1#Blood Moon - Lua De Sangue ( Revisando)
♦️História contém cenas de violência e sexo, não recomendado pra menores de 16 anos. É de sua inteira responsabilidade se for menor da idade recomendada.♦️
🐺História não revisada, contém erros ortográficos e dês de já peço desculpas por ainda não ter revisado. Breve será revisada e terá algumas alterações.🦇
🧚 Divirta-se e uma ótima leitura. 🧚
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A floresta dormia inquieta sob o manto de uma noite que não era como as outras. Havia algo de errado no ar. A lua cheia tingia o céu com um tom rubro profundo, como se sangrasse silenciosamente sobre as copas das árvores, e os ventos — uivantes, cortantes — dançavam como espectros pelas sombras, fazendo as folhas sussurrarem segredos esquecidos.
Entre galhos retorcidos e raízes traidoras, uma jovem mulher corria. A capa vermelha que vestia se agitava como fogo sob a luz da lua, e em seus braços ela apertava contra o peito um recém-nascido, envolto em panos gastos. Seus olhos, marejados, reluziam mais por desespero do que pela claridade do luar.
Cada passo era um risco. Cada respiração, um lamento. A floresta, tão vasta e escura, parecia fechar-se ao seu redor — como se até os animais silenciassem diante do que estava por acontecer.
— Não deixem ela escapar! — bradou uma voz feminina ao longe, carregada de ódio e comando.
O coração da mulher acelerou ainda mais. Aquelas palavras não eram apenas uma ameaça. Eram uma sentença.
Ela se enfiou entre os troncos, desviando dos arbustos, até encontrar o que parecia ser uma toca cavada por algum animal — oculta entre raízes e folhas. Ajoelhou-se, tremendo, e olhou para a criança em seus braços. Suas mãos, trêmulas e feridas, envolveram o rostinho adormecido com ternura.
— Eu preciso te proteger... — sussurrou, a voz embargada. — Me perdoe por te deixar, meu amor. Este colar te livrará do mal.
Ela tirou de si um cordão antigo com um pingente opaco — um símbolo ancestral, de poder oculto — e o amarrou com cuidado ao redor do bracinho da criança. Depositou um beijo demorado na testa do bebê e, com o coração dilacerado, o cobriu com folhas e galhos, camuflando-o da visão dos que a perseguiam.
Levantou-se, levando apenas os panos, como se ainda os segurasse com o filho nos braços, e correu mais uma vez — não para fugir, mas para atrair os inimigos para longe.
— Ali! Ela está ali! Rápido, tragam o bebê! A lua está quase em seu zênite! — gritou a voz da anciã entre os troncos.
A jovem se aproximou da beira de um penhasco. O abismo diante dela era profundo, escuro, inalcançável. Atrás, sombras femininas emergiam da mata — suas irmãs. Vestiam-se em tons escuros, olhos brilhando como os da lua rubra acima.
Ela se virou. O rosto pálido agora era feito de pedra.
— Eu prefiro morrer a entregar minha filha a vocês!
— Lúcia, me dê a criança. Ainda há tempo. — disse a mais velha, estendendo o braço em direção aos panos vazios.
— Fique longe de mim! Eu nunca a darei a vocês!
Por um breve segundo, o tempo parou. O vento cessou. Até a floresta pareceu prender a respiração.
Então, sem hesitar, Lúcia se jogou do penhasco. Seu grito foi levado pelo vento, desaparecendo na escuridão.
Horas depois, pouco antes do amanhecer, o choro do bebê rompeu o silêncio da floresta como uma lâmina. Era um som frágil, mas carregado de vida. Uma mulher, de aparência simples mas olhos atentos, caminhava pela trilha próxima quando o escutou.
Seguindo o som, encontrou a criança — viva, protegida, envolta pelas folhas como uma oferenda esquecida. Seus olhos se estreitaram. Ela hesitou por um instante. Então a pegou nos braços com delicadeza.
A levou para casa e a alimentou, mas seu semblante permanecia indecifrável. Ela sabia que não podia ficar com aquela menina. Seus próprios segredos não permitiriam.
Assim, antes que o dia nascesse por completo, a mulher caminhou até a cidadezinha vizinha — MistFalls, um lugar escondido entre colinas e lendas antigas — e deixou a criança adormecida à porta de uma casa modesta. Tocou a campainha e desapareceu como sombra na névoa.
Naquela manhã, quando o casal da casa abriu a porta, não encontrou apenas uma criança.
Encontrou um destino.
🖤 1° Capítulo : Despedidas frias🖤
Dezesseis anos depois...
Mudar de cidade estava no topo da minha lista de piores ideias da humanidade — junto com salto agulha no asfalto e filmes de terror baseados em fatos reais. Mas ali estava eu, cercada por um mar de caixas, fitas adesivas e uma irritação latente que crescia como erva daninha no peito.
Meu quarto, que até poucos dias era meu santuário, agora parecia um campo de guerra pós-evacuação. As paredes vazias ecoavam o som das minhas próprias queixas e o cheiro de papelão seco já me enjoava.
— Mãe! Cadê minha bota branca? — gritei, empurrando uma pilha de caixas com o pé. A angústia na voz era real.
— Perto da caixa marcada 'escritório' ou ‘roupas da Sophie’. Leia as caixas, filha. Elas têm nome.
Dei uma risada seca, sem humor. Apoiei as mãos nos quadris e encarei as dezenas de etiquetas mal escritas.
— Super útil, mãe. Obrigada mesmo.
Me abaixei, remexendo com pressa, arrancando fitas com os dentes e empurrando as abas das caixas como se estivessem me desafiando. Quando finalmente encontrei a bota, sentei na beirada da cama e a calcei com força, como se estivesse calçando um pedaço de mim que ainda resistia a tudo isso.
— Anda logo, Sophie! Vai se atrasar pra escola! — a voz da minha mãe ecoou da escada.
— É meu último dia, qual o drama? — respondi alto, sem esconder a exaustão.
Ela surgiu na porta com os braços cruzados e aquele olhar de julgamento que só mães sabem fazer tão bem. Encarei-a de volta com o que restava da minha dignidade adolescente.
— Só porque vamos embora, não significa que você precise sair pisando duro por aí. Seus amigos vão querer se despedir. E você vai se arrepender se não for.
Fechei o zíper da bota devagar, olhando pra ela por baixo dos cílios.
— Você sabe que eu amo Los Angeles, mãe. Tudo que eu sou... tá aqui.
Ela suspirou, mas manteve o tom firme.
— E nós já conversamos sobre isso. Você sabe o porquê da mudança. Agora anda, ainda tenho o que resolver.
Revirei os olhos com vontade, pegando a mochila largada no chão.
— Já tô indo. Relaxe.
Saí do quarto com passos pesados, me despedindo em silêncio de tudo aquilo que conhecia tão bem.
☆゚.・。゚☆゚.・。゚
No carro, o silêncio nos acompanhou por alguns quarteirões. Eu mantinha o olhar colado na janela, observando os prédios e postes passarem como se estivesse tentando absorver cada detalhe e embalar numa caixinha dentro de mim.
Até que minha mãe quebrou o silêncio.
— Já pensou no que quer de presente de aniversário?
Suspirei, apoiando a cabeça no vidro gelado.
— Ainda faltam dois meses, mãe. Mas... — meus lábios se curvaram num meio sorriso enquanto uma ideia brotava — ...se for pra morar no fim do mundo, acho que mereço algo justo. Tipo... um carro.
Ela virou o rosto em minha direção com um arqueamento de sobrancelha clássico.
— Um carro? Não perde a chance, né?
— Pensa bem: autonomia, independência, você menos estressada porque não precisa me levar e buscar o tempo todo. Ganha todo mundo.
Ela riu, uma daquelas risadas breves e cansadas.
— Assim que a gente se instalar, vamos a uma concessionária. Mas só pra olhar.
Soltei um gritinho contido, me inclinando até ela com os olhos brilhando.
— Promete?
— Não é todo dia que minha filha faz dezesseis anos. — sorriu, estacionando em frente à escola.
Beijei seu rosto num impulso e desci do carro sem olhar pra trás.
— Você é a melhor, mãe. Mesmo.
— Teus amigos estão ali. Vai lá. E juízo, hein? Eu volto só à noite.
— Juízo é meu sobrenome. — brinquei, jogando o cabelo pro lado antes de caminhar em direção à entrada do colégio.
E ali estava eu, atravessando os portões pela última vez. A estrutura familiar me recebeu com um misto de acolhimento e melancolia. O cheiro da quadra, as vozes conhecidas, as risadas ecoando nos corredores. Doía mais do que eu imaginava.
— Sophie! Sua mãe desistiu? — Bruck apareceu do nada, empurrando a mochila no ombro com o habitual sarcasmo nos olhos.
Dei um sorriso torto.
— Ela diz que a cidade inteira lembra meu pai. Então, não. É definitivo.
— Isso não é desculpa pra te jogar no mato. — disse Riley, surgindo do meu lado e entrelaçando seu braço no meu. Seu perfume floral me deu uma pontada no peito.
— Ela acha que é o melhor pra nós duas. E eu... bom, tô tentando engolir isso sem parecer tão amarga.
— Então é oficial. Vamos perder você. — Riley suspirou, encostando a cabeça no meu ombro.
— Meu irmão vai surtar quando souber que a musa dele tá indo embora. — Bruck balançou a cabeça, já prevendo o drama.
— Já falei que o Saimon não tem chance. Ele é tipo... você. Eca.
— Ofensivo. Somos gêmeos, mas não clones. — ela fez uma careta ofendida.
— Pelo amor, gente. Gêmeos idênticos de sexos diferentes nem existem. — cortou Riley, com aquele tom de enciclopédia ambulante.
O sinal soou alto demais, quase como um aviso de que o tempo estava acabando. Entramos pela última vez juntas.
— Vamos pra sua casa depois da aula? — perguntou Riley.
— Claro. É nosso último dia juntas. Vamos aproveitar.
A tarde passou como um filme rápido, daqueles que a gente quer pausar só pra guardar melhor as cenas. Dançamos, rimos, revivemos lembranças, falamos dos garotos que amamos e dos que odiamos. E quando minha mãe chegou, parecia que tudo estava prestes a desabar de novo.
— Oi, meninas. — disse ela ao entrar, tentando soar casual apesar da exaustão.
— Oi, senhora Histon! — Bruck, sempre educada, fez um aceno respeitoso.
— Vão ficar pro jantar? Vou fazer pato.
— Obrigada, mas minha mãe tá me esperando. — disse Bruck, com um sorrisinho triste.
— E eu tenho estudo com meu pai. — murmurou Riley, enquanto calçava o tênis.
Fui com elas até a porta. A despedida pesou nos ombros.
— Eu vou sentir tanto a sua falta. — Riley me abraçou apertado, e por um momento me permiti fechar os olhos e segurar aquilo com força.
— Não sei o que será de Bruck Daltom sem sua melhor amiga! — disse ela, teatral como sempre.
— Chamada de vídeo existe, tá? Eu vou ligar sempre. Prometo.
— Promessa de irmãs? — elas estenderam os mindinhos.
— De irmãs. Pra sempre.
Nos abraçamos de novo. As lágrimas que não caíram ficaram engasgadas no fundo da garganta.
☆゚.・。゚☆゚.・。゚
No dia seguinte, o caminhão da mudança chegou ainda antes do sol se mostrar. Em poucas horas estávamos no aeroporto. E dez horas depois, pousamos em MistFalls.
A cidade parecia saída de um livro antigo: montanhas, floresta fechada, o céu eternamente cinza e uma névoa que não se dissipava nem ao meio-dia. Era bonita. Misteriosa. E estranha.
Minha mãe estacionou diante de uma casa amarela de dois andares.
— Preparada pra conhecer sua nova casa, não tão nova? — perguntou, desligando o motor.
Cruzei os braços, observando a fachada.
— Empolgadíssima.
Ela lançou um olhar de repreensão e eu apenas dei de ombros. Desci do carro pisando firme.
A casa era aconchegante. A sala tinha uma lareira antiga e a cozinha era toda aberta, conectada à sala de jantar. O tipo de lugar que grita “rotina pacata”.
— Pode escolher seu quarto. Mas aposto que vai querer o que tem banheiro.
— Mãe... isso nem é escolha. É direito.
Subi de dois em dois degraus. Escolhi o menor quarto — uma suíte com janela para a floresta. Silenciosa. Com cara de segredo.
— Esse aqui. É a minha cara.
— Comprei móveis combinando. Madeira escura e cama branca. Nada de rosa.
— Você me conhece como ninguém. Te amo.
Antes que ela pudesse responder, a campainha tocou.
— Quem será? — perguntei, franzindo o cenho.
— Provavelmente os vizinhos. Seja simpática. Aqui é assim.
Descemos. Ao abrir a porta, uma mulher morena, de olhos cor de mel e sorriso exagerado abraçou minha mãe como se tivessem voltado de outra vida.
— Tábata? — minha mãe riu. — Meu Deus! Quanto tempo!
As duas riram e se abraçaram mais uma vez.
— Essa é a Sophie.
— Nossa, como ela tá grande. E linda. — Tábata apertou minha bochecha. Eu engoli o incômodo e forcei um sorriso educado.
— Prazer.
— Vão jantar lá em casa. Já que acabaram de chegar, vai ser bom pôr a conversa em dia.
Seguimos até a casa dela. E assim que entrei, algo me fez parar.
Velas. Pedras. Incensos. Amuletos. Tudo meticulosamente posicionado.
A casa tinha cheiro de mistério. E eu senti... algo. Como se o ar fosse mais denso.
— Sophie, essa é a Sarah h .
Ela era linda. Pele bronzeada, olhos puxados, um sorriso suave.
— Oi, Sarah h . É bom te conhecer.
— Idem. Eu praticamente não tenho amigos por aqui. Você chegou em boa hora.
— Onde você estuda?
Ela riu, como se a pergunta fosse inocente demais.
— Aqui só tem uma escola. Amanhã a gente se encontra lá.
— Ótimo. Nada como ser a garota nova no meio do semestre. Que legal.
Rimos. E por um instante, me senti menos sozinha.
Depois do jantar, sentamos na varanda. Sarah h me contou histórias da cidade, dos moradores... algumas bizarras. Outras, curiosas.
Mas uma coisa ficou clara: MistFalls escondia mais do que árvores e neblina.
E eu estava prestes a descobrir isso.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Regiane Pimenta
sinto cheiro de bruxas
2024-04-05
1
animezin
eu to gostando da história comecei ler agora ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️
2024-01-24
1
graca lobo
nossa comecei agora mais já estou gostando
2024-01-15
0