Capítulo 12

Peter

Depois de falar com a minha irmã eu tirei uma preocupação a menos, pois o dia amanhã seria cheio e ir fazer compras não acredito que seja algo adequado para uma criança com menos de um mês fazer, se bem que eu não sabia muito bem o que era adequado ou não para uma criança.  

– Se controla Peter, a situação está assim por uma escolha sua, você não pode reclamar – eu disse a mim mesmo assim que sai do meu apartamento para ir para o da Jane. Quando eu vi que o mesmo paspalho do restaurante estava ligando para ela eu senti um ciúme descomunal.

Nos minutos que se seguiram assim que o bebê acordou Jane começou a me ensinar como segurá-lo, confesso que foi a melhor e a pior coisa que me aconteceu na vida. segurar uma criança em meus braços mesmo sem ter certeza de que ela é minha foi uma sensação única, deliciosa, que despertou várias emoções.

Ele era pequeno necessitado de amor, carinho e proteção, me vi me questionando se eu estava pronto para isso, e me questionei também se eu seria capaz de abandoná-lo e seguir minha vida como se o dia de hoje não tivesse existido, e cheguei à conclusão de que não, eu não seria capaz de cometer tal coisa.

- A gente pode fazer assim – comecei após encontrar a solução incrível que eu achei para conseguirmos dormir, lutei com todas as minhas forças para não deixar um sorriso malicioso surgir em meu rosto – a sua cama é grande, podemos colocar John no meio e cada um dorme em uma ponta, assim não correrá o risco de ele cair.

- Você é muito cínico Peter – disse ela cruzando os braços incrédula – e eu achando que você estava levando a sério a minha ajuda

- Eu estou amor, eu juro que estou sem a sua ajuda eu estaria surtando em uma delegacia uma hora dessas – confessei e ela me encarava petrificada

- Você me chamou de amor novamente Peter – disse ela e não me encarou – por favor não faça isso.

- Perdão, prometo não fazer – assegurei mesmo sabendo que eu não seria capaz de manter tal promessa.

- Você me confundiu – disse – está me chamando de amor e fica parecendo que está me usando

- Giane, não diga uma coisa dessas por favor – eu disse magoado que pensava tal coisa, porém ela tinha todo direito

- Então para Peter, penso que tudo isso é pela ajuda que estou lhe oferecendo ou por ter me visto em um encontro com o Andrey – confessou aquilo que eu temia.

- Então era de fato um encontro? – indaguei engolindo em seco, saber disso me deixou mais abatido que eu estava esperando.  

Ela não respondeu e foi para o seu quarto, para a sua cama com John, e eu fiquei no sofá, o sono não vinha, eu lutava em minha mente para lembrar de Elis e nada acontecia, porém, eu nunca fui um sem vergonha, eu era bem seletivo com as mulheres e eu nunca saia e ficava com qualquer uma, com certeza não demoraria e eu iria lembrar.

Pela madrugada ouvi o seu chorinho, Jane parecia ter desmaiado de tanto sono e ela estava muito cansada, fui até lá e realmente ela parecia está em um sono muito bom, peguei John como ela havia me ensinado e fui até a cozinha fazer o leite como ela disse.

- Ok, John, tenho certeza de que eu fiz da maneira certa – eu disse lendo mais uma vez o que estava escrito no papel que ela deixou ao lado do leite dele – por favor garotão, que você não passe mal ok? Porque eu preciso conseguir cuidar de você, pois seremos só nós dois – eu disse enquanto me sentava no sofá e comecei a lhe oferecer o leite, ele estava faminto – queria poder contar com toda ajuda que Jane poderia nos dar, mas o cara que pode ser o seu pai aqui foi muito canalha com ela, entende? – Indaguei enquanto ele sugava com força a sua mamadeira – acho que você não entende né? Mas eu fiz coisas das quais não me orgulho,

Após terminar o seu leite eu sabia que tinha que lavar de imediato a mamadeira, mas eu faria isso depois, segui com ele para o quarto de Jane e me encostei na cabeceira da sua cama fazendo John arrotar, minhas mãos tão enormes pareciam pequenas quando eu o tinha no colo.

Com cuidado eu o coloquei ao lado de Jane, e a cobri e cobri o bebê também que não havia voltado a dormir após eu trocar a sua fralda que eu tenho quase certeza que eu coloquei errado.

Me afastei deles e me sentei em uma poltrona que tinha no quarto de Jane, eu ficaria ali até John voltar a dormir. John, até que é um bom nome, sorrir pensando no apelido que eu havia dado a Giane para irritá-la.

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