Capítulo 9, Uma pequena vitória...

DAVID BOWIE...

Faz alguns anos que tenho pago um investigador para descobrir a verdadeira causa do acidente que levou a vida dos meus pais e os movimentos do meu irmão, eu também tinha uma irmã gêmea, o seu nome era Rosa, mas ela morreu quando tínhamos 2 anos, os meus pais disseram que havia sido intoxicação alimentar, pois ela era alérgica a amendoim e a cozinheira não prestou atenção a isso. Hoje é dia de receber novas informações das investigações do Steven, um amigo meu que trabalha como investigador.

DAVID: Steven, me encontre na minha casa, estou saindo do hospital já, mas vou demorar no mínimo 40 minutos, estou de bicicleta hoje, a minha moto está no conserto e dei folga a meu motorista.

STEVEN: Claro, nos vemos lá.

Saio do hospital e estou ouvindo as minhas músicas preferidas no fone, acabei esquecendo de olhar o sinal abrir e acertei em cheio uma mulher de moto, droga, fui jogado longe por conta do impacto. Apaguei na hora, acordei horas depois num quarto de hospital, odeio ser paciente, prefiro estar aqui quando estou trabalhando, olho para o meu braço e como está engessado deve ter quebrado, tento mexer as pernas e está tudo o.k., só a minha cabeça que está doendo um pouco, aperto o botão de alarme e o Breno meu amigo, vem até mim.

BRENO: Oi, está sentindo alguma coisa?

DAVID: Quebrei mais alguma coisa?

BRENO: Não, só teve um pequeno traumatismo, mas nada alarmante, poderia ter sido pior se não fosse o capacete.

DAVID: Foi culpa minha, estava tão ansioso pra chegar em casa e saber dos últimos resultados da investigação que acabei me distraindo. A mulher em quem bati teve alguma coisa?

BRENO: Não, ela está bem, só a moto dela que sofreu uns arranhões hahaha

DAVID: Droga! Já ligou lá em casa? O Luan não pode ficar sem notícias minhas... Ele já fica preocupado quando preciso cumprir plantão a noite.

BRENO: A Vanessa ligou pra ele, a Vivian está lá cuidando dele, não se preocupa.

DAVID: Aquela fisioterapeuta tá muito assentada pra cima dele. Quando posso ir embora?

BRENO: Precisa ficar em observação pelo menos 3 dias. Pancada na cabeça não é brincadeira.

DAVID: Coloca os gastos na minha conta, depois falo com o diretor e peço pra descontar do meu salário.

BRENO: A mulher vai pagar tudo. E ainda me pediu pra manter ela informada sobre o seu quadro médico.

DAVID: Sério? Mas fui eu quem causei o acidente.

BRENO: Sabe quem é ela? (balanço a cabeça negando) Yasmin Bernardi, os pais dela são praticamente donos de toda a Florença. Se eu fosse você me sentiria honrado em ter uma dívida hospitalar paga por essa família hahaha.

Fico apenas ouvindo o que o Breno disse, se eu quem bati nela, por que diabos ela pagou tudo? O Breno sai do meu quarto sem dizer mais nada, eu acabei dormindo, quando acordei novamente o dia já tinha amanhecido, fico acordado esperando trazerem o meu café, mas ao invés de uma enfermeira, vejo uma outra silhueta feminina bater na porta, não mando entrar ou sair, e logo a mulher entra, parece ficar me observando, como fechei os olhos não faço ideia de quem seja. Ela fica alguns minutos apenas em silêncio, depois sai novamente. Uma enfermeira vem trazer o meu café e eu pergunto quem tinha vindo ao meu quarto, ela diz.

ENFERMEIRA: A senhorita Bernardi. Ela estava com um semblante bastante aflito quando saiu daqui... Vocês são amigos?

A enfermeira era nova no hospital, e como trabalha em uma área diferente da minha, não me conhece, eu apenas peço que ela saia, ela verifica os meus ferimentos e me deixa sozinho no quarto. Passei 3 dias no hospital, e foram os dias mais entediantes da minha vida. Quando sai na sexta, havia um carro com motorista e segurança me esperando para me levar em casa, perguntei quem tinha enviado e eles responderam que foi a "senhorita Bernardi", mandei eles para o inferno, não sei o por que fiz isso, mas depois que eles saíram me arrependi, liguei para o Tulio vir me buscar. Cheguei em casa e o Luan estava no sofá, ele sorriu ao me ver, fui até ele e lhe dei um abraço apertado, um beijo na sua cabeleira que estava precisando de um corte, e me deitei no seu colo.

LUAN: Senti a sua falta.

DAVID: Eu também, irmão, eu também. Mas já estou de volta, e vou ficar em casa vários dias.

LUAN: Só nós dois?

DAVID: Como nos velhos tempos (ele dá um sorriso lindo, e pode ter sido impressão minha, mas senti a sua mão apertar levemente a minha) Você mexeu a mão?

LUAN: A Vivian disse que estamos avançando... Eu estava tentando fazer uma surpresa, por isso ela não lhe contou nada. Mas já consigo mexer os pés e as mãos. Não é muita coisa... Mas... Estou feliz com o meu avanço...

DAVID: Essa é a melhor notícia das nossas vidas, Luan...

LUAN: Estou confiante... Ela disse que se eu continuar assim... É provável que em algumas semanas eu já consiga mexer pelo menos um braço.

DAVID: Já é uma grande vitória, irmão.

Ele sorri e tenta apertar de novo a minha mão, eu retribuo o gesto, e sorrimos juntos. O meu irmão é a minha maior motivação, ele é mais velho que eu 5 anos, mas tenho sido o responsável por nós dois desde que os nossos pais morreram.

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