Oi, eu sou o Alan, tenho 34 anos e vou contar um segredo que queria ter ouvido anos atrás: palavras tem poder, cuidado com o que você fala na hora da raiva, ou melhor, quem você chama.
Minha família é formada de pessoas com o dom de ver o que ninguém consegue enxergar, somos sensitivos sabe? Uma pessoa mais sensível ao sobrenatural, digamos assim, minha mãe sempre viu coisas, vultos, passos, energias, já meu pai morreu no dia do meu nascimento, mas ele também tinha ligação com o mundo espiritual, minha mãe dizia que ele era um anjo encarnado. E eu? Sempre neguei meu dom, mesmo sentindo presenças de quem não estava ali, ao menos não fisicamente.
Ouvir conselhos a minha infância inteira do tipo:
- Alan, se você escutar vozes te chamando a noite, só responda depois do 3 vez, pode ser a morte te chamando.
- Alan, não fale palavrões como desgraça... ela vai acabar aparecendo para ti de tanto você chamar por ela.
- Não beba Alan a bebida alcoólica abre o seu corpo para as coisas ruins entrar.
Eu nunca acreditei nessa baboseira, achava que era somente ela tentando me controlar, mas por muito tempo segui os seus conselhos, até chegar a adolescência e me revoltar, me tornei um rapaz rebelde que não parava em casa, bebia, fumava, não seguia nenhum conselho de ninguém.
Namorei por dois anos a Ana, minha mãe não gostava dela, diziam que ela não agregava em nada na minha vida, e despertava o meu pior, e bom ela estavam certas, quando comecei a sair com a turma dela, queria parecer legal comecei a fazer coisas que eu não me orgulho como roubar para impressionar a garota que eu amo, ela achava super legal e bom, por ela eu fazia, mas que jovem escuta os pais? Ora eu estava apaixonado e cego que amor por ela (ao menos eu achava ser amor, eu só tinha 17 anos, me julguem). Um belo dia resolvi sair com ela para uma festa em outra cidade, passaria o fim de semana lá e voltaria na terça pela noite, minha mãe não gostou nada da ideia, eu ainda estava estudando e na segunda pela manhã iria ter prova, tivemos uma briga feia na hora da minha partida e no auge da minha raiva eu disse:
- eu vou para festa mãe, nem que seja com o diabo, mas eu vou.
Entrei no carro, mesmo com todos os protestos da mesma e fui embora sem olhar para trás, deixei minha mãe chateada e chorando, mesmo sendo rebelde nunca tinha surtado com ela, sempre fomos próximos, passei o caminho em silêncio pensando no que disse para minha mãe e o quanto a magoei, me arrependi, mas já era tarde, já tinha dito aquilo a ela.
Chegamos no local que iriamos ficar somente a noite em cima da hora da festa começar, tomamos banho e fomos para tal festa eu, a Ana, e mais dois amigos nossos, a festa não foi tão boa e la para as três da manhã já não tinha quase ninguém no local, me sentei dizendo aos meus amigos:
- To cansado, não aguento mais dançar, vamos embora?
A Ana se aproximou me olhando serio dizendo querer ficar mais um pouco, fiz que sim com a cabeça e ela voltou a dançar, escutei um barulho e me virando para vê o que era, vi um homem alto, com o cabelo bem alinhado penteado para trás, sua pele era bem branca, estava todo vestido de social, uma calça preta, e uma camisa branca, um olhar ameaçador. Olhando diretamente para mim, ele disse sorrindo:
- Alan já quer ir embora? Eu não quero ir, estou me divertindo tanto e como você disse que viria comigo, então vai voltar comigo…
Ele continuou a falar enquanto me dava tapinhas no ombro.
Travei na hora lembrando das palavras que disse a minha querida mãe: “eu vou para essa festa, mãe, nem que seja com o diabo, mas vou”.
Ignorei achando que era brincadeira dos meus amigos, que eles estavam querendo me assustar... o homem calmamente sentou-se ao meu lado ainda com o sorriso largo nos lábios. Continuei olhando para os meus amigos e minha namorada que de longe me observava, esperando uma explicação para aquela piada de mau gosto, mas eles continuavam a me olhar tão confuso quanto eu. Com o passar dos minutos fiquei impaciente e me direcionando ao homem perguntei:
- Quem é você?
A única resposta que obtive foi:
- Ora o diabo, tu não disseste que vinha a festa comigo? Vai voltar então comigo, seja para casa ou para o inferno.
Me desesperei com o cheiro de enxofre que comecei a sentir, minha pressão caiu, desmaiei, quando voltei a mim minutos depois olhei assustado para os meus amigos perguntando onde estava o homem que me acompanhava? Para o meu espanto o que a Ana me respondeu foi.
- Que homem? Você conversou a noite toda sozinho, nunca te vimos agir daquele jeito, você estava nos assustando.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Ivania S N Temporini
Eu ouvia muito isso quando jovem...eu confesso que amava ouvi-las...nós tempos aqueles... obrigado por me lembrar.....boa história...
2023-03-04
3
ATPLine 🗝🧚🏼♀️
eitaaa 😳
2023-02-08
1
ATPLine 🗝🧚🏼♀️
conselhos super válidos
2023-02-08
0