Capítulo 10

É tão torturante passar por uma situação que você não consegue ter o controle daquilo , a cada minuto que passava eu conseguia enxergar meu fim. eu só conseguia sentir dor. Amargura no coração que você chega não se reconhecer, você olha pra você mesmo e pensa.... eu não sou assim mais eu realmente não sou. Mais ai você olha que realmente atitudes, coisas que acontece com você que te fazem mudar quem você é... Olha o que tô passando durantes meses, e mesmo eu tendo fé, eu já não consigo enxergar um futuro!

Eu só consigo realmente enxergar que meu fim está mais próximo do que eu posso imaginar, eu só consigo enxergar a dor que estou carregando dentro de mim, e saber que agora é só eu. Eu me sentia horrível, eu me sentia fraca, me sentia a pior pessoa do mundo. uma pessoa que não tinha controle do seu próprio corpo, das suas próprias atitudes e o pior que não conseguia fazer nada pra mudar isso.

Eu podia gritar, podia pedir socorro, eu podia fazer qualquer coisa, mais ninguém iria me ajudar... Ninguém seria capaz de entrar na casa do DONO DA PORRA TODA pra simplesmente salvar uma pessoa.

Eu me sentia uma merda, me sentia suja. era como se eu fosse a pessoa mais suja desse mundo, eu queria tirar essa sensação, queria parar de sentir nojo de mim. mesmo toda vez que alguém me olhasse com desejo.

Queria tirar todo esse peso das minhas costa. mais como? Como eu iria tirar? Como que eu iria parar de me sentir assim?

Eu questionava tanto Deus mesmo pedindo socorro, mesmo eu perguntando o porquê? Porque faz isso comigo, porque deixou isso acontecer ? Porque você não me ajuda?

Era tanto questionamento que eu sabia que não teria resposta pra aquilo. eu sabia que por mais que eu fizesse tantas perguntas, eu jamais teria respostas.

Meu subconsciente vivia gritando, que aquilo era tudo culpa minha. Por eu ser assim, por eu sempre ter usado roupas curtas, por eu sempre fazer questão de mostrar meu corpo ou de sempre fazer questão de ter um corpo em forma.

Mais em outra circunstância, meu coração dizia que nada disso era minha culpa. mais aí ficava me perguntando. em quem eu deveria acreditar? quem eu deveria escutar?...

Mais perguntas e eu nunca vou ter resposta disso, eu nunca vou saber o que está certo ou o que estar errado. a verdade é que nesse momento, você só consegue ver o quanto você é um lixo de pessoa. que ver ali na sua frente pessoas passando a mão no seu corpo e simplesmente não fazer nada.

Pessoas ver aquilo acontecendo e nunca fazem nada. até quando? Até quando o mundo vai ser assim?

Tudo aquilo passava na minha mente enquanto eu via em meio as lágrimas, eles se aproveitando de mim, eles passando a mão pelo meu corpo, eles rindo, dizendo o quanto eu era gostosa, o quanto eu era apertadinha do jeito que eles gostavam.

Mesmo eu pedindo socorro, ninguém me ajudava. ninguém parava eles, ninguém olhava pra mim e via o quanto eu estava sofrendo com aquilo, ou o quanto aquilo estava doendo, mais não....

Realmente ninguém vai saber o quanto estava doendo. ninguém vai saber o quanto eu estava sofrendo. porque ali era eu, porque era eu que estava passando por tudo aquilo e não elas.

Chegou numa parte que eu já não aguentava chorar, não aguentava ficar perdido socorro, eu simplesmente fechei os olhos e esperei que tudo aquilo acabasse. e quando acabou, achei que ali eu teria paz.

Mais que tola eu fui por acreditar. que tola foi eu por acreditar que no inferno que eu vivia, as coisas iria se acalmar, e eu teria paz... depois que todos eles fizeram o que fez, começaram a me bater, me espancar. eu me sentia um verdadeiro saco de pancadas. Sabe aqueles sacos que você usa pra treinar box? Sim era esses saco que eu tinha virado.

— Gostou vadia? Gostou de ter recebido leitinho na boca? — perguntou chutando minha cabeça e várias partes do meu corpo.

— Pena que tem que morrer, eu iria adorado comer essa bücetinha, todos os dias e todas as noites. — falou outro me batendo com uma madeira que nem eu mesmo vi de onde ele havia tirado.

Eu não gritei, por mais que eu quisesse eu não gritei, por mais que eu quisesse chorar eu não chorei, por mais que eu quisesse pedir socorro eu não pedi. porque eu sabia que seria inútil. Como foi todas as vezes que pedi ajuda a minha mãe, a pessoa que eu achei que me amava, enquanto eu gritava pedindo socorro eu escutando seus gemidos de prazer enquanto transava com os dois nojentos ao mesmo tempo.

Como eu sabia? Pelo simples fatos dela sempre falar na minha cara com um sorriso mais filha da put@ do mundo, e me doía saber o que a minha mãe havia virado.

Quanto mais eu apanhava, mais eu pedia pra Deus me levar ali naquele momento, eu sentia meu corpo ser furado pelo prego da madeira, eu escutava todos eles rindo, falando até onde iria a minha marra de não gritar.

Mais pra que gritar? Pra que gritar sabendo que ninguém vai te ajudar? Pra eles ter mais prazer ainda de me bater? Se bem que quanto mais eles me baterem, mais rápido eu morreria. mais pra que da esse gostinho a eles?

Aos poucos eu fui sentindo meus olhos fechar, as vozes ficando longe. meu coração parando de bater.

Aos poucos eu fui enxergando a imagem do meu pai com um lindo sorriso, aquele mesmo sorriso que ele dava especialmente para mim, quando iria acordar ele pra ir trabalhar, ou aquele sorriso que toda vez me dava quando eu falava que tinha conquistado o que eu tanto queria.

Ali eu tive a certeza que acabou, que eu estava em paz. eu estava com quem realmente iria me proteger. ali eu soube que pelo menos uma vez em todos esses meses Deus havia realizado um pedido de socorro de me levar pros seus braços.

Era ali que eu me despedia de toda dor que eu carrego, de todos esses meses.

— obrigada papai por não ter me deixado ali sozinha sem o senhor, obrigada por ter me trazido até seu colo, como eu senti sua falta. — falei em meios as lágrimas. vendo ele sorrir e me abraçar do jeito que sempre me abraçou!

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