Pov Christopher Walker
Ainda estava digerindo tudo o que aconteceu no dia anterior, poucas horas antes, eu era um licantropo solteiro e bem resolvido com isso e com apenas algumas frases simples, passei a ter uma esposa que devia encher com um bebe lobo para a alcateia.
Talvez por esse motivo decidi adiar alguns dias meu encontro noturno com Angelique.
Quando a noite chegou e eu coloquei para dentro o último aluno que perambulava o corredor com uma advertência, voltei para casa, na esperança do Goblin já ter limpado, mas parece que andaram muito ocupados transformando meu lar em um circo.
- Mas que diabos! – gritei ao acertar a canela na mesa de centro da sala em completo breu\, acendi a luz com um movimento.
Ouvi risos vindo do quarto mais afastado, olhei em volta e vi cortinas vinho cobrindo bem mais que as janelas, quase do teto até o chão.
- Angelique?
- Estou aqui – sua voz estava esganiçada.
Ao chegar na porta do quarto, pude ver a pior cena possível. Angelique estava sobre uma alta escada, segurando o Goblin como um bebê enquanto ele balançava uma faca de manteiga, parafusando os trilhos.
Angelique estava suada apesar do tempo frio, havia prendido o cabelo em um coque e parecia cansada.
- Desculpe\, isso levou mais tempo do que previmos.
Ela começou a descer, era possível que caísse, eu poderia segurá-la, mas havia uma parede invisível naquela porta me impedindo, como se o quarto fosse proibido para mim com as luzes acesas.
- Pronto\, vamos jantar.
Ela passou por mim como se eu nem estivesse ali parado, com o Goblin a seguindo de perto feito um cachorrinho. Angelique se sentou e esperou, então me olhou com uma sobrancelha erguida antes de dar algumas palmadas na cadeira ao lado.
- Eu disse\, vamos jantar.
- Posso ficar aqui\, mas comi na Academia.
Angelique bateu as duas mãos espalmadas na mesa e se levantou de uma vez.
- Tínhamos um acordo.
- Não\, você tinha uma exigência. Não sei o que você espera conseguir com isso – me aproximei da mesa\, colocando minhas mãos sobre ela do mesmo modo que Angelique fazia – não somos um casal.
- Já notou que você usa “não” em cada frase?
- Não tente mudar de assunto.
- Está vendo? Sempre não\, não\, não. Chega. Diga algo positivo ao menos uma vez – sua voz era doce até mesmo zangada\, quanto mais ela elevava\, mais ofegante ficava como se estivesse prestes a chorar - Sei bem a natureza da nossa relação\, mas essa é a única chance que eu terei de me sentar á mesa com meu esposo\, então sente-se e pelo menos finja comer. Deu trabalho.
- Pois bem – ignorei seu ataque e me sentei a sua frente – mas vai me responder algumas perguntas\, a começar por: há quanto tempo é seguidora do Alfa?
- Não sou – Angelique esperou até que o Goblin nos servisse de uma comida um tanto suspeita\, bife mergulhado em litros de molho madeira e arroz que poderia rebocar uma casa. Ela sorriu e apontou para o prato.
- Explique – insisti enquanto cortava o bife duro.
- Eu só não me importo. Licantropos\, mestiços\, simpatizantes\, homens. São todos igualmente ruins. Então\, o Alfa me fez uma proposta e eu aceitei\, apenas isso.
Remexi aquele único pedaço cortado de carne sem a mínima vontade colocar na boca.
- Então ao invés de odiar um grupo de pessoas\, você odeia todos eles.
- Eu não odeio\, só não me importo.
- É a mesma coisa.
- Por que eu deveria ligar? Ninguém nunca se importou comigo\, o mundo é assim\, Walker. Cada um faz o que é melhor para si.
- Se casar com um homem que você não conhece para engravidar de um filho legítimo que nunca vai ter a chance de ver crescer\, é o melhor para você?
- Sim – sua resposta sucinta tinha uma confiança inabalável.
- Por quê?
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Atualizado até capítulo 138
Comments
Mellika Duarte
ele não gosta dela ainda
2024-11-10
1
Hilma Franco Sanch
até agora estou tentando digerir a história mas ainda não consegui entender espero mais pra frente entender melhor está muito confusa
2024-09-05
2
Valda Martins
Continue
2024-08-14
0