Capítulo 08

Minha prima me dar um chute por baixo da mesa e me fazer um sinal para me levantar. Dou a mão a ele e o acompanho até a pista de dança. E o mais engraçado é que começou a tocar Marília Mendonça – Leão. Não acreditei naquilo, amo essa música, mas fiquei curiosa para saber se ele tinha gingado.

Sua mão foi para o final de minhas costas, sua perna encaixou no meio das minhas e ele me conduziu naquela música maravilhosa. Ele não tinha só gingado, era erótico dançar com ele. Basicamente chamamos a atenção ali, mas eu já não estava mais prestando atenção ao redor, estava concentrada em nossa dança.

– Como se chama? – Ele me pergunta no pé do ouvido.

– Sem nomes, vamos apenas aproveitar, o que acha? – Digo atrevida.

– Por mim tudo bem. Mas pelo menos posso dizer que você me fascinou desde o momento que chegou? – Me afasto um pouco para olhar para ele.

– Você estar me observando desde o momento que cheguei? – Pergunto surpresa.

– Não tinha como não prestar atenção. – Mas uma vez ele fala no pé do ouvido e meu corpo se arrepia. Se com a voz ele estava fazendo aquilo, imagino o que faria com o resto.

Então a música acaba cedo demais. Nós olhamos mais uma vez e alguns batem palma, o que me deixa envergonhada, então ele me dar um beijo sem eu esperar, mas me vejo correspondendo aquece beijo. Quando sua língua pediu passagem para minha boca, meu corpo vibrou. Sua mão veio até minha nuca para aprofundar ainda mais o beijo e não tinha como não gemer naquele beijo. Porém, ele acabou sendo interrompido quando meu braço foi puxado de forma rude, me fazendo soltar do seu aperto. Aquilo me assustou, porque imaginei que ele poderia ser comprometido. Mas quando dei por mim se tratava do Matheus.

– Você estar louco, seu idiota? – Aquele homem partiu para cima do Matheus. – Você poderia tê-la machucado. – Porém, o Matheus o ignorou.

– Não faz nem uma semana que acabamos e você já estar se comportando como uma puta? – Nesse momento, não tive como me controlar, rodei a mão na cara dele, que não estava esperando minha atitude, então não teve como evitar. – Dobre sua língua para falar de mim, afinal eu ainda esperei para poder estar com outro e você, que ficou com minha melhor amiga enquanto ainda estava comigo. Você não tem mais nada com a minha vida, Matheus, então com licença.

Dei as costas a ele, e beijei novamente aquele homem, que não demorou a corresponder ao meu beijo, agora abraçando minha cintura, enquanto eu abracei seu pescoço. Jamais faria aquilo se não estivesse com muita raiva. Mas eu ia mostrar o que ele perdeu. Minha vontade era sumir dali, mas não daria esse gostinho para ele. Então, assim que o beijo foi interrompido agora por mim, antes de nos afastarmos, aquele homem se aproximou de meu ouvido.

– Quer sair daqui? – Apenas confirmo com a cabeça. – Você quer se despedir de suas amigas? – Confirmo mais uma vez. – Vou apenas avisar aos caras e te encontro. – Então fui até minha mesa e encontro minha prima revoltada, provavelmente porque viu toda a cena, e as meninas tentando acalmá-la.

– Estou saindo! – Aviso pegando minha bolsa.

– Você não vai estragar sua noite, apenas porque aquele escroto apareceu. – Camila fala super irritada. – Nesse momento aquele homem com quem estava dançando aparece em nossa mesa, então vou até minha prima e a braço.

– Não vou estragar minha noite, vou dar andamento ao nosso plano. – Então ela entende e se surpreende, mas logo tem um sorriso radiante no rosto. Abraço as meninas e sigo com aquele desconhecido.

Ainda não sabia seu nome e nem ele o meu, mas eu preferia assim. Teríamos uma noite de prazer e depois cada um seguia com sua vida. Talvez eu não tivesse coragem se o Matheus não tivesse aparecido, mas ele foi meu maior incentivador para seguir com o plano das meninas. Quem ele pensava ser para ainda acreditar que tinha direito de interferir em minha vida?

Assim que o manobrista chegou com o carro dele, ele abriu a porta para mim e aguardou eu entrar, então deu a volta e entrou no carro, agradecendo ao manobrista e deixando uma gorjeta com ele.

– Algum lugar específico? – Ele pergunta me olhando de lado, enquanto manobra o carro.

– Deixo a seu critério! – Eu simplesmente digo. Acho que ele não me perguntou nada sobre o que havia acontecido e nem desistiu de mim, porque escutou o que falei ao Matheus.

Depois de quase 30 minutos entramos na garagem de um hotel 5 estrelas. Fiquei me perguntando se ele apenas estava de passagem aqui, ou ele não quis ir para onde mora para não criar nenhum vínculo. Mas quando passamos pela recepção ele é cumprimentado por alguns funcionários, então deduzo que realmente deve estar hospedado no hotel. Percebi um leve sotaque, mas ele fala muito bem o português.

Quando entramos no elevador e ele aciona o andar, percebo que é a suíte, um dos últimos andares daquele hotel. Depois que o elevador fechou a porta, ele se vira para mim.

– Você estar bem? – Ele pergunta me analisando.

– Estou, sim, obrigada por perguntar. – Ele me encara, então mais uma vez nos beijamos ali dentro, mas não de forma contida mais. Estamos quase nos engolindo, quando a porta abre novamente e nos afastamos.

Um casal olha para nós dois, envergonhada, abaixo a cabeça, e ele me puxa para o seu lado e colar nossos corpos, beijando minha cabeça. Percebo que o casal viu o que estava acontecendo, e tinha um sorriso disfarçado em seus rostos. Aquele homem também. Acho que eu era a única envergonhada ali.

Então novamente a porta do elevador se abre agora em nosso andar, saímos de mãos dadas e ele ainda deseja boa noite ao outro casal. Chegamos diante de sua porta e ele volta a me beijar, a cada beijo meu corpo acendia e me surpreendi com aquilo, porque os beijos do Matheus não chegavam nem perto de fazer isso comigo. Precisei de ar, e sua boca desceu para meu pescoço, sua mão subiu pela minha cintura, porém quando estava prestes a apalpar meu seio, observei as câmeras, então o parei.

– Acredito que seja melhor entrarmos primeiro. – Falo fazendo sinal para as câmeras.

– Me perdoe por isso, é que estar sendo impossível ficar ao seu lado e não te desejar. – Ele fala me dando um selinho e agora abrindo a porta.

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