Capítulo 17

O sol estava de matar qualquer um, eu andava sem rumo por ali, mais já sabia muito bem pra onde voltar, mesmo que eu ficasse na rua onde eu havia ficado, mais pelo menos ali eu sabia que um refúgio ou talvez não....

Uma coisa se passava pela minha cabeça. mais como eu iria fazer isso? Eu estava perto da comunidade que eu havia ficado na entrada, andei mais um pouco até conseguir enxergar a entrada e os vapores com suas armas na mão.

Caminhei mais um pouco e vi que era os mesmo menino que estava de manhã quando eu saí daqui. me aproximei e me sentei ali na sombra onde tinha um cara com um fuzil encostado.

— aqui de novo mina? — perguntou o cara que estava do meu lado e eu apenas concordei dando de ombro.

Pela tarde mesmo com o sol quente o morro estava bem movimentado, tinha crianças brincando, pessoas indo pra escola. num bar que havia ali perto se escutava músicas altas e as mulheres com shorts curtos dançando pra os homens que estavam ali.

Sinceramente era decepcionante aquela cena, pois algumas mulheres que estavam ali, tinha apenas uma fita tampando o bico do peito. mais é aquilo, cada um faz as coisas do jeito que achar melhor e agente não pode fazer nada, a não ser ficar calado.

— Diz aí mina, o que você procura? — Perguntou um moreno que estava ali me encarando. dei de ombro novamente e limpei minha garganta respondendo.

— apenas criando coragem pra reconstruir minha vida. — falei. minha garganta estava seca, minha boca estava ressecada. eu conseguia imaginar o tão pálida e suja que eu estava. — como eu faço pra falar com chefe de vocês. — perguntei baixo, cheia de medo mais logo tratei de disfarçar.

A pior coisa da vida é você demonstra medo ou qualquer outro tipo de sentimento. as pessoas são esperta e te ataca naquilo que mais te machuca, no seu ponto fraco...

— Eu vou entrar em contato com ele. — falou pegando seu radinho e indo pra longe de onde eu estava.

Eu me questionava o que eu iria fazer? O que eu iria falar? As lembranças do Benjamin entrava na minha mente e me fazia questionar. e se o dono daqui for igual ao benjamin? Não importa o quão forte você seja, você sempre terá medo de ser machucada e sempre terá lembranças do seu pior pesadelo!

Vi o cara se aproximar com o Radinho na mão e ajeitando sua pistola na cintura, parando na minha frente.

— ele não está de bom humor não em. — falou me dando a mão pra levantar. mais eu apenas ignorei me levantando sozinha e saiu andando na frente até uma moto e eu seguir ele.

Subi na moto e ele foi subindo as ruas na maior rapidez, e o pouco que eu conseguia ver, pude perceber o quão organizado era a comunidade. respirei bem fundo tentando evitar que o medo me dominasse. eu estava indo direto pra toca do lobo e não estava sabendo lidar com isso.

Logo ele estacionou a moto em um beco que tinha cara armado pelas ruas vendendo drogas e claro viciados comprando. Desci da moto organizando minha roupa no corpo.

— Ele está te esperando, vou te esperar aqui qualquer coisa avisa. — falou e eu concordei. logo ele me deixou enfrente de uma sala e bateu na porta.

Escutei uma voz grossa responder pra entrar e assim eu fiz....

— fala o que quer que estou ocupado e não tenho tempo pra bobagens. — falou seco me olhando com olhar gélido.

Aquele olhar me causou arrepios. não de tesão, mais de medo, puro medo. respirei fundo e caminhei lentamente parando já frente da mesa onde ele se encontrava.

— Tudo bem não vou tomar muito do seu tempo. — falei me mantendo firme. — só queria um lugar pra dormi e algum lugar pra trabalhar. faço qualquer coisa, sou boa em matemática ou qualquer outra coisa. — falei rápido com um certo receio

Ele me olhou de cima a embaixo observando cada movimento meu, ele colocou a caneta na mesa e me olhou sério.

— o que te faz acreditar que eu vou confiar em você? Você pode ser um x9. — ele disse dessa vez olhando nos meus olhos e eu concordei.

Entendia ele, não podia se confiar em qualquer pessoa nessa vida que ele leva, e eu não entendi o que me fez vim aqui. talvez seria por não querer passar noites na rua sem comer, bebê e fazer minhas higienes.

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