as pernas, desafiando a gravidade.

"Junne, suba aqui, é divertido!" ela chamou, sua voz cheia de empolgação juvenil. Sua voz ecoou através do verde da folhagem e dos galhos da árvore. Ela deu mais uma mordida na maçã, o suco doce escorrendo por seus lábios.

Junne hesitou por um momento, seu rosto se contorcendo de preocupação. Ela sabia que aquele lugar não era seguro, especialmente para alguém da posição da jovem. Ela se aproximou da árvore, com o coração apertado, e olhou para cima com olhos suplicantes.

"Se o senhor te encontrar ai em cima, seremos punidas", disse Junne em tom nervoso, tentando persuadir a jovem a descer. Seu olhar transmitia medo e apreensão, temendo as consequências de sua brincadeira.

A jovem ponderou por um momento, avaliando a seriedade nas palavras de Junne. Finalmente, ela cedeu, lançando a maçã para o ar. Junne, ágil como uma gazela, saltou, pegando a fruta no ar com habilidade. Seus movimentos eram graciosos, mesmo em meio à tensão.

Enquanto Junne segurava a maçã, a jovem desceu da árvore, suas roupas se enroscando nos galhos, deixando alguns arranhões em sua pele delicada. Seus cabelos, agora cheios de folhas, caíam sobre seu rosto, moldando sua expressão aventureira.

"Seu cabelo está cheio de folhas, você precisa tomar um banho", comentou Junne, preocupada, enquanto removia delicadamente as folhas do cabelo da jovem. Seus dedos, deslizando suavemente pelos fios escuros.

No entanto, a jovem ignorou o aviso de Junne, soltando uma risadinha. Ela caminhou em direção a um local sombreado oferecido pela árvore, escolhendo um lugar aconchegante para se sentar. Junne juntou-se a ela, compartilhando a sombra protetora.

Sentadas sob o dossel da árvore, as duas observaram os homens do rei se aproximando ao longe. Uma sensação de urgência permeava o ar, refletida nos olhares trocados entre elas. Ambas sabiam que precisavam voltar para casa rapidamente antes de serem descobertas.

Com um olhar determinado, a jovem e Junne se levantaram rapidamente, deixando para trás as folhas e o conforto da sombra.

Seus passos se tornaram apressados, seus corações acelerados, enquanto caminhavam em direção à casa, evitando serem vistas pelos homens do rei.

Cada passo, cada respiração, carregava a empolgação do perigo e a camaradagem entre a jovem e sua leal companheira. O caminho até a casa parecia se alongar, e a ansiedade só aumentava.

A promessa de segurança os aguardava atrás das portas, enquanto a aventura permanecia gravada em suas memórias como um segredo compartilhado.

De volta em casa, a atmosfera estava pesada e carregada de aflição. Ao entrar, Marie percebeu imediatamente a agitação que dominava a casa. Olhares preocupados e semblantes tensos revelavam a angústia que pairava sobre todos eles.

"O que está acontecendo, mãe?" perguntou Marie, sua voz trêmula, buscando entender a causa de tamanha agitação.

Cherry, a primeira esposa de seu pai, foi a primeira a responder, sua voz carregada de preocupação.

"O rei irá nos matar se uma de vocês não se casar com ele", revelou, sua expressão refletindo o medo e a incerteza.

Seu pai se juntou à conversa, sua voz grave ecoando pela sala.

"Somos a última família de nobres, a última opção dele", explicou, sua face carregada de tristeza e resignação.

Sua irmã, Anabeth, expressou sua angústia com uma pergunta desesperada.

"E agora? O que faremos?" indagou, seus olhos marejados demonstrando sua aflição.

Seu pai soltou um suspiro pesaroso, enfrentando a dura realidade que os cercava.

"Não podemos evitar, Malia irá se casar com o rei porque ela é a mais velha, ou todos morreremos", disse, suas palavras pesando como uma sentença.

As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Malia, implorando por uma saída. Buscou refúgio nos braços de seu pai, buscando consolo em seu abraço.

"Papai, por favor", suplicou, sua voz embargada pelo choro.

Ele a abraçou com ternura, consciente do sacrifício que estava lhe pedindo.

"Sinto muito, minha querida", murmurou, seu abraço transmitindo amor e pesar.

A discussão se intensificou quando sugeriram que Marie fosse enviada como a escolha para se casar com o rei, dada sua origem como filha da segunda esposa. Sua mãe, ajoelhada no chão, desesperadamente tentava evitar que isso acontecesse.

"Senhor, por favor", implorou sua mãe, sua voz cheia de angústia, iniciando uma confusão carregada de humilhação e maldições. Ela permaneceu ajoelhada, suplicando para que não a enviassem.

Decidida a acabar com aquela situação insuportável, Marie tomou uma decisão ousada. Ajudando sua mãe a se levantar, anunciou sua determinação.

"Eu irei", declarou, sua voz firme, decidida a pôr fim àquele tormento. Olhou diretamente para seu pai, exausta de toda a injustiça e falta de respeito sofridas por sua mãe, a segunda esposa.

Seu pai ficou surpreso com sua afirmação, seus olhos refletindo uma mistura de choque e admiração.

"O que?" disse, incapaz de acreditar no que estava ouvindo.

Fixou seus olhos nele, sem recuar, e continuou a expressar sua vontade.

"Eu me casarei com o rei, mas tenho um pedido a fazer", afirmou com convicção. Era hora de exigir algo em troca de seu sacrifício. "Quero que minha mãe seja tratada com respeito e dignidade. Quero que você a proteja e não permita que a primeira esposa ou minhas irmãs a maltratem."

Suas palavras ecoaram na sala, carregadas de coragem e determinação. Marie estava cansada de serem tratadas como inferiores. Agora era sua vez de lutar por sua mãe.

Seu pai olhou para ela, um misto de orgulho e alívio evidente em seu olhar.

"Está bem! Você irá salvar nossa família", concordou, enquanto sua mãe permanecia incrédula diante do que acabara de testemunhar.

Marie tentou confortá-la, segurando suas mãos trêmulas.

"Está tudo bem, mamãe. Vai ficar tudo bem", murmurou, buscando transmitir confiança e esperança.

Seu pai deu as ordens necessárias, informando os homens do rei sobre sua decisão. Sem perder tempo, Marie foi para seu quarto, acompanhada por Junne, para preparar suas malas. Era hora de enfrentar seu destino, de abrir mão de sua liberdade em prol de sua família.

A preocupação de Junne era palpável enquanto discutiam os perigos que Marie enfrentaria ao se casar com o rei. Seu olhar refletia uma mistura de compaixão e determinação.

"Senhorita, só pode estar ficando louca. O rei tem a reputação de matar suas esposas...", expressou, sua voz carregada de preocupação genuína.

Marie segurou suas mãos firmemente, transmitindo confiança.

"Junne, eles sempre tratam minha mãe dessa forma, por ela ser a esposa do rei... Mesmo que eu morra, minha mãe terá dignidade", respondeu com determinação, consciente do perigo que a aguardava.

Junne a olhou, seus olhos brilhando com uma mistura de emoções.

"Senhorita...", começou, mas logo foi interrompida por sua decisão."Eu irei com você", afirmou, sua voz firme e resoluta.

Marie ficou surpresa com sua resposta, sem palavras para expressar sua gratidão.

"Mesmo que seja perigoso?" perguntou, sua voz repleta de admiração.

"Mesmo que seja perigoso. Crescemos juntas e ficaremos assim", declarou, sua lealdade inabalável.

Em um abraço apertado, reafirmaram sua amizade e o compromisso de enfrentar qualquer desafio juntas.

No entanto, foram interrompidas pela chegada de Malia, sua meia-irmã, que entrou no quarto com um sorriso maldoso estampado no rosto.

"Finalmente você será útil para alguma coisa", provocou, suas palavras carregadas de sarcasmo.

Marie respondeu com firmeza, não se deixando abalar por suas palavras ofensivas.

"O que você quer?", indagou, sua voz ecoando com uma mistura de desafio e determinação.

Malia continuou a zombar, expressando seu prazer com a situação de Marie.

"Desejo boa sorte em sua nova vida... ou o que restar dela", disse, seu sorriso se transformando em uma expressão fria e cruel.

Marie não permitiria que suas palavras a abalassem. Erguendo a cabeça com dignidade, ela respondeu:

"Não importa o que aconteça, eu permanecerei forte. E no final, espero que a justiça prevaleça."

Com essas palavras, Marie e Junne se prepararam para a jornada que as esperava.

Por minha mãe

Capitulo 02

Marie e Junne entraram na carruagem e partiram em direção ao castelo. O nervosismo permeava todo o ser de Marie, mas ela constantemente se lembrava do propósito de sua jornada: proteger e garantir a dignidade de sua mãe.

À medida que a carruagem se aproximava do castelo do rei, Marie olhava pela janela, perdida em seus pensamentos. Ansiedade e medo se misturavam dentro dela, mas ela permanecia firme em sua decisão. Com Junne ao seu lado, ela se sentia mais confiante, sabendo que tinha uma amiga leal com ela.

Uma fileira de serviçais as aguardava para cumprimentá-las. No entanto, a natureza desajeitada de Marie se manifestou quando, ao sair da carruagem, seu pé ficou preso em seu vestido e ela acabou caindo de cara no chão.

"Senhorita!" exclamou Junne, desesperada, enquanto ajudava Marie a se levantar.

Marie sorriu para ela, seu vestido agora sujo de sujeira.

"Oh, Junne, nem mesmo consigo andar direito!" ela brincou, tentando amenizar a situação.

Um homem se aproximou, dirigindo-se a Marie.

"Senhorita", ele a cumprimentou formalmente, "Meu nome é Guikan. Bem-vinda. O rei está esperando por você. Por favor, me siga."

Marie seguiu o homem em direção à sala do trono, descendo pelo tapete vermelho até a frente do trono. Ela olhou para cima e viu o rei com sua famosa máscara, que cobria parcialmente seu rosto. Ela não sentia medo, apenas curiosidade.

O rei cumprimentou Marie e Junne.

"É um prazer. Esta é minha companheira, Junne. Espero que não seja um problema que eu a tenha trazido", Marie anunciou, mantendo uma postura firme e confiante.

O rei olhou para ela atentamente, seus olhos penetrantes capturando sua atenção.

"Não será um problema. Vocês são bem-vindas. Gostaria de falar sozinho com minha futura esposa", ele declarou, dirigindo seu olhar para Marie.

"Senhor..." ela começou a dizer, mas ele a interrompeu, ordenando que Junne saísse.

Ela assentiu e se virou para marie.

"Está tudo bem, Junne. Espere lá fora", ela a tranquilizou, embora pudesse ver a preocupação em seus olhos. Junne saiu,

lançando olhares de volta para se certificar de que Marie estava bem, e a porta se fechou atrás delas.

O rei desceu os degraus do trono e começou a falar com Marie.

"Então, por que você concordou em se casar comigo?" o rei perguntou, sua voz ecoando pelo salão imponente.

Marie olhou diretamente em seus olhos, determinada e inabalável, Diante do majestoso trono, ela se manteve altiva, transmitindo certeza inabalável em suas palavras.

"Porque você é o rei", ela respondeu, sua voz firme e cheia de convicção, O rei levantou uma sobrancelha, intrigado com sua resposta.

"Status?" ele perguntou, tentando desvendar as motivações por trás de sua decisão, Marie não hesitou em dar uma resposta clara, revelando sua verdadeira intenção.

"Eu não me importo com status, senhor", ela afirmou com confiança, Intrigado, o rei deu alguns passos em sua direção, se aproximando ainda mais.

"Então por que você está aqui? Entre as 20 famílias nobres, foi a sua que enviou você..."

Os olhos de Marie brilhavam com determinação e emoção enquanto ela compartilhava sua história.

"Nós éramos a última opção. Meu pai tinha medo de que você matasse minha família. Por isso me voluntariei", ela explicou, seus olhos fixos nos dele, O rei ficou surpreso, processando suas palavras. Ele se aproximou ainda mais, agora diante dela, estudando-a com curiosidade.

"Pela sua família?", ele perguntou, buscando entender suas verdadeiras motivações e Marie respondeu sem hesitar, revelando seus objetivos com clareza.

"Pela minha mãe", ela declarou, enfatizando sua razão principal e Uma mistura de intriga e compreensão apareceu nos olhos do rei enquanto ele absorvia as palavras de Marie.

"Pela sua mãe?", ele repetiu, intrigado pela singularidade de sua motivação, Marie manteve contato visual com o rei, destemida, transmitindo a força de sua determinação.

"É algo pessoal", ela afirmou, sua voz firme e resoluta e O rei assentiu, aceitando sua resposta, e o silêncio pairou no ar, permitindo que ambos refletissem sobre as palavras trocadas.

"Muito bem. Guikan vai lhe mostrar seu quarto", ele anunciou, chamando " Guikan!"

O homem se aproximou rapidamente, pronto para cumprir as ordens do rei.

"Mostre o quarto à jovem senhora", o rei ordenou, Guikan assentiu e se virou para guiá-las para fora do quarto. Enquanto caminhávamos, eu podia sentir os olhares curiosos dos servos, mas mantive uma postura régia e determinada. Antes que partisse completamente, ouviu o rei chamar seu nome. Virou-se para encará-lo, esperando por suas últimas palavras.

"Marie", sua voz profunda ecoou na sala, "O jantar será às 20h. Não se atrase."

assentiu com um leve sorriso, pronta para enfrentar os desafios que a aguardavam

"Sim, senhor", concordou, e continuou seguindo o guarda em direção ao majestoso segundo andar do castelo. Enquanto caminhavam, seus olhos foram encantados pelo esplendor dos lustres pendurados, brilhando com sua luz suave, iluminando o caminho à frente. Detalhes dourados adornavam as paredes e molduras, refletindo o brilho ambiente com um toque de opulência. Cristais cuidadosamente posicionados captavam a luz e projetavam padrões prismáticos delicados nas paredes, criando uma atmosfera mágica e encantadora, Marie, maravilhada, contemplava cada detalhe, absorvendo a grandiosidade do lugar. Conforme avançáva pelos corredores decorados com tapeçarias ricamente coloridas e histórias, eu podia sentir a energia do castelo pulsando ao meu redor, criando uma aura de grandiosidade e mistério.

"Este é o seu quarto", Guikan anunciou, abrindo a porta.

Ao entrar no quarto, Marie ficou surpresa com o espaço, mas foi a deslumbrante vista do jardim que a impressionou ainda mais.

"Uau, que vista maravilhosa", ela exclamou, seus olhos brilhando de encanto diante da beleza natural que se estendia diante dela.

Guikan permaneceu junto à porta, pronto para atender às necessidades de Marie.

"Se precisar de algo, é só chamar, senhorita", ele ofereceu, demonstrando sua disposição em servi-la.

"Obrigada... Guikan, certo?", Marie perguntou, buscando confirmar o nome do soldado.

"Sim", ele respondeu, fazendo uma pequena reverência como sinal de respeito antes de se retirar.

"Maravilhoso!" Junne exclamou para si mesma, encantada tanto com o quarto quanto com a hospitalidade do soldado.

"O quarto ou o soldado?", Marie perguntou, olhando para ela de forma brincalhona. Um leve rubor tingiu suas bochechas, e rimos juntas, compartilhando um momento descontraído.

Então, Junne perguntou sobre o rei, buscando a opinião de sua mestra.

"Eu não sei, não tenho medo", Marie respondeu, transmitindo confiança em suas palavras.

"Você é a única. Eu senti meu corpo todo tremendo de medo", Junne confessou, expressando suas preocupações anteriores.

"Ei, estou aqui para te proteger... Vamos explorar?", Marie sugeriu, desejando que ela aproveitasse a oportunidade de descobrir mais sobre o castelo.

No entanto, Junne mostrou alguma hesitação, preocupada com as possíveis consequências dessa exploração.

"Senhorita, não conhecemos o rei, não sabemos se ele vai ficar com raiva..."

"Eu vou assumir a culpa, vamos explorar e ver o jardim!" ela declarou, animada, determinada e Junne finalmente cedeu, incapaz de resistir à empolgação e determinação de sua senhorita.

"Está bem, senhorita. Mas tenha cuidado", ela concordou, seguindo Marie para o jardim encantador além das portas do quarto.

segredo de sua majestade

Capitulo 03

Guikan entrou na sala do trono, a postura ereta e uma expressão respeitosa em seu rosto. Com uma reverência profunda, ele informou ao rei que havia cumprido sua tarefa de mostrar os aposentos a Marie. "Sua Majestade, informo que os aposentos foram mostrados à Senhorita Marie conforme suas ordens. Há algo mais que o senhor precise?"

O rei, curioso e interessado, inclinou-se levemente em sua cadeira dourada. Seus olhos penetrantes fixaram-se em Guikan, aguardando ansiosamente sua resposta. "Bom trabalho, Guikan. Agora, me diga, o que achou da jovem Marie?"

A voz de Guikan ressoou no imponente salão do trono, cheia de sinceridade e admiração ao descrever Marie. Ele destacou sua singularidade, enfatizando que ela era diferente de todas as nobres que já havia conhecido no palácio. "Sua Majestade, ela é uma jovem única. Diferente de todas as nobres que já encontrei. Possui uma determinação e força de caráter impressionantes. Ela se destaca entre os demais."

Um sorriso satisfeito iluminou o rosto do rei, seus olhos brilhando com uma mistura de orgulho e nostalgia. Ele respondeu com convicção: "Ela é do jeito que eu me lembrava."

Curioso com a resposta de Guikan, o soldado ousou perguntar se o rei já conhecia a Senhorita Marie. O monarca, com uma expressão enigmática, lançou um olhar penetrante a Guikan. Um breve momento de silêncio pairou no ar, criando uma atmosfera de suspense antes de o rei responder misteriosamente: "É um segredo."

Guikan permaneceu em posição respeitosa diante do trono, ansioso para servir ao rei. A curiosidade sobre a relação entre o rei e a jovem Marie crescia em sua mente, mas ele sabia que certos segredos permaneceriam guardados. Aguardava pacientemente por mais respostas, consciente de que a jovem única carregava consigo mistérios que ainda estavam por ser desvendados.

enquanto isso Juntas, Marie e Junne se dirigiram ao corredor e entraram em uma enorme biblioteca, com estantes repletas de preciosos livros. Marie deslizou as mãos ao longo dos volumes cuidadosamente alinhados, maravilhando-se com a beleza do lugar.

"Uau, é lindo", exclamou ela, apreciando o ambiente repleto de conhecimento.

Junne percebeu a paixão de Marie pelos livros e comentou sobre a proibição de sua madrasta em relação à leitura. Marie compartilhou seu amor pela literatura, revelando como ela sentia algo mágico ao ler e se encantava com as infinitas possibilidades que os livros proporcionavam.

Marie percebeu que Junne concordava com ela, compartilhando aquele sentimento especial. No entanto, a voz grave do rei ecoou pelo ambiente, interrompendo a conversa.

"Você sabe ler?", ele perguntou, revelando-se estar próximo.

Marie ficou surpresa com a pergunta direta, mas respondeu honestamente.

"Sim", ela afirmou.

O rei as observou por um momento, e mesmo por trás da máscara que cobria seu rosto, Marie pôde sentir certo admiração em seu olhar.

"Normalmente, as filhas não são ensinadas a tais coisas, apenas a cuidar de seus maridos, etiqueta, costura...", comentou o rei, destacando a rigidez dos costumes impostos às mulheres.

Marie, determinada, decidiu responder com um leve sorriso, desafiando as convenções.

"Bem, eu não sei costurar", disse ela, orgulhosa de sua própria individualidade.

O rei fixou seu olhar em Marie, e ela sentiu um intenso desejo de ver o rosto dele por trás da máscara. No entanto, consciente de sua audácia, baixou os olhos, sentindo a necessidade de se desculpar por sua ousadia, mas antes de dizer algo o rei disse.

"Está bem, vou me retirar", disse o rei abruptamente, sem mais palavras. E assim, ele partiu sem mais explicações.

Marie olhou para Junne, sentindo-se um pouco desconcertada pela breve interação com o rei.

"Eu não o olhei de forma errada...", murmurou ela, decepcionada consigo mesma.

Junne rapidamente tentou tranquilizá-la.

"Eu sei, senhorita, deve ser um assunto delicado para o rei", disse, demonstrando compreensão em suas palavras.

As duas permaneceram ali, na biblioteca repleta de conhecimento e mistério, sabendo que ainda havia muito a descobrir sobre o rei e o novo capítulo de suas vidas que estava apenas começando.

Após compartilharem suas reflexões sobre a liberdade de leitura que Marie agora desfrutava, um sentimento de apreensão pairou no ar. Junne alertou Marie a ser cuidadosa, despertando sua curiosidade e preocupação em relação ao rei.

"O que você quer dizer?", perguntou Marie, fixando os olhos em Junne.

"Tenha cuidado, senhorita", repetiu Junne, transmitindo sua preocupação sinceramente.

"Eu vou", Marie a tranquilizou, abraçando Junne de forma reconfortante. Em seguida, voltou sua atenção para as estantes cheias de livros e pegou um deles.

"Você quer que eu leia para você?", Marie ofereceu, ansiosa para compartilhar a alegria da leitura com sua companheira.

Um olhar de felicidade iluminou o rosto de Junne.

"Claro!" ela respondeu, empolgada.

Marie começou a ler a página escolhida: "Num jardim tranquilo e sereno, Esmeril e Augusto se deleitavam na alegria de amar livremente. Após superarem os obstáculos impostos por suas famílias, eles caminhavam de mãos dadas, saboreando a beleza das estrelas cintilantes no céu noturno. A paz reinava no ar, preenchendo seus corações de felicidade.

Decidiram subir até a sacada para ter uma visão mais clara das estrelas. Enquanto Esmeril contemplava o céu, um vento frio soprou, fazendo-a tremer. Percebendo o desconforto de sua amada, Augusto prontamente tirou seu casaco e o colocou sobre os ombros dela. Esmeril olhou para ele com olhos marejados, comovida com o gesto carinhoso. Seus olhares se encontraram, e ambos sorriram.

"Meu sonho se tornou realidade", disse Augusto.

"E qual era o seu nobre sonho, senhor?" perguntou Emery curiosa.

"Admirar você, tocar você, sentir você é minha maior felicidade", ele respondeu, e Emery sorriu, se aproximando dele e sussurrando suavemente em seu ouvido.

"Eu te amo, Gus", disse ela. O homem olhou profundamente em seus olhos e se inclinou em direção à sua boca, beijando-a lentamente com amor e ternura, enquanto um fogo apaixonado os envolvia. Era uma mistura avassaladora de emoções que os consumia. Quando interromperam o beijo, mantiveram suas testas unidas, sussurrando um para o outro.

"Eu te amo, Esmeril", disseram em uníssono. Ambos sorriram, saboreando o momento mágico que compartilhavam.

No entanto, a paz foi abruptamente interrompida por uma explosão ensurdecedora. Ao se afastarem, Esmeril percebeu que Augusto estava sangrando, atingido por um tiro disparado pelo próprio pai. Seu pai permaneceu imóvel, olhando para ela.

"Pai, o que você fez?", Augusto chorou em meio às lágrimas, enquanto o corpo inerte de sua amada caía da sacada.

"Um Carpter jamais fará parte da família Luffley", proclamou o pai, frio e implacável.

"Renuncio a esse sobrenome, renuncio a essa família!", exclamou Augusto, revoltado pela traição de seu pai.

"Você não sabe o que está dizendo", retrucou o pai em voz alta. Enquanto subia na borda da sacada, Esmeril o encarou com determinação.

"Pela eternidade,

seremos nós", disse ela, com a voz cheia de amor e coragem.

"Desça daí agora!", gritou o pai, mas era tarde demais. A jovem se jogou pela janela e caiu ao lado de seu amado, ambos encontrando paz eterna na morte.

Ao terminar a leitura, Marie olhou nos olhos de Junne, que estava chorando.

"Junne", Marie murmurou, preocupada com sua reação emocional à história.

"Desculpe, senhorita, que história triste", disse Junne entre soluços.

Marie tentou confortá-la com um abraço, ciente de que a história havia tocado profundamente suas emoções.

"Eles estarão juntos pela eternidade", comentou Marie, buscando uma perspectiva mais positiva.

"Não é justo, senhorita, eles deveriam viver esse amor", lamentou Junne, enquanto continuavam abraçadas. Em meio à tristeza compartilhada, Marie percebeu pelo relógio que já estava tarde, além do horário do jantar.

"Estou atrasada e nem me arrumei", disse a senhorita, revelando sua preocupação com seus compromissos. "Vamos, Junne, temos muito pela frente. E estou ansiosa para descobrir o que mais essa aventura reserva para nós", Marie disse, encorajando sua companheira a seguir em frente juntas.

E assim, deixaram a biblioteca para enfrentar os desafios e descobertas que as aguardavam no reino, enquanto a trágica história de Esmeril e Augusto ecoava em suas mentes, lembrando-os das consequências do ódio e da intolerância.

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