Capítulo 12

Marius fitzy narrando:

Já fazia algum tempo que eu estava acordado, quase não consegui dormir à noite, pois estava ansioso.

Então, após ter feito minhas higienes, saí do meu quarto e vou até o de Victoria, ela já estava acordada dando de mamar a coisinha rosa.

A pequena Helena parecia uma esfomeada, fiquei até sem ar de ver a garotinha fungando enquanto enterrava o rosto no peito da mãe.

— Bom dia — falei, atraindo seu olhar.

— Bom dia — respondeu e voltou a acariciar os cabelinhos da nossa filha.

Nossa? Eu a conheci ontem e já estou aceitando a ideia de ter uma filha, eu deveria estar surtando com isso.

— Daqui a pouco sairemos para a clínica — avisei — o café da manhã já está na mesa.

— Tudo bem, você pode segurar Helena para eu tomar um banho? — perguntou.

— Eu não sei segurar, posso deixá-la cair — falei assustado.

— É só ficar sentado aqui, rapidinho volto — disse.

Andei até a cama onde me sentei e logo ela se aproximou. A mesma me ensinou rapidamente como segurá-la e logo colocou a coisinha rosa nos meus braços.

— Já volto — assim ela pegou uma roupa das que eu havia comprado e saiu rapidamente.

Olho para a menininha nos meus braços, que se remexe um pouco, mas fica quietinha como se gostasse de estar ali.

Ontem mesmo, eu estava acordando na casa dos meus pais para ir para a empresa onde eu teria várias reuniões com homens engravatados, e hoje pela manhã estou de calça moletom, sem camisa e com uma bebezinha nos braços que pode ser minha filha.

E sabe o que é estranho? Eu estava gostando.

Senti algo molhado no meu peito e vi que a coisinha rosa estava mamando em mim, arregalei meus olhos.

— VICTORIA — gritei assustado.

— O que foi? — respondeu.

— A Helena está mamando em mim, corre — falei tentando afastá-la, mas ela fez um biquinho de choro — ela vai chorar.

Ouço sua risada e logo ela sai do banheiro vestida e com a toalha no cabelo. A mesma pega Helena, que começa a chorar, mas logo se cala quando sua mãe a colocou para mamar.

— Isso foi uma experiência estranha e traumática — falei, me levantando.

— Foi engraçado — falou sorrindo e me peguei encarando seu sorriso.

— Seu sorriso é lindo — falei e, no mesmo instante, vejo suas bochechas ficarem vermelhas — te espero lá embaixo.

Sai do quarto dela e fui para o meu, onde me vesti e desci para tomar café, me sento para comer e, depois de alguns minutos, Victoria desce as escadas com a Helena. A pequena menininha estava com um vestidinho rosa.

— Segure-a para eu comer — disse, já colocando Helena em meus braços.

— Você confia muito em mim — falei balançando a bebê.

— Ela gosta de você — disse — parece que ela já sabe que você é o pai dela.

— Ainda não sabemos — falei.

— Eu já sei, Helena também — disse enquanto sentava na mesa — só você que precisa ter certeza disso.

Ouço a campainha tocar e ando até a porta.

— Está aberta — falei, eu só tinha dois braços e os dois estavam segurando a bebê, não vou arriscar derrubar a coisinha rosa.

— Filho, você… oh! Meu Deus! — olhei para minha mãe que olhava de mim para a bebê.

— Estou segurando a Helena, olha como tenho jeito para isso — falei orgulhoso.

— A menina está toda torta — disse ela se aproximando — me dá ela aqui.

Não questionei, pois mamãe já foi tirando-a dos meus braços.

— Parece que estou segurando você quando era criança — disse encantada com a coisinha rosa.

— Mãe, ainda não sabemos se ela é minha filha — falei, mas as palavras saíram amargas na minha boca.

— Não sabemos, mas que se parece com você parece — disse, Helena no mesmo momento abriu os seus lindos olhinhos azuis. — realmente parece.

— Estou pronta — disse Victoria se aproximando da gente — ah, olá!

— Oi, sou crystal a mãe do Marius — disse minha mãe se aproximando.

— Sou Victoria — sorriu educadamente para minha mãe.

— Vamos — falei e elas assentiram.

Fomos todos para o meu carro, Victoria foi à frente com Helena e minha mãe foi atrás.

[…]

Assim que chegamos à clínica, já fomos diretamente falar com a doutora que iria recolher nosso fluido corporal.

Optamos por fazermos pela saliva, poderíamos usar outras coisas também, como sangue, unha e fios de cabelo.

Depois de já termos terminado a coleta, a doutora veio falar conosco.

— Quanto tempo leva para termos o resultado? — perguntou Victoria.

— No máximo duas semanas — disse a doutora — ligaremos para vocês avisando quando o resultado sair.

— Certo, se puder agilizar isso — falei e a mulher assentiu.

— Faremos o mais rápido possível — respondeu.

Depois dessa conversa, saímos de lá e andamos até o carro.

— Estou faminta — disse minha mãe — que tal irmos todos almoçar na minha casa?

— Vamos — falei olhando para Victoria.

— Querida, você irá adorar a comida da Leonor — disse mamãe se aproximando de Victoria — posso pegar?

A morena assentiu e minha mãe pegou Helena, que estava se comportando muito bem.

— Não quero incomodar Crystal — disse Victoria.

— Não incomoda — disse ela — Anton irá ficar louco quando ver a Helena.

— Papai ama bebês — falei sorrindo.

— Mas e se Cristian estiver lá? — questionou Victoria. — Sei que a senhora já sabe que não me dou muito bem com seu filho, quero evitar confusão.

— Cristian viajou — disse — hoje pela amanhã ele me ligou e me falou.

— Então vamos? — perguntei e elas assentiram.

[…]

— Fique à vontade querida — disse mamãe dando passagem para Victoria.

Dona Crystal ainda estava com a coisinha rosa em seus braços e não desgrudava da mesma de jeito nenhum, ela realmente gostou.

— Sua casa é muito linda — disse Victoria encantada olhando tudo atentamente.

— Que bom que gostou — disse mamãe.

Andamos até a mesa que já estava posta, meu pai já estava sentado na mesma, ele parece notar nossa presença e nos olha.

Seu olhar vai de Victoria para minha mãe com Helena nos braços, ele já sabe de tudo, pois mamãe não esconde nada dele.

Sei que deveríamos fazer isso em sigilo, pois podemos nos apegar ao bebê, e caso dê negativo o exame de paternidade, ficaremos decepcionados.

Mas Victoria me atraí, ela tem algo de especial, e tem a pequena Helena, que me encantou no mesmo momento em que pus meus olhos nela. Sinto que estou fazendo tudo certo, e mesmo sem saber, torço para que tudo isso seja verdade.

Será isso que me faltava?

Como uma coisa que aconteceu em tão pouco tempo parece tão certa…

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