Capítulo 2, Aceitando a realidade...

YASMIN...

Depois de pagar a multa, resolvi ir ao hospital saber como rapaz está, chego lá e a recepcionista é a irmã do Leo, amigo do Nick.

YASMIN: Oi Vanessa, pode me dizer se o rapaz que chegou aqui vítima de um acidente, está em cirurgia ou algo do tipo?

VANESSA: Cabelos pretos, corpo atlético?

YASMIN: Sim, eu acho. Ele tinha uma tatuagem no pescoço, e estava com uma camisa social azul claro, calça jeans.

VANESSA: O doutor Breno quem está cuidando do atendimento dele, parece que ele teve traumatismo craniano e quebrou o braço.

YASMIN: Ele corre o risco de morrer?

VANESSA: Só o médico pode te responder isso, Yasmin...

YASMIN: Obrigada.

Me sento na área de espera, e mando uma mensagem para o Nick avisando sobre o que aconteceu, ele disse que vinha ficar comigo, fico ali só sentada mexendo no celular, o Nick sentou ao meu lado e conversamos um pouco até o médico chegar.

DR. BRENO: Acompanhantes de David Bowie?

YASMIN: Somos nós...

DR. BRENO: Senhorita Bernardi? Tem certeza?

YASMIN: Digamos que sou a culpada por ele está aí. Como ele está?

DR. BRENO: Ele está em observação, ele teve um traumatismo craniano moderado e quebrou um braço.

YASMIN: Ele corre o risco de vida?

DR: BRENO: Não. Ele ficará em observação apenas enquanto não acorda.

YASMIN: Entendi. Quando ele receber alta me envie a conta do hospital por favor, vamos Nick.

Saímos do hospital e fomos para o apartamento, a essa hora nossa marmita já tinha sido espatifada lá no cruzamento, então decidimos pedir pizza, dormimos juntos, no outro dia acordamos cedo, fiz o nosso café e depois de comermos, fomos para a casa dos nossos pais, chegamos lá e eles estavam irados, principalmente o meu pai.

PAI: Yasmin! Como você teve coragem de sair daquela maneira ontem, passar o dia fora, causar um acidente a um rapaz que está internado agora, e ainda passa a noite fora e com o seu irmão?

YASMIN: Bom dia pra o senhor também, pai. Primeiro, eu não sou obrigada a suportar tudo e não surtar em algum momento, eu só sai pra espairecer a mente. Segundo, o cara quem bateu na minha moto, o sinal tinha acabado de abrir, e ele veio com tudo, o estrago só não foi maior por que eu estava devagar. Terceiro, o meu irmão e eu temos idade suficiente pra passarmos a noite fora sem dar satisfação a ninguém.

PAI: Chega! Você passou de todos os limites, Yasmin.

MÃE: Querido... Acalme-se...

PAI: Acalme-se? Olha a forma como a nossa filha está falando comigo, Angela! Nem parece mais a nossa filha, pelo menos não a que eu eduquei.

NICK: Pai... Espera pelo menos a minha irmã terminar de falar...

PAI: Fala!

YASMIN: Achei que o Nick tinha dito ontem.

NICK: Não... Eu não disse.

YASMIN: Eu aceito assumir a máfia, desde que não me empurrem pra nenhum casamento. Só irei casar se um dia eu encontrar alguém que me ame pelo que sou, que não veja só o peso do nome que carrego, ou por pensar que é uma obrigação pra seguir com a nossa linha de sucessão. Quero que o meu futuro marido enxergue a mulher que sou por baixo de toda essa farsa de máfia...

PAI: Tudo bem.

YASMIN: Tudo bem mesmo?

PAI: Sim. Vou mandar fazer um baile esse fim de sábado, pra anunciar a todos que você agora irá assumir o império Bernardi. E no domingo iremos até a sede pra que todos saibam que você é a nova chefe.

YASMIN: O.k., onde o Diogo está?

MÃE: Já foi pra escola, ele tinha prova hoje.

YASMIN: Preciso ir até o hospital.

MÃE: Está sentindo alguma coisa, filha?

YASMIN: Não, só quero saber como o cara que eu "acidentei" está.

Digo isso e subo pra meu quarto, tomo um banho e visto outra roupa, vou de carro até o hospital, pois quero ir no shopping procurar um vestido pra esse maldito baile, chego lá e já dou o nome dele "Daniel Bowie", como não é mais a Vanessa que está na recepção, digo que sou uma amiga, ela me da o crachá de visitante e vou até o quarto dele, bato na porta, mas não tenho resposta, então abro a porta e entro devagar, ele estava dormindo (eu acho), fico alguns minutos olhando pra ele, e resolvo ir embora, mas encontro com o doutor Breno no caminho.

DR. BRENO: Olá, senhorita Bernardi.

YASMIN: Yasmin! Me chame de Yasmin... Como o Daniel está?

DR. BRENO: Ele está evoluindo bem, nenhuma alteração negativa no quadro dele, ele acordou nessa madrugada e examinamos ele, não há nenhuma sequela, se o quadro dele permanecer tendo melhorias, acredito que ele receba alta amanhã.

YASMIN: Obrigada.

DR. BRENO: Pelo quê? Só estou fazendo o meu trabalho, senhorita. Sou pago pra isso, salvar vidas, e amo trabalhar nisso.

YASMIN: Vou deixar o meu telefone pra contato, caso ele tenha alguma piora, e quero que me avise quando for dar a alta dele... Vou pedir que deixem ele com a sua família, ou alguém desse tipo.

DR. BRENO: Não se preocupe tanto, senhorita, ele está em boas mãos.

Dou um sorriso sem emoção para o doutor Breno e vou para o shopping, preciso encontrar logo esse maldito vestido, só tenho dois dias a mais de liberdade. Depois de comprar tudo que vou precisar, levo para o meu apartamento, tenho ficado mais lá do que com os meus pais, volto na casa dos meus pais e mando com eles, antes de ir dormir fui para o quarto do Nick conversar com ele, sempre gostei de contar as coisas a ele.

NICK: Você gostou desse cara que bateu em você não foi?

YASMIN: O que? Por que você acha isso?

NICK: Você odeia hospitais, e já foi lá duas vezes só por causa desse tal Daniel.

YASMIN: Eu atropelei ele Nick, queria o que? Que eu deixasse ele apodrecer no hospital?

NICK: Não, só acho que você tá se preocupando demais com alguém que você nem conhece.

YASMIN: Que fofo... Meu irmãozinho está com ciúmes de mim (falo apertando as bochechas dele enquanto deito em cima dele)

NICK: Sai de cima de mim, louca. Quer me deixar sem ar?

YASMIN: Deixo esse papel pra Letícia (ele cora ao ouvir o nome dela, acho isso tão fofo, meu irmão tem uma paixonite por ela há anos, e só agora ela começou corresponder ele) Como vocês estão?

NICK: Bem, eu acho... Ela entende como eu... Sou...

YASMIN: Vocês já...

NICK: Nos beijamos algumas vezes, mas ela parece não querer avançar... Será que ela acha que eu não sei?

YASMIN: Você sabe o que, Nick? Nunca ouvi de você, que fez esse tipo de coisa com ninguém (falo olhando pra ele com os olhos cerrados, ele abre um sorriso lindo pra mim e me abrace forte) Você é meu bebê, se alguma piranha pensar em se aproveitar de você, eu tiro as escamas dela e tempero pra comer no churrasco de domingo.

NICK: Eu também vou fazer isso de alguém se aproveitar de você, Lua.

YASMIN: Vem aqui, meu solzinho

Ele se aconchega nos meus braços e eu faço cafuné nos seus cabelos, são tão sedosos, macios, ele abraça a minha cintura com a cabeça no meu peito e com os meus carinhos num instante dorme. Quando digo que o meu irmão gêmeo é o meu bebê, é disso que estou falando. Ele tem horas que age como um adulto normal, minutos depois é igual uma criança.

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