O tempo não colabora com a gente quando trabalhamos muito, passa rápido demais e já estou na empresa há um ano.
Conquistei minha independência financeira e minha liberdade. Eu não ouvi falar mais no tal Miguel e muito menos notícias do Cristian.
Levo uma vida pacata e não saio de casa. Sou dedicada aos meus estudos e a minha filha que de vez em quando vem me visitar com os meus pais ou com Diogo. Eu também vou uma vez por mês ao interior e não preciso mais ir de ônibus. Uma mulher livre e desimpedida.
Chego na empresa e está um alvoroço, será feita uma reunião com todos os setores de produção das lojas e parece que o império ruiu, a antiga dona se divorciou e o marido ficou com as empresas, ela ficou com poucas coisas, pois foi provado sua traição e desonestidade na administração.
Ele é um poderoso magnata, administrador de grandes empresas e ramos de confecção. Dizem que é um carrasco nos negócios e gosta de ver produções e lucros.
Gabriel está eufórico, uma pilha de nervos com medo do novo chefe. Estou tranquila, faço meu trabalho e tenho muita coisa inovadora para mostrar.
Nossa equipe será a última a se reunir com ele, somos em oito, designer e estilistas, equipe de produção e marketing.
Trabalhamos desde o desenho até a montagem dos luques para a divulgação. Montamos as coleções e escolhemos os tecidos.
__ Estou pronta para encarar o poderoso chefão e seja o que for nada mais me abala.
Falo brincando com Gabriel que está tremendo. A diretora do setor nos chama e dá uma prévia de como será a reunião, não podemos interromper "vossa alteza" e só respondermos o que nos for perguntado. Ele não gosta de sorrisinhos e muito menos de conversas paralelas. Temos que chegar, sentarmos e aguardar em silêncio até ele aparecer.
Eu me senti indo ver o Papa, só faltava, termos que lhe pedir a benção.
Caminhamos para a sala de reunião no último andar do prédio e como se não bastasse é a última sala no corredor, me sinto andando numa passarela com beldades. Eu não sei porque mas estão todos vestidos impecáveis para uma reunião. Eu não fiz essa produção toda, estou preocupada com a minha qualificação e não como eu devo agradá-lo.
Entro na sala depois de todos entrarem, não observo quem está sentado a cabeceira da mesa, pois para mim ele ainda não havia chegado.
Sento-me ao lado de Gabriel que está em choque e nem pisca. Olho a minha frente e quem fica em estado de choque sou eu... Ou ele?
Ele me olha surpreso e eu sinto toda aquela soberba de mulher segura ir embora pelo ralo. Minhas mãos estão trêmulas e meu coração disparado, ele não se intimida com os outros olhando e mostra que é superior.
Ele vira-se para a diretora e pede que cada um se apresente e função. Foi meio que por ordem de chegada, um a um foi falando seu nome e função na empresa até que Gabriel se apresenta e me toca para eu falar:
__ Débora Maia, designer de moda e estilista.
Ele me encara e eu não abaixo minha cabeça, o olho na mesma proporção que sou olhada. Ele começa a falar das novas propostas para a empresa e pede para colaborarmos com ideias e que apresente a ele um a nova coleção em quinze dias. Divide o grupo em equipes e a equipe escolhida o acompanhará para um evento internacional.
__ Do jeito que ele olha para o nosso lado, sinto que já perdemos, amiga!
Gabriel murmura do meu lado e a pessoa escuta :
__ Vocês tem alguma coisa a acrescentar?
Gabriel gela e para de respirar. Eu não deixo me constranger e pergunto:
__ Qual tipo de roupa o senhor tem em mente? Estação do ano, jovem, adulto, emergente, clássico, básico ou esportivo?
__ O desfile será moda outono inverno, o evento será na Argentina. Será o ponto de partida para a marca internacional e a responsabilidade do sucesso está nas mãos de vocês.
Eu amo um desafio e sei do nosso potencial. Ele para de me encarar e ouve os questionamentos dos outros estilistas, Gabriel anota todos os detalhes e eu presto atenção nos olhares das mulheres sobre ele. Pelo que eu vi dele, se alguma dessas se oferecer, ele pega sem pestanejar. Nessa hora crio um sentimento de revolta dentro de mime tenho vontade de sair da sala.
Depois de uma hora e meia de reunião saímos da sala. Quando estou arrumando minha sala para sair ouço uma batida na porta, penso que Gabriel esqueceu alguma coisa.
__ Pode entrar, esqueceu alguma coisa, Gabriel?
Falo sem conferir quem entrou e para minha surpresa não é o Gabriel:
__ O senhor precisa de alguma coisa?
__ Eu sabia que seu nome não era Debi. E não me trate como fosse me servir uma bebida por obrigação.
__ Eu não estou te entendendo, o senhor precisa de alguma coisa?
__ Sim!
Ele responde me puxando para seu corpo e atracando sua boca a minha e me deixando bamba com um beijo avassalador, segurando meu pescoço e minha cintura. Coloco minhas mãos no seu peito e tento empurrá-lo mas sua força é bem maior que a minha. E por fim consigo me desvencilhar e lhe dou uma bofetada. Ele não se intimida e me puxa de novo, sentimento bandido e calhorda. Eu acabo cedendo e me entregando ao momento. São anos sem sentir outra boca e nem ao menos um minuto de prazer. Ele me põe contra a parede e esfrega seu corpo ao meu. Sua boca em meu pescoço e suas palavras roucas me deixam úmida, estou a beira de cometer uma loucura quando sinto sua mão em meus seios:
__ Eu sei que você quer, assim como eu. Não adianta fugir, vai ser agora.
__ Eu não posso, sou casada.
Foi a desculpa mais idiota que eu poderia ter dado, mas nada me veio a cabeça para acabar com essa loucura.
__ Você é casada?
Ele pergunta se afastando e arrumando a roupa no corpo.
__ Sim, eu sou e não posso me envolver.
__ Desculpa-me, eu não vi aliança em seu dedo e não pensei que você pudesse ser casada, afinal há um ano atrás você era solteira, pelo que Raul me disse.
__ Eu era e não sou mais, agora que temos que trabalhar juntos eu te peço que me respeite.
Ele respira fundo e solta a respiração, eu fico triste pela mentira, mas se não for assim eu vou acabar sofrendo de novo e perdendo meu emprego.
Ele sai da minha sala e eu caio sentada na cadeira. Ligo para Jéssica e depois vou até a casa dela. Peço para que sua família confirme que sou casada, Raul e Ramon não concordam mas vão me ajudar. Jéssica me aconselha a dar uma chance para ele, mas nem ela mesma tem certeza de que daria certo. Ele é um homem muito difícil e o sofrimento o fez ficar frio e sem sentimentos.
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Atualizado até capítulo 64
Comments
Eliane🌻
Ele gosta de ti mulher...dá uma chance para ele...
2023-12-31
3
Rozana Silva
fiquei com dó dele
2023-09-15
4
nimorango
Miguel nem disfarçou o interesse só cego não vê
2023-06-24
4