Isabelle Garcia
O que o meu pai decidiu se cumpriu.
Estou me unindo a um homem pelo menos 15 anos mais velho que eu. Não queria nada disso, eu queria viver a minha vida.
De fato ele não é um velho asqueroso, como pensei que era, mas também não é nenhum príncipe encantado.
Assim que tudo acabou eu fui até o carro do meu pai e peguei a minha mala. Não trouxe muitas coisas, depois eu peço para a Juh levar para mim se precisar de algo.
Não quis me despedir do meu pai e nem da mamãe. Não quero conversa com nenhum deles. Eu os odeio com todas as minhas forças. A mulher que diz ser minha mãe não me ajudou, não esteve do meu lado a não ser para fazer as minhas malas. Ela não me deixou explicar para ela o que aconteceu e por isso estou com muita raiva dela.
O Bernardo parece que é um ... alienado... não teria palavra melhor agora para definir o meu irmão.
Depois que saímos de lá, fomos de carro para a mansão do meu "marido". O caminho foi rápido demais e totalmente silencioso. Não consegui olhar para a cara do homem no qual me casei. Ele também usava óculos escuros que cobriam quase todo o rosto, pude ver pelo reflexo do vidro.
Chegamos na mansão, e que mansão, e ele me levou direto para o meu quarto, parece que vou ficar presa de novo. Não consegui olhar na cara dele ainda.
Não vi nenhum movimento na casa, então acho que não tem ninguém além de nós dois aqui.
Fiquei muito desapontada quando ele veio me dizer que não seremos marido e mulher além do papel e que me fez um favor. E quem disse a ele que eu quero ser mulher dele? Homem mais convencido. E quando disse que eu era culpada e que poderia estar brincando de boneca com as outras crianças? Me deu uma vontade de falar umas verdades na cara dele, mas não o fiz.
Temi que se o respondesse o risco dele também me bater, sei lá, só a voz dele causa arrepios na espinha e o meu corpo ainda está dolorido demais, por isso fiquei calada.
Ele disse que se eu tiver fome que fosse na cozinha comer e disse que a filha dele está nos Estados Unidos com a babá....
Que tipo de gente que deixa os filhos viajarem com a babá?
Pior, ele tem uma filha que deve ter quase a minha idade. Vai ser difícil conviver, ou não?
Ah, Isa, pensa, o que vai fazer?
Assim que ele saiu do quarto eu fui conhecer o ambiente e vi que apesar do meu pai ser rico, a casa dele não chega aos pés dessa aqui. Vi também que no meu atual quarto caberia uns dois do lá da casa do meu pai.
Enorme. O quarto, o banheiro....o closet.... nem tenho tantas roupas para colocar aqui dentro.
A banheira é enorme e da para umas 3 pessoas ou mais tomarem banho juntas.
Pensei nos meus amigos. Eles iriam adorar um banho nessa banheira.
Fiquei um tempo olhando aquilo tudo e depois fui tomar um banho e dormir. Dormi tanto que só acordei no outro dia.
Quando me levantei olhei no aparelho da TV e vi que eram 10:30. Dormi demais.
Tomei um banho e me troquei. As roupas tem que ser de mangas compridas por causa dos hematomas, embora o calor dessa época do ano seja sufocante.
Após terminar de me vestir, passei uma base como a Juh me ensinou para esconder um pouco os hematomas no rosto, em seguida desci para comer alguma coisa.
Minha vida está um caos, mas já que não tem remédio, remediado está.
Agora é só esperar os dois anos passarem para que eu possa sair desse casamento inútil que o meu pai me obrigou.
Quando descia as escadas ouvi vozes e as segui. Cheguei numa enorme cozinha e as duas mulheres me encararam assustadas e uma delas até gritou.
Levei o maior susto.
Helena: Quem é você e o que está fazendo aqui?
Isabelle: Olá, eu sou a Isabelle. Sou a esposa do Sr Adriano. Estou com fome por isso estou aqui.
Helena: Esposa? Você tem o que, 15 anos?
Isabelle: Não, senhora, eu tenho 18. Acabei de fazer 18 anos, mas tive de me casar por conta de um mal entendido.
Helena: O Sr Adriano não falou nada sobre ter se casado, e nada sobre você...
Isabelle: Eu imaginei. Nos conhecemos ontem e ele já me deixou claro onde é o meu lugar. Só queria alguma coisa para comer.
A mulher me encarou de cima a baixo, a outra mais baixinha e gordinha, também me encarou. Após um tempo uma delas voltou a falar.
Helena: Senta aí, vou te servir. A propósito eu sou Helena a governanta e essa é a Rita, a cozinheira.
A outra mulher continuou me olhando de cima a baixo. Me senti fuzilada por uma cozinheira.
Isabelle: Prazer, senhoras.
Helena: O que quer para comer?
Isabelle: Qualquer coisa. Eu como qualquer coisa.
Ela me trouxe um prato com uma deliciosa sopa de macarrão com legumes e carne. Nunca comi algo tão gostoso na vida, e um copo de suco de goiaba.
Depois de estar satisfeita eu juntei as louças que foram sujas por minha causa e as lavei. Helena não queria me deixar lavar, mas a minha mão não vai cair se eu fizer isso. Eu sempre fui bem resolvida quanto a cozinhar, lavar, arrumar meu quarto. Eu sempre fiquei na cozinha com a Dirce e aprendi muitas coisas com ela.
Assim que terminei de lavar, ouvi o barulho da porta se abrir e o meu "marido" entrou como um furacão. Parecia estar nervoso.
Ninguém lhe dirigiu a palavra, acho que todos aqui tem medo dele. E eu também vou ficar quieta, que é o melhor que eu faço.
Esperei ele entrar num cômodo que acredito ser o escritório e fui em disparada para o meu quarto. Não quero que ele me encontre nesse estado de nervos que ele está agora, Deus me livre se ele me vê e queira me bater. Não sei se ele também é violento como o meu pai.
Entrei no meu quarto, tranquei a porta e liguei a Tv. fiquei horas assistindo uma série que eu queria muito ver e não vi quando apaguei.
Acordei no meio da noite e sentia muita fome. Mesmo com medo de encontrar o meu "marido", desci as escadas e fui fazer um lanche. Na geladeira havia comida, mas preferi só o sanduíche e um suco natural de graviola.
Comi e fui para o meu quarto dando graças a Deus por não encontrar aquele homem perverso. Escovei os dentes, tomei um banho para refrescar e fui dormir.
Acordei com uma batida na porta. Eram 8 horas da manhã. Me levantei e abri com medo, era a Helena. Ela veio me chamar para o café e ficou assustada quando viu os hematomas no meu rosto.
Helena: Aí meu Deus. Foi o Seu Adriano que fez isso? Ele nunca foi violento, ele foi capaz de te machucar?
Isabelle: Não, Lena, calma. Foi o meu pai. É uma longa história e não estou pronta para falar sobre isso ainda.
Helena: Tudo bem. Agora se vista e desça que o café está na mesa.
Isabelle: Tá bom, eu já desço. Lena, será que o sr Adriano se importaria de me dar um celular? Queria muito falar com os meus amigos, mas o meu pai tomou o meu e não me devolveu quando eu saí lá da minha antiga casa.
Helena: Por que não conversa com ele? Ele não é uma pessoa ruim.
Isabelle: Não é ruim? E se fosse então? Jesus... misericórdia. Eu não tenho coragem de falar com ele.
Helena: Ele só é um homem sofrido. Sofre pelo amor que sente pela esposa. Ele não deixou de amar a falecida e por isso parece ser bravo, mas no fundo tem um coração de ouro. Ele me contou por que se casou com você.
Isabelle: E o que ele disse? Que o meu pai me vendeu?
Helena: Não. Ele disse que o seu pai poderia manchar a sua reputação com o jeito dele. Ele se preocupou com você.
Será? Ele nem sabia quem eu era...
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Sandra Camilo
que ódio do pai dela , ele vai implorar o perdão dela
2025-03-30
0
Mônica Santos
sem perdão
2025-01-29
2
Andreia Carla
eles não são seus amigos
2024-12-27
1