André
Saí do hospital e fui direto para o Jardim Paulista, endereço nobre de São Paulo, onde fica localizado o escritório do pai da Sara.
Estacionei meu carro numa vaga em frente ao imponente prédio com paredes inteiras de vidro fumê.
Assim que entrei, um senhor muito simpático me recebeu, e quando me identifiquei, ele me direcionou ao elevador e disse que seu patrão já estava à minha espera.
Chegando ao último andar do prédio, saí do elevador e olhei ao redor.
Um amplo espaço, bem arejado e com perfume suave em todo o ambiente. Vasos grandes, com coqueiros ornamentais muito bem aparados, orquídeas espalhadas em várias mesas decorativas e uma grande sala com uma enorme mesa com várias cadeiras ao redor, então presumo que seja uma sala de reuniões.
Caminho em direção à uma mesa grande, em tom claro, onde uma senhora me recebe com um sorriso e me estende a mão.
- Dr. André Carvalho? - ela diz e eu assinto, aceitando o cumprimento e apertando sua mão. - Eu sou Adélia, secretária do Sr. Borges.
- Muito prazer, Adélia.
- Venha comigo, o Sr. Borges já o aguarda em seu escritório.
Ela sai andando e eu a sigo, até pararmos em frente à uma grande porta dupla, e ela abrir um dos lados e me anunciar. Ouço uma voz grave dizendo um "mande-o entrar", e logo a senhora me oferece passagem, em um gesto de mãos.
- Obrigado, sra. Adélia. - digo, ao passar por ela.
A senhora faz um leve aceno e fecha a porta. Quando me viro, um homem muito bem vestido se levanta da grande cadeira de couro, atrás da mesa de madeira escura.
- É um prazer enfim conhecê-lo, Dr. André. - diz, me estendendo a mão. - Eu sou Hernani Borges, pai da Sara!
- O prazer é meu, Sr. Borges. - digo, apertando sua mão e aceitando o cumprimento.
- Sente-se por favor, meu rapaz. - ele aponta a cadeira à sua frente e eu me sento, com a postura ereta. Ele se senta em sua cadeira e me observa por alguns instantes. - Aceita uma bebida? Café, chá...whisky?
Eu apenas assinto.
- Um café seria bom. - digo.
- Ótimo! - ele se levanta e vai até uma pequena bancada com uma máquina de expresso e põe duas cápsulas, depois de pronto, volta com duas xícaras fumegantes e um açucareiro, tudo em uma pequena bandeja.
- Açúcar? - pergunta, já adocando seu próprio café.
- Não, obrigado! Prefiro meu café puro.
- Um homem de gostos fortes! - Diz, me observando. - Gostei disso.
Eu pego minha xícara e dou um longo gole no líquido escuro, com sabor marcante.
- Bom, Dr.André, eu creio que já imagina porque o chamei aqui hoje, não é mesmo?
- Por favor, Sr. Borges, me chame somente de André, não precisa de tanta formalidade...
- Que bom, então pode me chamar de Hernani, eu prefiro assim, meu rapaz.
- Claro, como preferir. Mas, respondendo à sua pergunta, sim eu imagino que o assunto aqui seja sua filha Sara e o nosso relacionamento.
- Exato! Eu já estava ciente que minha filha estava se envolvendo com alguém, pois ela própria me disse que estava "conhecendo" alguém especial, e eu acredito que esse alguém seja você. - ele faz uma pausa e põe a xícara sobre a mesa. - Mas ontem, depois de assistir à Live onde ela falou mais abertamente sobre o assunto, eu me vi no dever de conhecer pessoalmente o homem por quem minha filha está nutrindo sentimentos.
- Eu entendo perfeitamente, sou pai e imagino que agiria da mesma forma com minha filha. Se bem que ainda espero ter muito tempo para me preparar, já que minha filha tem só 3 anos.
Ele dorri discretamente e me encara.
- Meu rapaz, se quer um conselho, aproveite muito cada fase da sua filha. Os filhos crescem muito rápido e quando vemos, já são adolescentes, jovens, querem tomar suas próprias decisões e abrir suas asas...- ele diz, pensativo. - Bom André, eu vou ser muito sincero com você. Eu te chamei aqui para saber se realmente tem intenções sérias com a minha filha? Porque você já deve estar ciente do que houve no processo relacionamento dela, e eu como pai, me senti muito mal em não ter previsto e evitado todo o sofrimento da minha menininha. - ele dá um longo suspiro.- Sara sempre foi muito doce, meiga e carinhosa, mas esse rapaz tirou a alegria da minha filha, e depois...bom, depois veio o acidente e a morte do meu pai, e isso mexeu muito com a minha filha...- ele parece bem triste ao lembrar.
- Senhor...quer dizer, Hernani, eu realmente sinto muito pelo seu pai. - digo, sincero. - Mas eu pensei que seu pai havia morrido por motivo de doença...
Ele respira fundo novamente, e dessa vez seu semblante se torna pesado.
- Meu pai estava realmente doente, mas um dia, ele resolveu sair de casa e levar a Sara e o Rodolfo, meu filho mais velho, até a praia...
Rodolfo? Mas eu não fazia ideia que a Sara tivesse um irmão mais velho..
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Atualizado até capítulo 46
Comments
Marilia Carvalho Lima
😞😞
2025-03-06
0
Rosemare Araujo
será que mataram o avô e irmão de Sara ??
2024-10-29
0
Joselia Freitas
👏👏👏❤️❤️💋💕🌺💞💯💯💯💞😘
2024-04-10
6