| Mudanças

No dia seguinte acordei depois de uma noite mal dormida, pensando em como havia sido idiota de confiar. Louis havia preparado o café.

Louis: Espero que não se importe, eu só quis retribuir de alguma forma o que fez por mim. - A mesa estava arrumada, e com muitas variedades.

Beatrice: Essa mesa nunca viu um café da manhã assim. - Dei risada. - Estou morando sozinha a algum tempo. Acaba sendo solitário preparar tantas coisas e não ter ninguém...

Louis: Não gosta de estar sozinha não é?

Beatrice: Com o tempo a gente se acostuma. Eu sobrevivo com o café da esquina, e como passo o dia fora... Meu fogão é super descansado.

Louis: o meu pai sempre trabalhou muito. Muitas viagens, muitos finais de semana fora em conferências. Sempre senti falta dele nas refeições. Principalmente depois... - vi as lágrimas se formarem. - Desculpe, perdi a minha mãe a alguns anos, e ainda é difícil falar.

Beatrice: Sinto muito. - abracei ela e em seguida me sentei. Quando comecei a me servir a campainha tocou. Para o meu desprazer era Drake. Fechei os olhos e cerrei os punhos.

Drake: Bia...

Beatrice: Louis é para você! — ignorei e chamei Louis. Ela apareceu na porta, se jogou nos braços dele, e deu-lhe um beijo.

Drake: Princesa! - Ok ok, quase vomitei nesse momento. - Que saudades!

Louis: Desculpe vir sem avisar. - Ela disse, e foi impossível não ironizar pois se tivesse vindo a dois dias atrás me pegaria nua no apartamento dele. Ah é dificil controlar. A sensação de se sentir usada é terrível.- Mas uma coisa boa foi ter conhecido a Bia. - Ah Deus, ingênua demais.

Drake: Vá buscar suas coisas princesa. - ele disse. Louis foi para o quarto. Drake segurou a minha mão. - Bia...

Beatrice: Vai se foder Drake. - Eu o fuzilei com os olhos. Estava sentindo ódio. Não era minha responsabilidade contar para Louis, não era eu a ter firmado um compromisso com ela. Havia sido tão enganada quanto ela. Não sabia qual seria a reação dela, e sinceramente? Ja estava magoada demais para lidar com a dor de outro. Tentei pensar que estava colocando a máscara em mim primeiro. É o que a simulação do avião nos diz. E eu sabia que se falasee algo no estado em que me encontrava iria mais atrapalhar do que ajudar. E no final das contas, a outra era eu.

Vi eles saírem, irem para o apartamento deles. Tinha um nó na garganta. Havia confiado nele. Começado a me abrir.

No dia seguinte Louis veio se despedir de mim. Voltaria para casa, sem saber de nada, Drake seguiria fazendo o mesmo, e ela seria uma nova versão da Madelyn.

A tarde a campainha tocou. Inúmeras vezes. Drake me chamava.

Vencida pelo cansaço eu abri a porta.

Drake: Bia... Eu, eu posso explicar. Eu ia falar...

Beatrice: Sério? Olha Drake, você falou da porr@ das pastilhas de menta que odiava, mas não achava relevante falar que tinha uma noiva? Como pode Drake? Se acha o máximo enganando duas mulheres ao mesmo tempo? Você disse...

Drake: Beatrice... Você não é o tipo de mulher que se apresenta aos pais, e a Louis não é o tipo de mulher que é como você. Uma completa a outra. - Ele disse calmo. Como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Beatrice: Tem orgulho de me rotular não é? Quer saber, sai da porr@ da minha casa, você não merece nada de mim, e se cruzar meu caminho de novo eu não respondo por mim. - Empurrei ele para fora e tranquei a porta. Me joguei no sofá e chorei desconsolada. Lua até passou alguns dias comigo. Estava literalmente na fossa.

Drake se mudou algumas semanas depois, e o progresso que havia feito se tornou regressão. Era quase como humpty dumpty. Destinada a cair e se quebrar.

....♤....

Dois anos depois

Eu estava construindo um bom relacionamento com a minha mãe, ela até havia começado a namorar recentemente,estava de fato recomeçando. Ela estava muito diferente de quem era comigo. Estava pouco a pouco perdoando, e seguindo em frente. E era bom a sensação de não ser sozinha no mundo.

Já com meu pai, as coisas sempre eram mais tensas com ele, e depois que minha mãe o deixou, Mara havia assumido literalmente o posto, preferia o visitar na empresa do que na casa que cresci.

Nathan: Beatrice, pode me acompanhar hoje ao evento dos Stenfield? - Ele disse assim que entrei na sala dele.

Beatrice: Boa tarde pai. - disse.

Nathan: Desculpe Bia, é que esses contratos estão quebrando minha cabeça.

Beatrice: Quer ajuda? - Ele me encarou. Certamente pensando o que viria a seguir. Eu quase dei risada. Me sentei e comecei a trabalhar com ele. O meu pai me olhava com um misto de surpresa e orgulho, era a primeira vez que fazíamos algo juntos depois de tanto tempo, e esse olhar? A última vez que vi deve ter sido quando larguei as rodinhas da bicicleta. Passamos a tarde ali debruçados entre os papéis e o computador. Ele pediu café algumas vezes. Mas a surpresa foi quando trouxessem torta de morango.

Nathan: Ainda é sua preferida?

Beatrice: Existe outra melhor? - Nós damos risada.

Terminamos tudo, ele mendeu um abraço o que foi muito estranho. Segui para casa e me arrumei, coloquei um vestido curto e soltinho, com um decote drapeado e costas parcialmente nuas. E quando deu a hora ele mesmo veio me buscar.

Nathan: Esta linda filha. - Ele disse em seu smoking, seguimos para casa dos Stenfield. Esses eventos eram um porre. Sempre cheio de fotógrafos. Tirei as fotos ao lado do meu pai e passei os olhos pelo lugar. Lua não estava aqui ainda. Enquanto meu pai conversava com os engravatados eu subi.

Lua ainda estava escolhendo a roupa. E claro eu sabia que Santini estaria la em baixo. Então obriguei ela a trocar a roupa de freira que usava e descer.

Beatrice: Seja confiante Lua, levanta essa cabeça e ajeita essa postura pelo amor de Deus. - Disse ao descer as escadas.

Lua: Bia, vou te matar por me fazer estar vestida assim.

O pai de Lua veio buscar ela na base da escada. E enquanto eu assistia ela com as bochechas ruborizadas enquanto conversavam com Henrry, Emily e Santini eu bebia, Lua estava quase correndo daquele cerco. Nem percebia que Santini estava olhando fixamente para ela. Gael, filho de um dos sócios do meu pai me puxou para dançar. Vi Lua começar a beber demais, Todas as vezes que tentava ir até ela Gael me puxava. Até meu pai me tirou para dançar.

Até que quando enfim fiquei Livre Lua esbarrou em quem? Santini.

Santini: Cuidado menina... Os seus pais sabem que esta bebendo todas? Você já tem idade para isso? - Eu ouvi ele dizendo. Lua ficou vermelha. E não era de vergonha,conhecia ela muito bem. Estava com raiva.

Lua: Ah vai... - Ela disse. Fiquei só esperando a conclusão. - Para beber e para outras coisas. — So não faz né Lua. pensei. Santini da um sorriso de canto. E eu orgulhosa da minha amiga finalmente dizer algo para aquele homem.

Ele sai deixando ela, que se vira e volta para o bar. Mas ela já estava no limite perigoso então vou até ela.

Beatrice: Para beber e outras coisas? - Dei risada. Ela nem ouviu estava resmungando.

Lua: Você tem idade para beber - Ela diz resmungando e imitando a voz de Santini.

Beatrice: Lua, o que foi aquilo? Era você mesmo? - Eu falo dando risada.

Lua: Ele me chamou de menina Bia! Ele não me vê... Idiota.

Beatrice: Vamos fazer ele comer nas suas mãos... Agora vem. Vá tomar banho e deitar. Amanhã você vai ter a sua primeira ressaca. Estou orgulhosa menina.

Lua: Vai se fod&r Bia!

Depois que deixei Lua, no seu surto pós cachaça na cama, eu pensei em ir a uma casa noturna. Um desperdício ter me arrumado tanto para nada.

Estava chamando um táxi, quando um carro esportivo estacionou bem na minha frente. Era Breno Clark.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***