Capítulo 8

Depois de dar mais alguns beijos na minha ruivinha eu me despedi dela e fui pro meu apartamento, mas confesso que minha vontade era levar ela comigo e dormir agarradinho nela a noite toda.

Cheguei em casa já passava das duas da manhã, entrei devagar, fui até o quarto da minha princesa e ela dormia tranquila, abraçada ao seu ursinho rosa. Dei um beijo em seu rostinho e só aí fui pro meu quarto, tomar um banho e relaxar, antes de deitar na minha cama e sorrir feito um moleque apaixonado!

- Ah, ruivinha...- sorri ainda mais, e logo adormeci.

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Dias depois ...

...Sabe aquela sensação gostosa de estar apaixonado pela primeira vez, e se pegar sorrindo feito um bobo? Ah, é esse o meu caso!...

Eu, 31 anos, pai solteiro, velho de guerra.. parado em frente à uma escola, com um buque de rosas nas mãos, atraindo olhares de praticamente todas as mães , quando meu real motivo de estar aqui é uma aluna e ela não é minha filha.

Pareço até meio ridículo, eu sei. Mas não posso negar pra mim mesmo que eu estou muito apaixonado pela minha ruivinha.

Tentei pensar mais friamente por alguns dias depois do nosso primeiro beijo. Sei que nossa diferença de idade é bem grande, mas eu não consigo evitar, o que eu sinto é mais forte que eu.

A Dulce me deu um belo "sermão" por eu bater sempre nessa tecla da idade, mas isso é um pouco até de insegurança da minha parte. Só que um homem machucado como eu, sempre vai ter um pé atrás e eu preciso vencer essa barreira e ser mais confiante.

Não foi fácil me abrir de novo, na verdade está sendo uma batalha interna diária. O que aconteceu comigo, perder minha namorada no dia em que ficaríamos noivos, no dia em que iríamos assinar os papéis da adoção da minha pequena Ana Júlia, isso foi muito doloroso pra mim, me machucou muito e me deixou ferido demais, até porque, o corpo da minha mulher nunca foi encontrado e eu sequer pude me despedir corretamente. Fazem pouco mais de dois anos que tudo aconteceu e ainda me dói saber que tudo foi arrancado de mim de uma forma tão inesperada e prematura.

Mas eu finalmente estou me abrindo pra alguém de novo, e meu coração escolheu a Sara, mesmo que eu esteja em conflito pelas nossas diferenças...

Eu também sinto ela um pouco receosa, afinal ela prefere não rotular o que temos, e isso tem me feito sentir ainda mais inseguro.

Ela gosta de mim, isso eu sei, eu sinto. Mas sempre que tento falar sobre namoro ela parece travar e isso me deixa meio que pisando em ovos.

Então decidi fazer uma surpresa. Quem sabe assim ela não se sente segura com relação à nós dois.

Estou parado, encostado no meu carro, e ansiedade é o que me define nesse momento.

Depois de escutar muitos sorrisinhos das mães e até flagrar os olhares de algumas alunas e professoras, vejo um trio vindo sorridente em direção ao portão de saída.

Uma morena, uma loira, e no meio delas, a minha bela ruivinha, que assim que leva uma cutucada da morena, olha surpresa na minha direção e eu...cara, eu sinto toda insegurança sumir só com esse sorriso!

Ela dá um beijo nas amigas e caminha em minha direção,segurando as alças da mochila e sorrindo. Os cabelos vermelhos, presos num rabo de cavalo, balançam de um lado pro outro, exatamente como os de uma colegial...pois é isso o que ela é, meu caro André.

- Nossa, que surpresa maravilhosa! - ela diz, parando na minha frente e eu estendo o buque de rosas. - São pra mim? - seus olhos brilham e eu me perco na imensidão daqueles olhos tão lindos.

- São, espero que goste, minha princesa!

- Ai André, eu amei! - ela cheira as flores e me abraça e eu me sinto tão completo com ela assim, nos meus braços, que a aconchego mais no meu corpo, sem a mínima intenção se soltá-la. - Hum, que abraço bom! - diz com a cabeça encostada no meu peito.

- Sabe que pode ter quantos abraços quiser, não sabe? - digo, beijando seus cabelos e ela assente, me olhando e sorrindo. - Vim te convidar pra almoçar comigo, aceita?

- Sim! Mas antes preciso ligar pro Jaime e dizer que não precisa vir me buscar hoje.

Franzo a testa, mas quem é Jaime afinal?

- Calma, senhor ciumento. - sorri largamente. - Jaime é o motorista da minha família. Ele me busca na escola quase todos os dias, e às vezes meu pai é quem vem. Mas hoje seria o Jaime, então não posso fazer o coitado vir aqui à toa não é?!

Eu apenas assinto em concordância e ela pega o telefone na mochila e faz a ligação. Minutos depois, enquanto guarda o celular novamente, umas meninas se aproximam e, pela expressão nada boa da minha ruivinha, acho que elas não se dão muito bem. Sara vira de costas pra elas, ficando de frente pra mim, e sua expressão é de irritação.

- Sara, querida, não vai apresentar seu "amigo". - a garota diz em tom malicioso e faz aspas com os dedos.

Vejo Sara revirar os olhos e bufar, irritada.

- Cassandra e suas cobrianes...- bufa, ainda de costas. - O que você quer, assombração? Vai espantar em outro lugar vai. Não te devo satisfação da minha vida e muito menos tenho que te apresentar alguém, se orienta garota!

- Nossa, que grossa! - a garota diz, e as outras duas que estão com ela reviram os olhos. - Cuidado gato, essa daí tem carinha de santa, mas não se engane, é só a cara mesmo..

Vejo Sara fechar as mãos em punho e se virar, parecendo estar soltando fogo dos olhos.

- Calma, princesa! - me posiciono ao seu lado e seguro a mão dela, dando um aperto carinhoso. - Deixa isso pra lá, tem pessoas que não merecem nem um minuto sequer da nossa atenção. - olho as garotas com desdém. - Vamos? Temos uma reserva num restaurante maravilhoso e não queremos nos atrasar por motivos tão insignificantes, não é mesmo?!

Vejo um sorriso brotar nos lábios da minha linda e ela acena, concordando.

Quanto à garota arrogante e suas amigas? Saíram parecendo cuspir maribondos. O tempo passa e isso nunca muda, nas escolas sempre vai ter aquela panelinha que ama atormentar as pessoas e não suporta ver a felicidade dos outros.

Abro a porta do carro pra minha princesa e ela entra, mas assim que entro também, noto que ela parece triste.

Pego a mão dela e trago até meus lábios, dando um beijo carinhoso.

- Quer conversar? - pergunto, mas ela só dá um longo suspiro, e continua encarando a mochila em seu colo, apertando um chaveiro todo peludinho. - Sara, olha pra mim, princesa.

- Você não vai querer ouvir...- ela diz e logo vejo algumas gotas pingarem na mochila, e só então percebo que ela está chorando. - Talvez você nem queira alguém tão machucada na sua vida..

- Sara, por favor, não fala isso minha princesa. - seguro o queixo dela e a faço de olhar. - O que foi? Me fala, por favor.

- Eu não sou pura, André. - vejo o olhar dela ficar ainda mais triste. - E você sempre vai ouvir piadinhas sobre mim, porque minha primeira vez foi assunto de toda a escola! - ela chora ainda mais. - O meu ex, o cara por quem eu me apaixonei e em quem eu confiei, me iludiu, e depois de conseguir o que queria, terminou comigo e contou com detalhes pra todo mundo, todos os alunos, como eu fui fácil e como me entreguei pra ele no banco de trás do carro dele. Então se quiser parar com, seja lá o que nós temos, eu entendo. - ela afasta minha mão. - Você tem todo o direito de não querer uma garota considerada suja e vadia.

Ela nem me olhou, só tirou o cinto e tentou sair do carro, mas eu a segurei e a puxei pra mim, deixando ela chorar no meu peito, sendo o porto seguro que ela precisava, prometendo pra mim mesmo que nunca mais vou permitir que ela se sinta assim.

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Comments

Márcia Jungken

Márcia Jungken

acredito que essa praga está viva e aproveitando a vida, mas quando souber que André tem alguém especial, ela vai aparecer para incomodar os dois 🤔🤔

2024-04-15

7

Meire

Meire

Essa mulher está viva e vai voltar para atazanar a vida deles!

2024-04-30

0

Herica Nascimento

Herica Nascimento

Que bacana ;ele dando todo apoio que ela merece.🌻🤗

2024-04-30

0

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