Capítulo 6

Nós ficamos tão entretidos no nosso momento que nem nos demos conta de onde estávamos.

E quando olhei em volta, Bianca parecia bem entretida, num cantinho mais "escondido", num beijo bem intenso com o outro amigo do Guilherme.

Aí o meu olhar cruzou com o da minha baby girl, que estava sentada no colo do Guilherme e me olhava com um sorriso discreto e num simples olhar eu entendi que me encorajava.

Eu e Duda tínhamos isso, essa sintonia única e nos compreendíamos sem precisar de palavras.

- Acho que sua amiga se entendeu com o Rubens. - André sorriu, apontando discretamente para o casal, que agora concersava juntinhos.

- Fico feliz por ela. Bianca é uma garota incrível e merece conhecer alguém legal, então espero que seu amigo não seja um idiota que só quer curtição, porque ela não é garota pra uma noite!

Vejo um sorriso se formar nos lábios do André, o que me faz desviar o olhar para sua boca, e eu sinto um arrepio gostoso percorrer meu corpo, e uma agitação inesperada me atingir.

- Não faz isso, ruivinha. - ele encosta a testa na minha novamente, fechando os olhos lentamente e respirando fundo. - Eu quero muito te beijar, você não imagina o quanto eu quero e o quanto isso me deixa assustado. - ele se afasta e abre os olhos, me encarando intensamente. - Nós precisamos conversar. Mas não aqui, porque eu quero que você saiba de algumas coisas à meu respeito.

- Coisas? - franzo a testa. - Você é casado? - pergunto, pegando a mão dele e olhando, em busca de aliança ou alguma marca que indicasse o uso recente de alguma.

Sim, tem muitos homens safados que tiram a aliança quando saem de casa e ficam com outras como se não fossem comprometidos.

Mas eu também sei que tem alguns que não usam aliança e são comprometidos e mesmo assim traem. Enfim, com ou sem aliança, o que importa é o caráter, porque um bambolê no dedo não garante fidelidade.

Sou tirada dos meus pensamentos com uma voz grossa falando próxima ao meu ouvido, quando André encosta o queixo no meu ombro e diz calmamente...

- Eu quero que você tire qualquer dúvida dessa cabecinha linda, porque não, eu não sou casado, noivo ou sequer tenho namorada. Meus únicos compromissos são com minha profissão e com uma pequena mocinha de 3 anos de idade que me chama de papai e eu preciso ser sincero, se você entrar na minha vida, terá que me dividir com ela e aprender a ser paciente comigo, pois eu tenho uma vida muito corrida. - ele me puxa e me abraça novamente, me apertando contra seu peito, me fazendo sentir aquele perfume gostoso e intenso que ele tem. - Eu sou um homem muito machucado, com medos e traumas muito profundos, com cicatrizes que eu escondo há muito tempo. Não sei a sua idade mas imagino que seja muito mais nova do que eu, e eu nem quero imaginar que isso seja um problema pra você...

- Isso não é um problema! - digo, com a cabeça encostada em seu peito. - Quando mais o tempo passa, melhor o vinho fica...- beijo meu peito, por cima do tecido macio da camisa. - E eu sou fraca pra bebida, mas aprecio muito um bom vinho!

Ele gargalha gostoso e sinto seu peito reverberar sob meu rosto.

- Gostei do seu senso de humor. - diz, ainda sorrindo.

- Mas eu não disse nada engraçado, doutor certinho!

Ele estreita os olhos pra mim, que mantenho meu queixo encostado em seu peito e olhava pra cima, já que ele é bem mais alto que eu e eu amo esse contraste entre nós.

Ele alto, com a postura imponente, os ombros e peitoral largos, os braços fortes e torneados., a barba e os cabelos escuros, com alguns fios brancos que o deixam extremamente charmoso e ainda mais atraente.

Eu, baixinha, com algumas sardas no rosto, os cabelos ruivos que contrastam com a pele branca. Não sou a típica "brasileira" cheia de curvas como a Duda, mas tenho meus atrativos e gosto do meu corpo exatamente como é.

Não sou insegura com minha aparência, mas sim com sentimentos e tento esconder, mas tenho medo de me apegar à alguém e ser rejeitada ou enganada. Por isso preferi ficar sozinha. Afinal, antes só do que mal acompanhada, e não quero ir com pressa, mas meu coração e meu cérebro parecem não estar entrando num acordo quanto à isso, já que meu corpo parece querer ficar aconchegado nos braços desse homem extremamente cheiroso e charmoso, sim, eu estou muito atraída pelo charme do meu doutor.

Depois de aproveitar muito nosso momento ali, abraçadinhos, sentindo o carinho do André, nós voltamos para as poltronas e, pra minha surpresa, ele fez questão que eu ficasse pertinho dele, que não soltou minha mão um minuto sequer, sempre acariciando o dorso da minha mão com o polegar, durante a conversa que engatamos com Duda, Guilherme, Bianca e Rubens. Vez ou outra ele beijava meu rosto ou minha mão, e isso me fazia sorrir instantaneamente.

Será que esse homem realmente existe ou é só sonho? Será que essa é a minha vez de ser feliz com alguém que realmente me valoriza?

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***