Capítulo 19

— o que eu vou fazer? — perguntei respirando fundo, não estava feliz com a escolha que eu fiz, mais eu não tinha escolha.

Na situação que eu me encontrava, certeza que trabalha em algum lugar eu não iria encontrar. olha como é a situação, sempre julguei quem segue esse caminho pelo mesmo motivo que o meu e olha onde eu estou.

— primeiro vou te levar pra minha casa, lá tu toma um banho, come alguma coisa. pelo que imagino deve estar com fome. você descansa e depois conversamos sobre. — ele disse sério se levantando da cadeira e pegando suas chaves e armas que estava em cima da mesa.

Segui ele em direção da sua moto, ele falou com o cara que me levou até a boca.... Eu agradeci pela ajuda e subir na garupa da moto do cara que até agora não sei o nome.

Logo ele ligou a moto e foi subindo as ruas acima, ali tive a total certeza do quanto o morro era lindo e Alegre. nos muros tinha desenhos pintados, uns mais lindos que o outros.

Dei um sorriso leve, quando eu via crianças correndo atrás das outras brincando de bola ou até mesmo pega pega.

Ele parou a moto em uma casa grande, bem no topo do morro, a vista daqui era maravilhosa. descemos da moto e eu observava tudo, essa parte era calma não havia muito movimento e isso era bom

Não que eu não gostasse das pessoas, mais nesse momento eu preferia viver comigo mesma, não queria contato mesmo sabendo que eu não podia me isolar do mundo, mais eu não me importava mais...

— tem toalha e umas roupas masculinas no segundo quarto a esquerda, toma banho e vista até arrumar uma roupa do seu gosto. — ele falava enquanto eu olhava a casa por dentro.

A casa era linda e grande  nos tons preto, acinzentado, os móveis intercalados entre preto e branco deixando um lugar maravilhoso, sem contar que a casa era perfeitamente limpa.

— Tudo bem. obrigada mais uma vez por essa oportunidade, e por está me ajudando. — falei séria olhando em seus olhos  não dava pra negar o quão lindo ele era.

Ele apenas concordou com a cabeça e eu fiz o que ele falou, entrei no quarto peguei uma muda de roupa e fui ao banheiro sempre observando cada pedacinho da casa.

Tomei um banho calmo e senti todo peso que estava no meu corpo sendo amenizado com o banho, mais só parecia mesmo, porque logo voltou todo o peso que eu carregava e que eu sabia que jamais irá sair de mim.

...(......)...

— Me chama de Tay. — falou após eu tentar chamar, mais não sabia seu nome, agradeço tanto ele por tá me ajudando.

Eu estava vestida com uma camisa larga, uma bermuda de jogar bola.. estava me sentindo confortável de fato, já que  não havia nada marcando meu corpo, e também por saber que ele não me olhava com olhos de segundas intenções desde que conheci ele.

— quero que você seja sincero comigo, se eu vou te ajudar, apenas quero saber a onde estou me metendo. — ele disse, olhei em seus olhos, eles eram lindos isso era fato, mais como eu iria começar a contar a minha terrível história?

— É algo complicado, mais acho que a única coisa que você deve saber por enquanto, é que vim de são Paulo, fugida do meu ex marido. — falei enquanto eu tinha um olhar vago por um ponto específico da parede em um Ton claro.

Sentia seu olhar queimando em mim, mais nesse momento não queria olhar em seu rosto, eu me sentia envergonhada, só por lembra dessa parte da minha vida.

— tudo bem. quando estiver a vontade pra conversar estarei aqui pra escutar, agora descansa, amanhã o dia será longo. — ele disse, e eu concordei terminando de comer o que estava no meu prato.

Eu não sabia que estava com tanta fome até dar a primeira mordida no sanduíche, as vezes você só dá valor pra certas coisas, quando perde. só aí você começa a dar valor pros mínimos detalhes.

Ainda pior que a convicção do não, e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata, trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de có. está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência. porém, preferi a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie o destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

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