Capítulo 19

Marius fitzy narrando:

Já fazia alguns minutos que eu estava ali no hospital quando sinto meu celular vibrar, pego o mesmo e vejo serem as filmagens das câmeras da portaria.

Eu já tinha até esquecido.

Começo a ver as filmagens de vários ângulos, vejo quando Victoria sai do elevador e olha para uma grande quantidade de pessoas aglomeradas. Quando ela tenta se aproximar, um homem que não conheço a agarra por trás.

Por que ninguém fez nada?

O homem a arrasta e a joga em um carro, o carro do Cristian…

Espera, então ela não fugiu, ela foi sequestrada! Pelo Cristian?

Ela estava no carro na hora do acidente…

Começo a me desesperar, mostro o vídeo para meus pais e eles ficam em choque.

Por que Cristian a sequestraria?

Por um lado, estou aliviado por ela não ter fugido, mas por outro estou assustado, pois ela pode ter se ferido gravemente ou até ter… Se acontecer alguma coisa com ela, eu acabarei com Cristian, foda-se que ele é meu irmão.

A cada minuto que passava, eu estava ficando mais louco, nenhuma notícia e agora sabendo que ela estava lá, fico ainda mais preocupado.

Já tinham se passado horas, quando o médico finalmente veio falar conosco.

— Familiares de Cristian fitzy?

— Somos nós — disse mamãe — sou mãe dele, como ele está?

— Cristian continua em cirurgia, mas logo irá para o quarto — disse — temos uma boa e uma má notícia.

— Nos falei a boa, doutor — disse meu pai.

— Ele não corre nenhum risco de vida — disse, nos fazendo respirar aliviados — a notícia ruim é que ele infelizmente perdeu parte da perna esquerda.

Minha mãe começou a chorar, sendo amparada pelo meu pai. Eliza me abraça, tento confortá-la.

— O acidente foi bem grave, fizemos vários exames e descobrimos que Cristian dirigia sob efeito de drogas.

— Tinha uma mulher no carro? — pergunto para ter certeza.

— Sim, mas não temos a identificação dela — respondeu.

— Ela é minha mulher — falei — por favor, me diga que ela está bem?

— Ela está bem — suspiro aliviado — ela teve alguns machucados, mas nada grave, o carro acertou o lado do motorista, que era o lado onde seu irmão estava, a mulher estava do outro lado e por isso teve menos ferimentos.

— Fiquei sabendo que morreu alguém, quem era? — perguntei para tirar logo todas as dúvidas.

— Infelizmente, sim, o homem estava no carro com eles, ele estava no banco de trás, no mesmo lado de Cristian, sendo atingido pelo carro, infelizmente o homem não resistiu.

— Posso ver minha mulher? — perguntei.

— E eu posso ver meu filho? — perguntou mamãe, a mesma estava muito abalada.

— Seu filho continua em cirurgia, creio que esteja quase acabando, a mulher do senhor pode visitar, mas antes quero que passe na recepção para falar algumas informações pessoais dela — disse e eu assenti.

Após passar todas as informações sobre ela, finalmente pude ir até seu quarto. Ela estava tomando soro enquanto dormia calmamente, seus lábios estavam um pouco pálidos e ela tinha um curativo na testa.

Me aproximo dela e seguro sua mão, a mesma estava gelada, a levo até meus lábios e a beijo.

— Fico feliz que esteja bem — fiz carinho em sua bochecha — irei fazer Cristian pagar pelo que fez com você.

Me abaixo e beijo sua bochecha.

Fico mais alguns minutos lá e depois saí, vou até meus pais, que no momento estão conversando com um policial.

— O que está acontecendo? — perguntei.

— O Cristian irá ser intimado a prestar depoimento, assim como Victoria — disse mamãe — tudo indica que ele seja preso por uso de drogas, sequestro e excesso de velocidade.

— Mas como ele está no hospital e passará por um processo de adaptação, o mesmo irá responder em liberdade, mas terá que pagar uma fiança, uma que será bem grande — disse papai.

— Não quero que ele fique mais perto de Victoria, ele tentou matá-la, se ele não estivesse todo machucado naquele quarto, eu mesmo iria machucá-lo — falei bravo — irei entrar com uma medida protetiva para que ele nunca mais chegue perto da minha mulher.

— Calma, filho, você está realmente apaixonado por essa mulher — disse papai me abraçando.

— Eu… Sim, droga, eu estou muito apaixonado por ela — falei e ouvi sua risada.

— Amanhã sairá o resultado do DNA — comentou-o — o que irá fazer caso de negativo?

— Irei ficar com Victoria e assumir Helena como se fosse minha — falei — mesmo que eu não seja seu pai biológico, eu irei amá-la e cuidar dela como se fosse, aquela coisinha rosa que a cada dia me deixa mais bobo por ela.

— Você se tornou um grande homem, Marius, estou orgulhoso de você — disse papai me abraçando apertado.

— Eu também — disse mamãe, me abraçando depois.

[…]

Já fazia várias horas que eu estava naquele hospital, Victoria ainda dormia e talvez nem acorde hoje.

— Filho, vai para casa e tome um banho — disse mamãe — descansa um pouco.

— Não posso deixar Victoria sozinha — falei.

— Fico com ela, pode ir — disse. — Helena deve estar sentindo falta da mãe.

— Certo, irei para casa, ficar com minha filha e amanhã, antes de vir para cá, eu irei passar na clínica — falei.

Sim, ela é minha filha! Foda-se o resultado do DNA.

Assim, vou para casa e encontro Helena chorando, Leonor a balançava, mas não adiantava nada.

— Ainda bem que você chegou — disse ela desesperada — já faz um bom tempo que ela chora, creio que sente que aconteceu algo com a mãe.

— Vem com o papai — falei, me aproximando e a pegando nos braços. — Está tudo bem, princesa.

Aconchego-a nos meus braços e a balanço suavemente, lentamente ela vai se acalmando.

— Vou subir com ela para o quarto, a mesma já comeu algo? — perguntei.

— Já faz um bom tempo que dei um pouco de leite a ela, mas como aqui não tem mamadeira, a mesma não bebeu muito, tive que improvisar e ela bebeu bem pouquinho.

— Droga, eu havia esquecido disso, você pode ir comprar uma mamadeira para ela — falei e ela assentiu — a partir de amanhã quero que Helena tenha tudo que um bebê precisa, irei fazer uma reforma nesse apartamento e providenciar um quarto para minha filha.

— O resultado do DNA já saiu?

— Não, mas isso não importa… Não mais.

Assim subi com minha filha, quero quanto antes que tudo fique pronto, preciso também reformar o quarto e aumentar o closet para Victoria, agora mais do que tudo a quero do meu lado.

Ela e nossa filha, nossa família.

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