Capítulo 06

Giane

Percebi o exato momento que Peter se levantou, ele parecia em choque, Stella o segurou o impedindo de vir até mim. Não sei o que ela disse, mas ele se sentou novamente.

Durante o almoço eu foquei no meu mais novo amigo, ele era realmente um homem incrível, eu só queria que minha mente e o meu coração entrassem em consenso.

– Você está tão perto mais ao mesmo tempo tão longe – ele disse e suas mãos tocaram as minhas, era um toque quente, eu lhe ofereci um pequeno sorriso – posso te tocar mais ao mesmo tempo não posso te sentir

– Porque não podemos escolher por quem nos apaixonamos? – indaguei encarando nossas mãos unidas

Antes de ele responder ouvimos um barulho alto soar no salão do restaurante, Peter havia se levantado, aparentemente com mais força que o normal, ele mal me olhou e saiu.

– acredite querida, assim a vida não seria emocionante – ele disse e sorriu – eu iria escolher me apaixonar por uma senhora simpática já perto dos noventa anos, assim teria apenas uns dois por cento de chance de ela me trair

– misericórdia – eu disse e foi impossível não sorrir, tirei o meu olhar da porta por onde Peter passou e o encarei – você colocaria as dentaduras dela em um copo na cabeceira da cama?

– todas as noites – disse gargalhando, eu não entendia o que estava acontecendo comigo, eu estava em um bom dia, com uma companhia incrível, um almoço agradável, e ainda assim o meu coração dava marteladas doloridas pelo Peter.

Não podemos comer a sobremesa porque conversamos tanto que esquecemos as horas e tanto eu como ele já estávamos atrasados para voltar ao trabalho.

– Foi muito bom passar esse tempo com você Giane – Ele disse assim que estacionou na frente da empresa. Eu o abracei e lhe beijei a sua bochecha – Estou ansioso pelos próximos encontros

– você parece muito seguro de que terá próximos encontros senhor Andrey – brinquei

– Ah minha linda, um homem sem a sua confiança ele é apenas um menino – disse piscando para mim

Sorrir concordando e logo sai do carro, o meu coração dava grandes marteladas em meu peito, estava chegando a hora de ver Peter, dei apenas um aceno para Nelly, ela estava no telefone e subi.

Minhas pernas pareciam gelatinas que foram deixadas fora da geladeira. Eu sabia que ele me faria trabalhar mais do que vinha fazendo nos últimos dias.

Quando eu entrei em sua sala ele me encarou tão profundamente que foi possível ver a sua alma e a sua dor, eu a reconheci de longe era a mesma que a minha.

– Já voltei senhor, em quinze minutos começa a reunião e eu já estou indo organizar a sala – eu disse e ele apenas concordou.

Foi assim o restante do dia, Peter estava sem dizer nada, e o seu silêncio parecia gritar a toda instante, eu já o vi descontrolado, mas agora é a primeira vez que me assusta.

Forçadamente tivemos que fazer hora extra pois a última reunião foi as cinco da tarde e foi impossível não prolongar. Peter até mesmo durante as apresentações não dirigia a palavra a mim, mas eu sabia o que ele pensava, como agia e eu sabia o que ele esperava de mim como secretária.

Quando comecei a arrumar as minhas coisas para finalizar o meu dia eu vi um documento urgente em minha mesa que eu precisava entregar.

Pedi licença e entrei em sua sala, ela estava mais escura que o normal, depositei o documento em sua mesa e me virei para a saída

– porque nos machucamos tanto? – ouvi sua voz assim que eu toquei a porta. O meu corpo estremeceu e eu não soube o que dizer já sentindo falta do ar.

– Foi uma escolha sua – eu disse e me virei lentamente para encara-lo – você escolheu isso para nós não se esqueça disso

– eu já não sei mais oque eu faço – confessou

– eu estou vivendo, eu escolhi parar de sofrer e começar a viver, eu mereço isso, se você não acredita na inocência do meu pai você tem razão em manter distância, siga a sua vida – eu disse me sentindo Confiante por dizer tal frase

– está ficando cada vez mais difícil – disse – no Brasil era mais fácil fingir que você não existia apesar de que a cada batida do meu coração ele gritava o seu nome.

– Porque isso agora Peter? – indaguei – tudo isso só porque você me viu com outro homem?

– não é bem assim – tentou se justificar

– é sim, mas admita que essa raiva toda é só por isso – ele não negou então eu sorrir desacreditada – pois acostume-se, Andrey não sairá da minha vida tão facilmente.

– você do está usando o pobre coitado apenas para me enlouquecer – disse ele com raiva

– você fez isso Peter, como você mesmo vive dizendo, eu não tenho nada com você então deixa eu viver a minha vida em paz – pedi e quando ele foi responder o telefone da sua mesa tocou, ele só fez apertar em botão e eu pude ouvir a voz do senhor Toby

– Senhor Peter, acabou de chegar uma encomenda para o senhor – disse o homem, sua voz estava nervosa e ele parecia está perto de um bebê que resmungava baixinho.

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