criando laços

capitulo 04

Marie e Junne, apesar das emoções avassaladoras, sabiam que precisavam seguir em frente. Elas se afastaram do abraço e se prepararam para enfrentar o restante da noite, conscientes de que o castelo guardava segredos e desafios que ainda estavam por vir.

Depois que Marie se apressou em se arrumar, tomando um banho rápido e escolhendo um vestido adequado para a ocasião, Junne a acompanhou enquanto desciam as escadas, percebendo que estavam uma hora atrasadas.

"Sua Majestade, por favor, nos perdoe, perdemos a noção do tempo", disse Marie, temendo a possível ira do rei.

Ele olhou para elas com curiosidade, como se estivesse tentando lembrar de algo.

"Você estava lendo?", ele perguntou, parecendo mais calmo do que esperavam.

"Sim, desculpe", respondeu Marie, surpresa com sua reação.

"Não tem problema", disse ele, surpreendendo-as ainda mais. "Por favor, sente-se."

Marie interpretou seu gesto como um convite e sentou-se no extremo oposto da mesa, longe do rei. A distância entre eles era tão grande que mal conseguiam manter uma conversa.

Naquele momento, Guikan entrou na sala de jantar e se ajoelhou ao lado do rei, sussurrando algo em seu ouvido. O rei se levantou, anunciando sua partida, e deixou Marie sozinha à mesa.

"Tanta comida, vocês não querem se sentar e comer?", Marie perguntou aos funcionários do rei, observando-os.

O mordomo olhou para ela com surpresa.

"Como assim, senhorita?", respondeu ele, visivelmente confuso.

"Por favor, é horrível comer sozinha, e a comida vai estragar. Sente-se comigo", insistiu Marie, determinada a quebrar as normas e oferecer alguma companhia a essas pessoas.

Os funcionários trocaram olhares incertos, sem saber o que fazer nessa situação incomum. No entanto, a perspectiva de desfrutar de uma refeição juntos parecia muito tentadora para recusar. Lentamente, eles começaram a se sentar na enorme mesa e compartilharam a comida.

"Senhorita..." Junne sussurrou ao lado de Marie, mostrando sua preocupação.

"O que foi, Junne?" Marie questionou, percebendo sua inquietação.

"Acho que o rei vai repreendê-la", ela respondeu em tom baixo.

"Eu não sei, mas não me importo. Desperdiçar tanta comida é um pecado", declarou Marie, determinada a desafiar as expectativas. Ela começou a conversar animadamente com os funcionários, enquanto eles riam e saboreavam a refeição.

O rei permanecia parado na porta da sala de jantar, observando Marie com um sorriso suave nos lábios. Seus olhos, antes enigmáticos e impenetráveis, agora pareciam brilhar com um brilho acolhedor. Os traços do seu rosto, antes sérios e severos, suavizaram-se diante da cena que se desenrolava diante dele.

A luz das velas lançava uma aura dourada sobre o salão, iluminando o ambiente

O sorriso nos lábios do rei era cativante, revelando um lado que poucos tiveram a oportunidade de testemunhar. Seu olhar atento pairava sobre Marie, acompanhando cada movimento e cada gesto de bondade que ela expressava. Era como se a simplicidade e generosidade dela tivessem tocado um lugar profundo em seu coração.

Os cabelos do rei, escuros e bem cuidados, caíam elegantemente sobre seus ombros largos. Seu porte imponente e altivo era agora acompanhado por uma aura de ternura e compreensão. Era como se a presença de Marie naquele momento, desafiando as convenções e compartilhando a refeição com os funcionários, tivesse despertado algo nele, algo que há muito tempo estava adormecido.

O rei observava Marie com olhos perspicazes, captando cada nuance de sua expressão e cada palavra que ela compartilhava. Seu sorriso se alargava levemente a cada momento, como se estivesse admirando uma raridade, algo precioso que havia encontrado.

Enquanto os funcionários interagiam com Marie, o rei não desviava o olhar. Seus olhos brilhavam com uma mistura de admiração e talvez até de gratidão. Era como se, através da bondade e coragem de Marie, ele vislumbrasse uma esperança de redenção, uma possibilidade de transformação tanto para ele como para o reino.

Os segundos pareciam se estender em câmera lenta, enquanto o rei continuava imóvel, mergulhado em seus pensamentos. Finalmente, Guikan o trouxe de volta para a realidade e ambos saíram

Marie, inconsciente da intensidade do momento que havia ocorrido, continuou sua conversa animada com os funcionários, alheia ao impacto que sua simples atitude havia causado no rei.

Uma vez que o jantar acabou, os funcionários retiraram a mesa.

"Vamos voltar para o quarto?", junne perguntou a marie, percebendo que estava ficando tarde.

"Vamos ao jardim por um tempo", Marie sugeriu, puxando sua amiga para fora do castelo. "Que noite linda."

Enquanto caminhavam pelos jardins, Junne percebeu o medo subjacente em Marie.

"Você está com medo, não está?", ela perguntou, preocupada.

"Estou aterrorizada, Junne", Marie respondeu, admitindo sua vulnerabilidade. "Estou tentando ser forte e parecer feliz, mas a verdade é que tenho medo do rei, das histórias contadas sobre ele, de viver sob o mesmo teto que ele."

Junne segurou a mão de Marie e a apertou suavemente. "Vamos superar isso juntas, Marie. Lembre-se, estou ao seu lado."

Marie sorriu agradecida para sua amiga, encontrando consolo na sua ligação inabalável. "Obrigada, Junne. Com você ao meu lado, sei que posso enfrentar quaisquer desafios que surgirem."

Elas continuaram a caminhar no jardim iluminado pela lua.

Elas continuaram conversando, buscando conforto uma na outra. Sentindo o cansaço de Junne, Marie a levou até uma árvore próxima e a fez sentar enquanto ela mesma subia na árvore. Desde criança, as árvores eram o lugar onde Marie podia ser ela mesma, se escondendo da madrasta e suas malvadas meias-irmãs. Nas árvores, ela se escondia e lia livros sem ser perturbada. Marie, apesar de ser filha de nobres, nunca foi tratada como tal.

"Tome cuidado para não cair, senhorita", Junne avisou, bocejando.

"Vamos para o quarto, Junne", Marie disse, descendo da árvore e ajudando sua amiga a levantar. Elas caminharam em direção ao quarto, exaustas pelo longo dia.

No meio da noite, Marie acordou e percebeu que Junne estava profundamente adormecida. Ela decidiu não acordá-la e, em vez disso, levantou-se da cama e caminhou lentamente em direção à porta. A insônia a assombrava desde a infância. Marie abriu a porta da biblioteca e sentou-se perto da lareira, pegando um livro de aventuras para ler.

A luz fraca da lareira iluminava a sala, criando uma atmosfera tranquila e aconchegante. Marie mergulhou nas páginas do livro, deixando-se levar pela história emocionante. As palavras ganhavam vida em sua mente, transportando-a para lugares distantes e fazendo-a temporariamente esquecer suas preocupações.

Enquanto lia, ela se sentia conectada aos personagens e suas jornadas, encontrando consolo no escapismo proporcionado pelas páginas impressas. O silêncio da noite envolvia a biblioteca, criando um refúgio silencioso onde Marie podia se perder em aventuras imaginárias.

Horas se passaram e, finalmente, Marie sentiu seus olhos pesarem de cansaço.

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Comments

Oswaldo Luiz

Oswaldo Luiz

não se apaixoneeee ah

2023-06-18

3

mirella

mirella

cada vez mais apaixonada, cada capítulo maravilhoso.

2023-06-18

9

Ver todos

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