Capítulo 17, Destrinchando a verdade...

YASMIN...

Hoje já é segunda, e confesso que depois que subi para o meu quarto na noite em que a minha vó foi parar no hospital, a única coisa que ocupava a minha mente era uma coisa, ou melhor, pessoa, o Daniel... Como que um homem toma conta dos pensamentos de uma mulher dessa forma? Nem temos nada... Ele me deixou intrigada, e agora começo a pensar se a reação do David foi realmente necessária, se os meus irmãos têm razão em dizer que ele ficou com ciúmes... Eu e ele sempre fomos claros em relação a sentimentos, a regra era sempre a mesma, não se apegar, ser apenas amigos com privilégios... Tudo bem que eu não saio com outro homem faz algum tempo, mas, mesmo assim... Estou começando pensar em toda essa situação.

YASMIN: Vou precisar esquecer esses dois... Não posso ficar pensando nos dois ao mesmo tempo... Preciso ocupar a minha mente com algo que não seja homem.

Fico bolando na cama para um lado e outro, demoro bastante, mas enfim pego no sono, acordo no outro dia e o sol ainda nem havia nascido, me levantei e fui para a academia da minha cobertura. Fiquei cerca de duas horas treinando, quando resolvo voltar para o quarto e me arrumar, preciso entreter a minha cabeça com contratos. Tentei subir sem chamar atenção, mas os meninos tinham acabado de acordar e vinham saindo dos quartos, eles passaram a noite aqui, ontem, segundo eles, depois que a vovó e o vovô foram passar a recuperação da Nonna na casa dos nossos pais, eles estão começando pensar em vir morar comigo.

DIOGO: Bom dia! (fala bocejando) Já tem café? Estou faminto.

NICK: Você está com uma cara péssima! E, porque tá tão suada?

YASMIN: A Miranda deve ter feito o café já, não dormi muito bem a noite e estou suada assim porque acabei de vir da academia. Se me dão licença, preciso tomar um banho e me arrumar, o trabalho me chama. Deixo vocês em casa antes de ir para a empresa.

Sigo sem deixar tempo para que eles respondam nada, tomo um banho relaxante, e quando saio coloco o meu terninho, faço uma maquiagem de poderosa chefinha, como dizem os meus funcionários, e deixo o cabelo solto. Os meninos estão na mesa comendo em silêncio, olho para a cozinha e vejo o Edson(motorista) e o Walison(segurança), tomando café junto da Miranda.

YASMIN: Preciso sair em no máximo vinte minutos.

EDSON: Sim, senhora.

Tomamos café tranquilamente, e quando terminamos, os rapazes já estavam prontos, os meus irmãos pegaram as coisas deles nos quartos e fomos deixar eles em casa.

YASMIN: Edson, quero que me deixe no meu segundo escritório, o mais afastado da empresa, preciso fazer umas investigações, e no momento não preciso de outros funcionários me interrompendo.

EDSON: Certo.

Ele nos leva até uma pequena base de investigações que tenho, escondido dos meus pais, aqui tem boa parte dos meus aparelhos mais avançados, e todos os meus experimentos, por fora parece uma casa comum com primeiro andar, tem até um pequeno jardim na frente, mas por dentro o ambiente é totalmente diferente de uma casa comum. Na parte de baixo tem todos os meus equipamentos de pesquisa, já na parte de cima são os meus equipamentos de experimentos, é o meu laboratório. Aqui também mantenho uma sala com armamentos, óbvio que eu não iria ficar num local sem armas, tem duas máquinas automáticas com lanches e bebidas.

Começo a investigar o meu objetivo. Algo da história do Daniel não se encaixa, os pais dele terem morrido num acidente sem mais nem menos não faz sentido, procuro alguma notícia que tenha saído na época sobre um acidente de carro e encontro, no site que encontrei diz que o carro perdeu o controle e capotou algumas vezes, os corpos de bombeiros chegaram no último momento e só deu pra salvar o Luan, irmão do Daniel, pois o carro explodiu logo em seguida.

YASMIN: Mas onde estava o Daniel? Não era um passeio em família?

Continuo buscando mais informações e encontro outro lugar onde fala que o filho caçula estava com os avós, por conta de um resfriado, por isso não estava com os pais e irmão. Acesso os arquivos policiais da delegacia responsável pelo caso, e encontro que o acidente não foi investigado, foi dado como isso, acidente. Os arquivos da delegacia me mostram que no ano do acontecido, o delegado era um homem chamado "Joseph Blatter", procuro por esse nome em outro computador e a ficha do cara aparece por completo na minha tela.

YASMIN: Infeliz! Tenho nojo de gente assim.

Ele era um dos oficiais inclusos na lista de defendidos pela máfia, não a nossa, e muito menos da tia Ávila, e sim de um antigo inimigo da nossa famiglia, Alejandro Gutierrez, um ser desprezível que tem alguns prostíbulos espalhados pela França, Rússia, México e Bolívia, ele mexe com tráfico de crianças, mulheres, e animais, sem contar a enorme quantidade de drogas que ele vende.

YASMIN: O que esse filho de uma mãe tem a ver com tudo isso? Eu preciso descobrir.

Depois de muitas pesquisas, chego num ponto que me faz retornar para o início, fico irritada com como conseguiram construir um sistema anti hacker dessa forma, mas eles não são páreos pra mim, não sou a melhor na área, só em nome.

WALISON: Senhora, o Piter está na linha, parece que surgiram problemas na sede.

YASMIN: Me dê esse telefone. Piter o que aconteceu?

PITER: Descobrimos uma boate ilegal. Ao que parece todos os funcionários são mulheres, elas são mantidas trancafiadas, é tipo um harém. Eu e a Raia fomos lá três vezes, e no local há algumas salas privadas, consegui acesso a uma delas, e é do tipo sadomasoquista... As mulheres são obrigadas a satisfazer todas as vontades do homem que a levar para a suíte... Pelo visto não há limites nessa "satisfação de vontades".

YASMIN: Me envie o endereço. Estarei na sede ainda hoje. Vocês dois!

WALISON/EDSON: Sim?!

YASMIN: Preciso que me levem ao hospital central, preciso conversar com uma pessoa antes de encarar a próxima missão.

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