Capítulo 13

A vida é como uma montanha russa. quando você acha que tá lá em baixo, ela te coloca lá em cima.

Quando eu achei que tudo tinha acabado. Deus me deu mais uma oportunidade. pra sofrer? Não sei. sinceramente não sei, mais lutei pra continuar vivendo. entre a vida e a morte entre cicatrizes e hematomas eu estou aqui.

Sai do hospital que fiquei durante duas semanas internada. fiquei com medo de ir pra rua, mede de a qualquer momento eles aparecer, e terminar o que não conseguiram.

Fui encontrada praticamente morta sem sinais vitais, com tentativas de me reanimar e com choques, eu voltei a respirar. Juro que quando acordei, fiquei tão decepcionada por ainda está viva, a decepção que fui inútil até pra morrer. uma coisa tão fácil e rápido.

Eu só penso em uma coisa, a hora de ir embora pra bem longe da aqui, de recomeçar a vida longe daqui, e tentar ser feliz. mesmo que isso seja algo difícil de acontecer, mesmo que toda essa merda que aconteceu eu não vá esquecer, mais quero pelo menos construir uma nova vida.

— você tem certeza que não quer ficar? Você não está recuperada menina. pode acontecer alguma coisa grave com você, olha esses ferimentos.— escutei o senhor que estava me atendendo.

Antônio é um senhor de idade, um ótimo médico. me atendeu e cuidou de mim como se eu fosse sua neta. mais pra um homem de idade, ele está muito bem conservado.

— tenho certeza sim seu Antônio, eu preciso ir embora, e eu assumo total responsabilidade do que pode acontecer daqui em diante. não precisa se preocupar. — falei firme e séria.

Mesmo ele sendo uma pessoa maravilhosa, eu não conseguia demonstrar nenhuma reação, nenhum sentimento, nada... Eu estava cheia de mágoas e medo.

Não era fácil descrever o que eu estava sentindo, não era fácil viver sabendo tudo que você passou, e mesmo assim se fingir de forte. muito pelo contrário, eu não fui, eu não sou, em meio as lágrimas e pedido de socorro, em meios a tentativas de fingir, de sair daquele inferno. eu fui fraca, mais quem entende? Eu passei por coisas que não desejo pra ninguém.. se é ruim, e difícil pra mim, que sou uma mulher feita, que sempre lutei pelos meus direitos, imagina pra uma criança que passa pela mesma situação?

Que tenta contar pra mãe, e que não acredita em suas palavras. imagina pra mim? Que vi minha mãe assistindo tudo e ainda por cima dormi com o cara que fez da minha vida um verdadeiro inferno.

Não vou ficar me dando como uma coitada, só falando da minha dor. vou usar isso pra me tornar uma mulher melhor, e mais forte. vai doer pelo resto da minha vida, porque eu sei que isso nunca vai se apagar da minha mente. Mais pelo menos ali em meios as lembranças teria consciência da mulher forte que irei me tornar!

— bom infelizmente não posso fazer mais nada, apenas torcer pra que fique bem. toma esse dinheiro que eu sei que não sabe onde ir, muito menos onde ficar. e isso vai te ajudar a tomar escolhas certas. —ele disse colocando na minha mão 5 notas de 100

— Obrigada seu Antônio mais eu não posso aceitar, eu vou me virar e não precisa se preocupar. — falei devolvendo o dinheiro, mais ele negou.

— Aceita menina, meu coração vai ficar tranquilo em saber que em alguma coisa eu pude te ajudar. aqui tem meu número, quando estiver segura e em um lugar tranquilo me avise. — falou deixando um papel na minha mão e logo saindo pra atender outros pacientes.

Mesmo eu sabendo que ele só queria meu bem eu não conseguia ter paz ali. qualquer pessoa era um inimigo pra mim, mesmo eu negando toda a ajuda dele e desconfiando do mesmo, eu simplesmente guardei o número e sai daquele hospital sem olhar pra trás.