Isabelle não sentia fome, não tinha vontade de descer e nem de ouvir a voz do homem perverso que se casou com ela para a humilhar. Ela tomou o seu analgésico, se deitou e dormiu.
A tarde acordou e sentiu um buraco no estômago, mesmo sem querer se esbarrar com o "marido", desceu para comer alguma coisa. Ela não se preocupou em maquiar os hematomas. Eles iriam sumir um dia, mas a dor que sentia pela humilhação do seu pai e do seu "marido" ela jamais esqueceria. Já tinha se decidido cortar os laços definitivamente com os pais. Quando o contrato acabasse, ela iria sair da cidade, do estado, e se possível do país.
Ela desceu e não viu ninguém, se sentiu aliviada por não ter ninguém por perto. Foi até a cozinha e viu a bagunça que Adriano tinha feito com a comida.
Pegou um prato e se serviu, colocou no microondas para esquentar e se sentou na mesa da cozinha para comer. Antes de terminar de comer a campainha tocou. Ela não queria ver ninguém, então deveria subir as pressas, mas antes de reagir a porta do escritório foi aberta e Adriano saiu de lá. Ela abaixou as vistas levou o prato para a pia e enquanto lavava ouviu a voz de uma mulher.
" Droga, vou ter que presenciar ele com as amantes aqui agora." Isabelle pensou.
Para a sua surpresa ouviu a voz do Adriano exaltada, e ouviu ele falar a palavra mãe. Ele estava bravo com a mãe.
Ela ficou quieta na cozinha, imaginava que a mulher, mãe do Adriano, fosse embora logo, mas para a sua tristeza a mulher veio até a cozinha dizendo que queria água.
Diana olhou para a menina indefesa e cheia de hematomas a sua frente.
Diana: Querida, você é a Isabelle? Eu sou a Diana mãe do Adriano.
Isabelle: Sim. Prazer conhecê-la.
A voz embargada, indicando que estava desconfortável era perceptível.
Diana: MEU DEUS... o que foi isso no seu rosto?
Isabelle levou as mãos no rosto e os braços ficaram visíveis.
Diana: Nos braços também, oh meu Deus quem fez isso com você minha queria?
Isabelle: Foi um mal entendido, desculpa. Não se preocupa com isso.
Diana: Adriano você já viu o rosto dessa moça?
Adriano veio da sala e viu nitidamente as marcas das agressões que antes ficavam escondidas sob uma grossa camada de base. Ele se assustou.
Adriano: Eu vi, mãe. Quem fez isso uma hora dessas já deve estar preso.
Isabelle arregalou os olhos em surpresa.
Diana: Graças a Deus. - se sentou pegando na mão da moça. - Filha eu vim chamar você e o meu filho para passar o Natal com a gente. Ele não quer ir de jeito nenhum, mas acho que vai ser ótimo para nos conhecermos melhor. Quero que se sinta acolhida na nossa casa e que saiba que é muito bem vinda.
Isabelle: Me desculpa, senhora, eu agradeço muito, mas eu não posso ir. Ainda estou com medicamentos e acho melhor ficar aqui mesmo dessa vez. Quem sabe ano que vem?
Diana: Vocês combinaram, não foi? Não querem mesmo ficar com a gente. Tudo bem! Ano que vem eu vou pra casa da Dandara.
Saiu batendo os pés revoltada que não conseguiu nada do filho e nem da nova nora.
Ela se foi e Isabelle também subiu. Ela se lembrou que amava o Natal e que aquela casa era tão fria e sem graça que nem parecia que era Natal.
Assim que entrou no quarto, ouviu uma batida, não queria abrir porque sabia que era o seu "marido" cruel, mas se não abrisse não sabia se ele poderia ser ainda mais impiedoso.
Abriu a porta e não tinha ninguém. Olhou para os lados e nada. Quando ia fechar viu um pacote no chão, o pegou e viu que era um moderno iPhone. Quase pulou de alegria. Finalmente iria conseguir falar com a sua irmã e os seus amigos.
Fechou a porta e entrou a largos passos e pulou na cama macia. Foi a primeira vez que notou que a cama era tão confortável. Talvez por sentir tanta dor no corpo, ela não percebeu o conforto.
Abriu a caixinha e viu que já tinha um chip instalado e que estava pronto para ser usado.
Conectou ao Instagram e whatsapp e logo foi falar com os amigos.
Fez uma chamada de vídeo com os dois amigos e percebeu que eles estavam comemorando o Natal em família. Se sentiu muito deprimida ao se lembrar que não teria nenhuma confraternização para participar.
Conversou com os amigos sobre o que ela achava sobre a armação de Celina e Augusto também concordou, levando Carol a pensar a mesma coisa.
Eles contaram a ela que o pai dela havia sido indiciado.
Carol: Eu soube que o seu marido o denunciou. O Bernardo me disse que o seu pai e a sua mãe estavam furiosos com o seu marido. Como é que ele é com você?
Isabelle: Ele é um troglodita. Insuportável, mesquinho, egocêntrico e tudo que é coisa que eu abomino numa pessoa.
Augusto: Mas é um super gato, não é? Eu pegaria fácil. -falou em tom de brincadeira.
Isabelle: Nem tive coragem de olhar no rosto dele. Não sei como ele é. Só sei que não é o velho careca e barrigudo que pensei que fosse.
Carol: Vocês vão se acertar, amiga. Você merece ser feliz.
Uma coisa que estava no contrato era que não podia contar para ninguém sobre o mesmo, senão o invalidaria e a multa era muito alta. Isabelle não teria dinheiro para pagar.
Isabelle: Talvez, amiga.
Carol: Amiga, vai fazer a matrícula da faculdade? Vai ser no início de janeiro.
Isabelle: Ainda não sei. Pensei em esperar o resultado do Enem sair.
Eles conversaram mais um pouco e em seguida desligou a chamada.
Usou o celular para ver as notas das avaliações de vestibulares que havia feito e viu as opções de universidade que poderia entrar.
A fome bateu e ela desceu para comer alguma coisa.
Havia ingredientes na geladeira, então ela fez um arroz, farofa de manteiga com bacon e calabresa e fritou pedaços de frango.
Ela estava comendo quando Adriano desceu.
Ele andou pela cozinha, coçou a cabeça, olhou para Isabelle e perguntou.
Adriano: Você cozinhou?
Isabelle: Sim. - Falou encolhida.
Adriano: Sobrou alguma coisa? Estou com fome.
Isabelle: Sim, eu vou servir ao senhor.
Adriano se sentou e Isabelle serviu-lhe uma porção generosa.
Ele comeu tudo e parecia que não tinha feito cócegas no seu estômago. Estava tão bom que ele queria mais, mas dessa vez não tinha mais nada.
Ela os serviu suco de laranja e em seguida juntou a louça e lavou.
Adriano se surpreendeu por ver que ela não era uma menina tão dependente, mesmo que tenha vindo de uma família de posses, ela sabia fazer atividades domésticas.
Depois de terminar a louça, Isabelle subiu para o seu quarto. Tomou o seu analgésico e se banhou, fez a sua higiene e se deitou. Estava sem sono, e então foi assistir TV.
Ela se lembrou que foi a primeira vez que olhou no rosto de Adriano, e embora fosse bem mais velho que ela, ele era realmente um homem muito bonito e atraente. Ela fungou e se lembrou também do que ele disse a ela quando ela chegou na casa dele. Ela deveria permanecer longe. Quanto mais longe melhor.
Adriano subiu e ligou para falar com a sua filha. Ela iria voltar em dois dias.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
ana
🧡🧡🧡🧡relendo
2025-03-15
0
Jesielma Ramos
ótimo livro
2025-03-15
0
New Biana2
até aqui tudo bom
2025-03-13
0