A partir deste capítulo, a autora seguirá relatando a história de acordo com o que aconteceu, visando os dois lados, mas usando os verbos na terceira pessoa.
Fiquei frustrado, eu não imaginava que Celso seria capaz de machucar a própria filha a tal ponto. Pedi que Helena chamasse o médico da Júlia e aguardei ao lado da cama de Isabelle, olhando para aquele ser frágil. O rosto é tão pequeno que cabe na palma da minha mão.
Helena retornou depois de um tempo e disse.
Helena: Sr Adriano, o médico não está em São Paulo. Ele viajou com a família para as festividade de Natal no Sul.
Adriano: Droga, tinha que ser fim de ano. Pede para o Antônio tirar o carro, vamos para o hospital. Pega os documentos dela e venha comigo.
Helena: Sim, senhor.
Fomos para o hospital e enquanto Helena fazia os procedimentos formais, segui com ela para o pronto socorro.
O médico de plantão olhou para a moça desfalecida nos meus braços e como eu sou conhecido dentro e fora do país e já me conduziu para a sala de exames.
Checou os sinais vitais, fez um teste de glicemia e percebeu que ela estava desidratada e com o teor de açúcar no sangue muito baixo. Chamou uma enfermeira que colocou um soro na menina e ficou conversando comigo. Ele notou na Isabelle os hematomas quando aferiu a pressão e fez perguntas de praxe, mas isso me incomodou.
Dr César Rabelo: Sr Adriano, é parente dela, por acaso?
Adriano: Sim. Ela é a minha .....
Eu não consegui falar a palavra esposa, pois esse termo era dirigido somente a Rafaela, embora ela não estivesse mais viva.
Dr: Irmã, filha???
Adriano: Cônjuge. - Foi o melhor que pude dizer.
Dr: O que houve nos braços dela, aqui no rosto também tá em hematomas. Do que se trata? Foi você quem fez isso?
Adriano: Não fui eu. Nos casamos tem 2 dias. Ela já chegou com esses hematomas na minha casa.
Dr: Por que não denunciou?
Adriano: Porque só estou vendo hoje.
Dr: Se casou há dois dias, mas não viu o corpo da sua esposa?
Adriano: Ela não é minha esposa.... - Eu não sabia como explicar, é complicado.
Dr: ...
Adriano: Quer dizer, é no papel, mas não na minha cama, se é que entende.
Dr: Não entendo, mas se está dizendo. Se eu fosse você, eu denunciava quem fez isso, pois sabe que isso é crime, não sabe?
Adriano: Sei, e como sei.
Helena entrou no quarto e paramos de conversar sobre issos. O meu rosto queimava e imagino que estava vermelho de raiva e o médico estava me "acusando" injustamente.
Adriano: Helena fica com ela. Eu preciso resolver um assunto.
Helena: Ok.
Helena estava meio estranha e imaginei o que seria. Ela deveria já ter ido para a casa dela passar o Natal.
Não perdi tempo e fui a delegacia e denunciei o Celso. De verdade, eu não queria me meter, mas o que ele fez com a menina foi injusto.
O delegado pediu que eu a levasse para prestar queixa, mas nas condições atuais dela é impossível, apenas mostrei as fotos que tirei dos braços e do rosto dela, e o pedi para entrar em contato com o médico, Dr. Rabelo.
Quando voltei para o hospital, Isabelle já estava acordada e uma lágrima derramava no canto do olho dela. Eu me aproximei e ela encolheu na cama. Eu me sentiu muito pior do que quando vi os hematomas. Ela estava com medo de mim?
Helena: Ela já está liberada, podemos voltar. O médico passou alguns analgésicos temos que comprar.
Adriano: Certo, vamos pra casa então.
Isabelle não pronunciou nenhuma palavra, ainda não sei como é a voz dessa garota. Ela apenas fez o que lhe mandavam fazer.
Saímos do hospital, Helena desceu, passou na farmácia e comprou os remédios e voltamos para a mansão.
Helena: Sr, vou ajudar a Isabelle no banho, em seguida eu desço para preparar alguma coisa para vocês comerem.
Adriano: Eu vou pedir um almoço, diga a ela que descanse.
Helena: Ela me pediu que te perguntasse se poderia dar a ela um celular. Ela está sem comunicar com ninguém desde que veio para cá.
Adriano: Eu vou providenciar.
Helena: Obrigada, Sr.
(Autora narrando)
Helena subiu para cuidar de Isabelle. A levou para a banheira e a ajudou no banho. Ela pode ver todos os hematomas no corpo da menina. Era de cortar o coração. Além dos braços e rosto, as costas, as pernas e até nas costelas tinham marcas de espancamento. Helena se segurou para não chorar enquanto cuidava da menina que estava sem expressão.
Helena: Filha, desculpa, a culpa foi minha por ter insistido para que fosse tomar o café da manhã lá embaixo.
Isabelle: Lena, você não podia imaginar que ele faria aquilo comigo. Ele me odeia, Lena. Acha que eu quero ocupar o lugar da falecida. Ele não se lembra que fui forçada a me casar pelo meu pai e ele concordou.
Ela falava e as lágrimas desciam pelo rosto inchado. Após terminarem, Helena ajudou a se vestir e penteou os cabelos de Isabelle.
Helena: Eu vou ficar com você, não vou sair daqui. Se precisar de qualquer coisa é só me falar.
Isabelle: Não precisa, Lena. Eu percebi que a sua família está te ligando querendo a sua presença. Pode ir. Quando voltar eu vou estar aqui, no mesmo lugar.
Helena: Não, meu bem. Eu não posso deixar você nesse estado.
Isabelle: Não se preocupa comigo. Eu não me importo de ficar nessa casa só com ele.
Helena: Eu não me sinto segura por deixar você aqui. E que tal você vir comigo?
Isabelle: Melhor não. Eu vou ficar bem. Agora com os analgésicos vou me sentir muito melhor.
Helena: Eu vou porque eles estão me ligando desde cedo, mas eu volto amanhã, tá?
Isabelle: Já disse para não se preocupar. Aproveita o feriado com a sua família. Bom Natal pra você.
Helena se despediu e saiu. Encontrou Adriano no corredor.
Adriano: Ela está vestida? Quero conversar com ela.
Helena: Sim, mas não sei se ela vai querer falar com o senhor.
Adriano: ....
Helena: Senhor, eu preciso ir, a minha família já me ligou e eu não...
Adriano: Pode ir, Helena, eu acabei me esquecendo desse detalhe.
Helena: Ok, volto amanhã.
Adriano: Pode voltar na segunda.
Helena pensou: Na segunda essa menina vai estar morta. Apenas sorriu e assentiu com a cabeça e saiu.
Tempo depois o almoço chegou. Adriano não se lembrou que eles não tinham almoçado e bateu com a mão no balcão quando se deu conta de que Helena tinha ido embora e a moça não tinha comido.
Adriano: Droga, ela não deveria ter ido.
Colocou o seu prato e comeu, deixou o resto no balcão e subiu, bateu na porta do quarto de Isabelle apenas para falar que a comida chegou, mas não houve resposta de dentro.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Mara Simone
não..ela tá com medo de mim imbecil
a garota tá fragilizada e vc só fala com ela dando coice igual cavalo
2025-03-26
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Eva Meireles
livro muito bem escrito,meus parabéns autora!
2025-03-14
3
Sandra Camilo
até chorei de emoção dela , que triste tadinha inocente
2025-03-30
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