Admitir.

O sol começava a se pôr, tingindo o céu com tons alaranjados enquanto Marie e Junne se apressavam em direção ao palácio. O cansaço das brincadeiras e tarefas do dia era evidente em seus rostos, mas também havia uma centelha de felicidade e satisfação por terem desfrutado da liberdade.

" Já está tarde, preciso ir " Marie nem percebeu o tempo passar e o rei chegaria na manhã seguinte

Com passos rápidos, as duas amigas se aproximavam do palácio, sentindo a adrenalina correr por suas veias. Saltaram levemente, com agilidade surpreendente, sobre o muro que cercava a propriedade real. O som abafado de suas roupas roçando na parede de pedra ecoava no ar silencioso da noite.

Ao aterrissarem no chão do pátio interno do palácio, a respiração acelerada.

"Será que alguém percebeu a nossa ausência ?" Junne pergunta

"Acho que não " Marie respondeu porém uma voz ecoou

E elas se deram conta de que não estavam sozinhas. O coração de Marie pulou uma batida quando ela se virou para encarar o rei, Guikan e outros guardas, todos de expressões sérias.

O rei estava imponente, com a postura ereta e o olhar firme fixado em Marie e Junne. Seus olhos, normalmente calorosos, pareciam mesclar preocupação e repreensão.

"sim, nós notamos" o rei diz

Marie engoliu em seco, sentindo um leve arrepio percorrer sua espinha. Ela tentou reunir sua coragem e encontrar as palavras certas para explicar sua ausência.

" Majestade, nós... nós não queríamos causar problemas. Foi uma fuga momentânea para aproveitar um pouco de liberdade."

O rei permaneceu em silêncio por um instante, analisando Marie com um olhar atento. Guikan, ao lado do rei, tinha a expressão séria, mas também um traço de preocupação em seus olhos.

"Marie, eu entendo sua necessidade de explorar o mundo além dos muros do palácio, mas você sabe que sua segurança é importante. Todos estavam preocupados com vocês."

Marie abaixou a cabeça, sentindo uma mistura de vergonha e gratidão por aqueles que se importavam com ela.

" Me desculpe, majestade. Eu não pretendia causar preocupação."

O rei suspirou e seu semblante se suavizou ligeiramente. Ele caminhou na direção de Marie e colocou uma mão reconfortante em seu ombro.

"Eu entendo, majestade. E agradeço a preocupação de todos. Prometo que serei mais cuidadosa no futuro."

O rei assentiu, satisfeito com a resposta de Marie. Os guardas permaneceram em posição de alerta, mantendo-se atentos aos arredores.

" Muito bem, vamos todos voltar para dentro. Temos muito a discutir e há assuntos que precisamos tratar."

Ao entrarem no palácio, Marie observou Annia abraçando o rei, e uma onda de ciúmes percorreu seu corpo, refletida em sua expressão facial. Junne, percebendo a aflição de sua senhorita, cutucou-a discretamente, como uma tentativa de acalmá-la.

"Senhor", Marie chamou a atenção do rei, que imediatamente se mostrou preocupado com sua expressão angustiada.

"O que houve?", perguntou o rei, buscando compreender o motivo da inquietação de Marie.

Marie engoliu em seco, sentindo o receio tomar conta de sua voz enquanto ela formulava sua pergunta com cuidado.

"Será que eu e Junne poderíamos continuar indo à aldeia?", indagou Marie, esperando uma resposta positiva, mas ainda incerta sobre a reação do rei.

O rei olhou para Marie com um olhar ponderado antes de responder.

"Conversaremos sobre isso", respondeu ele, deixando uma possibilidade em aberto.

Antes que a conversa pudesse avançar, Annia, curiosa, interrompeu o momento, direcionando-se a Marie.

"Então, você sumiu esses dias por isso? Estava na aldeia?", perguntou Annia, tentando entender o motivo da ausência de Marie.

Marie respirou fundo, tentando controlar suas emoções enquanto respondia à pergunta de Annia.

"Sim, estive na aldeia. E parece que estou me sentindo melhor agora", afirmou Marie, buscando manter sua postura diante da situação.

Czar, que acompanhava a conversa, quebrou o clima tenso ao fazer um comentário descontraído.

"Parece que a aventura fez bem a você", disse Czar, com um leve sorriso nos lábios.

Annia segurou o braço do rei, demonstrando seu afeto e cumplicidade com ele.

"Agora, conte como foi a viagem", disse Annia, sorrindo para o rei, tentando desviar a atenção para algo mais leve.

"se me dão licença vou me banhar " antes que o rei a libere ela sai junne vai atrás de sua senhorita

"senhorita" caminha apressadamente tentando alcançar ela

No quarto, Marie olhou para Junne com um olhar de determinação, seus sentimentos reprimidos finalmente se manifestando.

"Eu não quero ela tocando nele!", desabafou Marie, com um tom de voz bravo, deixando claro seu desconforto em relação à proximidade de Annia e do rei.

Junne, surpresa com a afirmação de sua senhorita, questionou-a em busca de mais esclarecimentos.

"O que quer dizer?", perguntou Junne, buscando entender o motivo por trás da reação de Marie.

Marie começou a andar de um lado para o outro, expressando sua inquietação.

"Annia... Está mexendo comigo de um jeito que nunca senti antes. Eu realmente nunca me senti tão incomodada", confessou Marie, revelando a intensidade de seus sentimentos.

Compreendendo a situação

delicada, Junne não conseguiu evitar perguntar a pergunta mais óbvia.

"Você realmente gosta do rei?", questionou Junne, curiosa para saber o real alcance dos sentimentos de sua senhorita.

Marie suspirou profundamente, assumindo sua verdade.

"Sim, Junne. Eu gosto do rei", afirmou Marie, abrindo seu coração para a amiga de confiança, reconhecendo a complexidade da situação em que se encontrava.

Marie, ainda imersa em suas emoções e confidências a Junne, não percebeu a presença de Guikan próximo ao quarto. Ao ouvir as palavras reveladoras de Marie, seu coração disparou de susto e preocupação.

Guikan, que estava passando pelo corredor próximo ao quarto, ficou momentaneamente paralisado ao escutar as palavras da princesa. Seu rosto expressou surpresa e uma mistura de sentimentos difíceis de decifrar.

Marie, ao perceber a presença de Guikan, voltou sua atenção para ele, seus olhos suplicantes buscando desesperadamente uma solução para a situação.

"Guikan, por favor... Não diga nada ao rei", implorou Marie, sua voz repleta de angústia e desespero.

Guikan olhou para Marie, seus olhos revelando um conflito interno entre sua lealdade ao rei e a compaixão que sentia pela princesa. Ele ficou em silêncio por alguns instantes, ponderando suas palavras e as consequências de suas ações.

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