Capítulo 07

Giane

Peter parece confuso, e eu pareço estar ouvindo coisas.

– Quem diabos trás uma criança para a empresa Toby? – ele Indagou e o homem gaguejou algumas vezes.

– Diga a ele para me deixar subir ou que ele venha aqui, a encomenda é importante – uma voz feminina diz nervosa, eu encaro Peter ele mal consegue me olhar nos olhos

– Senhor Toby, pode deixa-la subir – avisei e desliguei o telefone

– Oque pensa que está fazendo Jane? – Indagou pegando no telefone de novo porém eu o impedi

– tem algo a temer senhor Peter? – indaguei e ele negou

– Claro que não, o que acha que eu sou? – Indagou e eu sorrir irônica

– um cafajeste, mulherengo e sem vergonha? – respondi enumerando com os dedos

– eu sou um homem solteiro posso sair com quantas mulheres eu quiser – disse e eu decidi me calar sentindo o baque das palavras – Giane

– você tem razão – falei dando de ombros – Eu espero Peter, que você não seja o meu vizinho.

– Porque? – Indagou nervoso – o que vai acontecer se eu for? Qual o seu problema com o vizinho, e como sabe que ele é homem?

– Eu posso enumerar vários problemas que eu tenho com o meu vizinho canalha – eu disse e ele engoliu em seco, porém a porta do seu escritório foi aberta com uma mulher segurando um bebê conforto nas mãos – Olá, em que podemos ajudá-la?

– Toma que o filho é teu – a linda mulher disse entregando o bebê conforto para Peter que parece sem reação, ele está parado incrédulo e depois gargalha

– que porr4 de brincadeira é essa? – ele diz e bate palmas após colocar o bebê conforto no chão – é você não é Giane? Já não bastava me fazer te ver com outro? Agora me faz esse tipo de brincadeira de mal gosto?

– Quem é Giane? – a mulher Indagou confusa – Olha, não faça ele chorar ou você vai ver, porque depois que ele começa não sabe mais parar.

– Meu Deus, eu lá quero saber o que fazer se essa criança chorar – gritou Peter e no mesmo instante a criança começou a chorar e foi então que eu o vi, ele tinha poucos fios bem ralinhos castanhos, os olhinhos azuis como os de Peter, eu era apaixonada por eles então eu os reconheceria de longe, a criança não passava de um recém nascido.

– Peter por favor se acalme, ok? – eu disse ele parecia nervoso demais, fui até ele e segurei em suas mãos – Calma, vamos resolver isso juntos, tudo bem?

– o prazo pra registrar a criança está acabando, ele já tem dez dias – a mulher disse e respirou fundo olhando para o teto evitando que lágrimas escorressem por seus olhos

– Onde está a mãe dele? – indaguei e ela chorou, eu apontei para o sofá e peguei o bebê conforto, ela me deu uma chupeta e eu consegui fazer a criança parar de chorar

– Morreu no parto – disse e o meu coração acelerou, eu podia sentir o quanto a situação era difícil para ela – e esse idiota parece nem lembrar dela.

– tem razão, ele é um idiota – eu disse e ouvi um rosnado de Peter que continuava encarando o pequeno Bebê – Qual era o nome dela?

– Elis, ela também era modelo – disse – ficaram juntos em uma viagem na França, onde ela engravidou. Eu estava em viagem, ela veio para um mês antes do nascimento para conversar com Peter.

– Peter – eu o repreendi

– não, acredito Giane, você vai pensar que eu dispensei alguém alegando que estava grávida de um filho meu? – ele disse nervoso – eu posso ser o maior filho da put4, mas eu nunca faria isso.

– Ela veio quando completou oito meses, já no desembarque Ela começou a sofrer com cólicas, ela tinha pressão alta também, descobrimos isso uma semana antes de tomar a decisão de te contar, ela era um doce e dizia que se aparecesse do nada alegariam que ela estava atrás do dinheiro, então criaria o filho sozinha, principalmente quando veio até aqui e descobriu que você estava morando no Brasil – a mulher explicou eu e Peter ainda parecíamos em choque, eu encarei o bebê dormindo e respirei fundo, o que será dele agora?

– você tem razão, eu não lembro dela, não sei nem o seu nome, e sim, provavelmente eu diria que ela estaria atrás do meu dinheiro – Peter falou e ele realmente estava sendo sincero – E como vocês tem certeza de que esse bebê é meu?

– Acredite, é seu – ela falou – faça o exame de Dna, se possível com urgência, ele já tem dez dias, então tem até cinco dias para ele ser registrado, consegui tirar ele do hospital porque era a mais próxima de uma família para Elis.

– isso não tá acontecendo comigo, não tá – Peter disso indo até a parede de vidro encarando a cidade lá fora ele parecia sem saber o que fazer.

– Eu sou modelo, hoje já perdi um trabalho, e não posso perder outros, eu não posso também cuidar de uma criança, sabendo que ela tem um pai, eu amo minha amiga, mas ela queria que ele ficasse aos seus cuidados, se não ela não teria vindo atrás de você – a mulher disse e tirou uma pasta com documentos da bolsa – aqui estão todos os documentos que vão precisar, inclusive o atestado de óbito de Elis

– Meus sentimentos – eu disse e lhe dei um abraço, a mulher chorou em seguida se afastou

– eu não sou nada e não posso oferecer nada para o pequeno, ele precisa além do nome, de uma família – disse se levantando.

– Ei volta aqui – Peter disse, mas a mulher saiu em disparada do escritório – o que eu vou fazer Jane?

– Primeiro um teste de DNA, e depois ser o pai e mãe que ele precisa – eu disse e ele me encarou incrédulo, o bebê resmungou na sua cadeirinha e então eu sorri – pelo tanto que ele resmunga eu acredito que nem precisa de um teste de DNA.

No mesmo instante Peter resmungou e eu sorri mesmo sabendo que a situação era seria, o que ele faria de agora em diante eu não sei, só espero que seja a coisa certa.

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