Capítulo 05

Giane

Eu nunca tive irmão, mas já tive guerra declarada entre as coleguinhas de escola, se Peter acha que fazendo o que fez me faria ir atras dele ah coitado, ele não perde por esperar.

- Você tem que fazer isso por você Giane, não por ele – resmunguei alto para mim mesmo – mas quem disse que eu não vou fazer por mim? – sim, eu discutia comigo mesmo, eu era um clássico.

- Falando sozinha de novo? – Nelly disse assim que eu passei pela recepção, sorrir para ela e deixei um beijo em suas bochechas assim que me aproximei.

- O dia está tão lindo, você não acha? – eu disse e ela me encarou confusa

- Tem algo de errado – ela disse erguendo uma sobrancelha – ah, o meu irmão quer o seu número, apesar de amá-lo muito e achar que vocês seriam maravilhosos juntos eu não daria sem a sua permissão

- Você é maravilhosa sabia? – eu a disse dando outro beijo na bochecha, ela ficou mais assustada ainda.

- é caso de internação? – indagou e eu revirei os olhos

- eu só quero ser feliz Nelly, seu irmão parece ser uma pessoa incrível – eu disse e ela arregalou os olhos.

- não ouse usar o meu irmão – ameaçou

- eu jamais faria tal coisa, eu estou disposta a conhecê-lo verdadeiramente – assegurei e de fato era verdade, eu jamais esqueceria o meu “vizinho” se eu não tentasse.

Me despedi da minha amiga e fui para o meu andar de trabalho, não demorou muito o meu chefe chegou, e eu mal via a hora de arrancar esse sorriso irônico da sua cara

- Bom dia chefinho – eu disse e ele se espantou, a partir de agora será assim Peter, acostume-se.

Minha mãe estava certa, eu era jovem, cheia de vida, porque ficar em casa sofrendo por amor quando eu posso sair conhecer pessoas novas? Eu não vou deixar que ele me abale, e além do mais em poucos meses ele vai embora novamente viver a sua vida longe de mim.

Conversei com o irmão de Nelly e marcamos de nos encontrar no restaurante de minha escolha, é claro que eu escolhi o da família do meu amigo Kevin, eu me sentiria mais a vontade lá. Peter pedir para eu conseguir uma mesa para ele e a Stella lá foi realmente uma terrível coincidência.

Misericórdia, o homem era ainda mais lindo pessoalmente, diferente do Peter que mesmo indo para o brasil não voltou com a pele bronzeada, Andrey tinha a pele bronzeada, os cabelos loiros daqueles bem praiano e os olhos verdes bem escuros eram um charme a parte, ele realmente era lindo, só não era Peter.

- Você é tão lindo quanto Nelly, ela é mais linda, claro que minha amiga é linda, mas você misericórdia – eu disse e mordi os meus lábios – droga, eu não sei flertar, na verdade eu não sei conversar

- Você parece que está nervosa – disse e sua mão pegou a minha mesmo enquanto dirigia – nossa Giane, você está muito gelada.

- mas garanto que eu não tô morta – assegurei e na mesma hora me deu vontade de me dar um tapão quando ele começou a gargalhar – desculpe, eu realmente estou nervosa.

- Eu também estou nervoso – ele disse olhando nos meus olhos, o contato não demorou muito pois logo ele voltou a sua atenção para a direção – você é incrivelmente linda e percebo que tem um dom especial

- O de falar coisas erradas nas horas erradas – eu disse e mais uma vez ele sorriu

- Nada que saia da sua boca é errado, você é alegre, e está nervosa é compreensível, e além do mais você com a sua espontaneidade deixou o meu dia mais feliz, espero conseguir te proporcionar o mesmo – disse e o meu coração acelerou, não daquele jeito que acontecia com o Peter, porque eu fiz essa comparação? Acelerou porque eu fico envergonha e de fato estou feliz por estar fazendo alguém feliz – pare de pensar em quem não está pensando em você agora, só relaxe, ok?

- E como sabe que eu estou pensando em alguém? – disse e arregalei os olhos – não que eu esteja, quero dizer, eu estou, minha mãe fez uma viajem e eu penso nela a todo instante – mentirosa.

- Aposto que a sua consciência gritou agora um mentirosa em alto e bom som – disse e eu arregalei ainda mais os olhos, ele deu um pequeno sorriso de lado – vamos comer e nos conhecer, ok? Se tiver de me usar para esquecê-lo eu não me importo em ser usado, ainda mais se a gente for comer juntos tudo o que temos direito.

- desculpa, mas falar em comida até me deixou mais animada – eu disse e gargalhamos juntos, o meu almoço seria divertido. Andrey era um homem inteligente, interessante e divertido, sem contar que é extremamente lindo, tanto que arrancava uns olhares – você não gostaria de seguir carreira de modelo?

- se eu te contar que eu sou tímido você acredita? – disse e eu não acreditei, afinal ele anda com confiança, uma pessoa tímida jamais faria isso, pelo menos eu acho que não, eu sou tímida e não faço, dei de ombros.

Quando nos sentamos eu olhei para frente e vi Peter me encarando com raiva, ódio, ele parecia querer voar em cima de mim, dei um pequeno sorriso e acenei, em seguida olhei para o corredor que ficava o banheiro e engoli em seco, o sorriso sumindo dos meus lábios, e desta vez o meu coração parece que parou de bater, quando eu o olhei de volta ele sabia o que eu estava pensando. Ele nunca me magoou tanto como naquele dia, ele estar sentado com Stella não dói tanto como lembrar das suas acusações.

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