bipolaridade

Capítulo 05

Marie adormeceu profundamente na biblioteca, imersa em sonhos e nas páginas do livro. O tempo passou despercebido até que, de repente, ela foi despertada por uma sensação de calor e um toque suave em seus ombros.

Abrindo os olhos, Marie encontrou o rei ao seu lado, segurando uma manta que ele estava gentilmente colocando sobre ela. Seu rosto estava sereno, e havia uma expressão de preocupação em seus olhos Marie sentiu seu coração bater mais rápido quando o rei se aproximou dela na biblioteca silenciosa. Seus olhos encontraram os dele, e ela pôde ver uma sinceridade genuína neles, quebrando as barreiras de suas expectativas sobre o monarca.

"Você adormeceu aqui", ele disse com uma voz suave, quase um sussurro.

Marie se sentou, um pouco surpresa com sua presença e a gentileza inesperada.

"Eu... eu sinto muito, Majestade

", murmurou, tentando reunir seus pensamentos. "Não pretendia adormecer aqui, é só a insônia..."

O rei a interrompeu com um gesto, sorrindo levemente.

"Não precisa se desculpar, Marie. Todos enfrentamos noites em que o sono nos escapa", ele disse, sentando-se em uma poltrona próxima.

Marie percebeu que ele a chamou pelo nome, algo que a surpreendeu. Ela se perguntou por que ele estava sendo tão gentil e preocupado com ela.

"Eu não quis perturbá-lo, Majestade", disse ela, sentindo-se um pouco desconfortável com a situação.

O rei balançou a cabeça.

"Você não me perturbou. Na verdade, fiquei preocupado quando não a encontrei em seu quarto e a vi aqui na biblioteca. Pensei que algo pudesse estar errado com você", explicou ele, sua voz cheia de sinceridade.

Marie sentiu seu coração se aquecer com a genuína preocupação do rei. Era difícil conciliar essa imagem com as histórias sombrias que circulavam sobre ele.

"Eu apenas tive dificuldade para dormir e decidi vir para a biblioteca", explicou ela, baixando o olhar. "Peço desculpas por causar preocupação."

O rei sorriu e estendeu a mão, oferecendo ajuda a Marie para se levantar.

"Não precisa se desculpar, Marie. Todos nós temos nossas batalhas internas. Eu sei como é não encontrar descanso durante a noite", ele disse, sua voz cheia de empatia.

Marie aceitou a mão do rei e se levantou com cuidado. Ela sentiu uma mistura de gratidão e curiosidade em relação a ele.

"Obrigada, Majestade. Eu não esperava esse gesto de bondade", disse ela sinceramente.

O rei a olhou com um brilho nos olhos.

"Talvez seja hora de desafiar as histórias contadas sobre mim, Marie. Nem tudo é como parece", ele sugeriu, antes de se levantar e se afastar lentamente.

Marie ficou ali, pensativa, enquanto o rei se afastava para dentro da biblioteca. Ela se perguntou o que estava por vir, quais segredos e revelações estavam esperando por ela nas sombras do castelo. Mas naquele momento, uma coisa estava clara em sua mente: talvez o rei fosse mais complexo do que as histórias o descreviam e, talvez, apenas talvez, houvesse uma chance de encontrar propósito e conexão inesperados no lugar menos esperado.

Durante o café da manhã, Marie notou uma mudança drástica no comportamento do rei em relação a ela. Ele a tratava com indiferença na frente da equipe, agindo frio e distante. Era como se a cena calorosa na biblioteca nunca tivesse acontecido.

Marie sentiu um aperto no coração, confusa e desapontada com essa mudança repentina de atitude. Ela se perguntou o que poderia ter causado essa reação e questionou se a gentileza do rei na noite anterior tinha sido apenas um momento passageiro.

Enquanto a equipe servia o café da manhã, o rei conversava com eles sobre assuntos formais, ignorando completamente a presença de Marie. Ela tentou disfarçar sua tristeza e continuou a comer em silêncio, evitando o olhar da equipe.

Depois de terminar o café da manhã, Marie levantou-se da mesa, pronta para sair e retomar suas atividades diárias. Ela decidiu que, independentemente da atitude do rei, não deixaria isso afetá-la. Estava determinada e não permitiria que sua indiferença a abalasse.

Enquanto se afastava da mesa, o rei finalmente quebrou o silêncio e falou com Marie, embora seu tom permanecesse distante.

"Espero que esteja se acostumando à rotina do castelo, Marie. Certifique-se de cumprir suas obrigações diligentemente", disse ele com voz formal.

Marie olhou para ele, respondendo com uma mistura de respeito e tristeza em sua expressão.

"Farei o meu melhor para cumprir minhas obrigações, Majestade", respondeu ela, sua voz mostrando um leve tremor de emoção contida.

O rei simplesmente assentiu, fazendo um pequeno gesto com a mão para que ela saísse. Marie se afastou da mesa e seguiu em direção ao corredor, sentindo um turbilhão de emoções dentro de si. Era difícil entender a dualidade do comportamento do rei, alternando entre momentos de proximidade e gentileza e outros de frieza e indiferença.

Enquanto caminhava pelos corredores do castelo, Marie decidiu que não desistiria tão facilmente. Estava determinada a descobrir a verdade por trás do rei e das histórias que circulavam sobre ele. Havia algo mais profundo acontecendo, e ela estava determinada a desvendar os segredos que envolviam o rei e o castelo.

Junne percebeu que algo estava errado com sua senhora e perguntou o que estava acontecendo. Marie decidiu não mencionar a cena na biblioteca e, em vez disso, disse que estava se sentindo um pouco desconfortável no ambiente desconhecido.

"Marie, você parece distante ultimamente. Está tudo bem?", perguntou Junne com preocupação.

Marie forçou um sorriso e deu de ombros, tentando minimizar suas emoções. "Ah, não é nada, Junne. Apenas me adaptando a este novo ambiente, sabe? Pode ser um pouco avassalador."

Junne demonstrou preocupação, mas respeitou a decisão de Marie de não insistir.

"Bem, se precisar conversar com alguém ou de qualquer ajuda, lembre-se de que estou aqui para você, Marie."

Marie assentiu com gratidão, apreciando o apoio de Junne.

"Obrigada, Junne. Eu realmente aprecio. Agora, vamos nos concentrar em nossas tarefas do dia."

À medida que as semanas passavam, Marie gradualmente construía um vínculo com a equipe do castelo. Ela passava tempo com eles durante os intervalos, ouvia suas histórias e compartilhava suas próprias experiências. Ela fazia um esforço para conhecer cada pessoa individualmente e aprender sobre suas vidas além de seus papéis no castelo.

Um dia, quando Marie entrou na movimentada cozinha, a equipe ficou surpresa ao vê-la. Ela caminhou confiantemente em direção ao chef principal.

"Bom dia, Chef. Espero que não se importe, mas gostaria de oferecer minha ajuda na cozinha hoje. Sempre gostei de cozinhar e adoraria aprender com os talentosos profissionais aqui."

O chefe, inicialmente surpreso, logo sorriu.

"Bem, Srta. Marie, será uma honra tê-la nos ajudando. Hoje, poderíamos usar uma mão extra. Seja bem-vinda à cozinha!"

Marie arregaçou as mangas e mergulhou nas tarefas culinárias em andamento. Ela picava legumes, mexia panelas e seguia as orientações dos cozinheiros experientes. A equipe da cozinha logo percebeu que a disposição de Marie em trabalhar ao lado deles era genuína e eles acolheram sua presença.

Depois de ajudar o chef, Marie caminhou em direção à biblioteca.

Marie estava na biblioteca, absorta na leitura de um antigo livro de poesias, quando o rei entrou na sala. Ela olhou para cima, surpresa por vê-lo ali. O rei se aproximou, sua postura séria e imponente.

"Marie, vejo que você também aprecia a tranquilidade deste lugar. Posso me juntar a você?"

Marie ficou momentaneamente sem palavras, mas assentiu, permitindo que ele se sentasse à mesa próxima. Embora mantivesse sua guarda alta, ela tentou não deixar transparecer seu desconforto.

"Claro, Majestade. Esta biblioteca é realmente um santuário para mim."

O rei observou Marie por um momento, seu olhar penetrante revelando uma mistura de curiosidade e talvez algo mais profundo.

"Notei sua dedicação aos estudos e seu interesse pelas artes. Admiro sua inteligência e paixão, Marie."

Marie agradeceu com um sorriso polido, permanecendo cautelosa em relação às intenções do rei

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