A Ascensão De Um Viking-A Herança Berserk
Nossa história se desenrola na floresta densa e verdejante da ilha de Nevis, uma das joias do arquipélago Sounfe, um lugar conhecido pela destreza de seus vikings e seus picos montanhosos de tirar o fôlego. Lá, entre troncos altos e folhagens exuberantes, encontramos um rapaz de cerca de 15 anos, com cabelo ruivo ardente e uma constituição física esguia.
Seu nome é Hakon, o protagonista de nossa história. Naquele momento, ele estava escondido entre os arbustos, a mente concentrada na caça de um coelho de pelagem alva como a neve. Com o arco e a flecha preparados, Hakon mira com precisão no animal, mas, para sua decepção, o coelho se assusta e foge abrindo caminho por entre a vegetação.
— Maldição! — Hakon murmura, frustrado e incrédulo, pois tinha certeza de que não produziu ruído algum.
Ele se ergue, quando um som estranho ecoa por trás das árvores. Hakon fica em alerta, segurando firmemente seu arco e flecha. De repente, um javali de proporções enormes surge das sombras da floresta, derrubando Hakon no chão e cobrindo-o de lama. O animal, ignorando completamente Hakon, sai correndo apressadamente, aparentando estar assustado. Isso faz Hakon questionar: "O que poderia ter assustado um javali de 1 metro de altura?".
— Por Thor... o que eu fiz para merecer isso? — Lamenta Hakon, ainda deitado no chão, o corpo sujo de lama.
Enquanto se esforça para se levantar, Hakon ouve outro som vindo das árvores, um rosnado desta vez. Em um piscar de olhos, uma criatura imensa, muito maior que o javali, salta sobre Hakon. A pele da criatura é negra e escamosa, seus dentes afiados como navalhas, com uma cauda longa e asas majestosas. Para o espanto de Hakon, é um dragão negro. Ele trava a respiração ao encarar o monstro nos olhos. O dragão, no entanto, apenas o cheira de cima a baixo e, para alívio de Hakon, voa para longe sem machucá-lo.
— Quase que fui para Valhalla... — Hakon suspira aliviado, levantando-se cuidadosamente e em silêncio — Devo ter ofendido Odin na minha vida passada para merecer isso — Ele diz, levantando-se do chão e batendo em sua roupa para tirar a sujeira.
Desolado, ele retorna ao seu vilarejo de mãos vazias. No meio do caminho, Hakon sente um toque em seu ombro.
— AAAAAAHHHH!!!! — Ele gritou, assustado, enquanto se virava para encarar seu pai, Herald, com uma expressão de raiva estampada em seu rosto.
Hakon observou seu pai, um viking renomado, com seus impressionantes 2,10 metros de altura, uma barba volumosa e cabelos castanhos que caíam em cascata sobre seus ombros largos. O corpo de Herald era uma fortaleza de músculos forjados em batalhas árduas. Como líder da tribo de Nevis, ele impunha respeito e temor por onde passava.
— Droga... preferia que fosse um dragão... — Resmungou Hakon, desapontado com a aparição de seu pai.
— Se eu fosse um dragão, você nem teria me percebido chegar perto — Diz Herald.
Herald, encarava Hakon com raiva e preocupação em seus olhos. Ambos estavam em uma área remota e desolada, marcada por altas montanhas e densas florestas, onde a presença de dragões era comum durante a época de migração.
— Quantas vezes eu já te avisei para não sair de casa? — bradou Herald com voz grave, seu rosto marcado pelo desapontamento.
— Você sabe que é época de migração, não é?! —
Hakon permaneceu em silêncio, com o olhar baixo e arrependido. Ele sabia que tinha desobedecido às ordens do seu pai e estava ciente das consequências perigosas que isso poderia acarretar.
— Você tem sorte de ser meu filho, se fosse qualquer outra pessoa você estaria muito encrencado —
O vento soprou frio entre eles, como se a natureza também estivesse ciente do perigo iminente. Herald soltou um suspiro profundo, seu semblante endurecendo enquanto tentava controlar sua frustração.
— Conseguiu pegar alguma coisa pelo menos? — Perguntou Herald, sua voz agora mais calma, mas ainda carregada com um toque de preocupação.
Hakon finalmente ergueu os olhos e encarou Herald. Seu olhar demonstrava um misto de decepção consigo mesmo.
— Eu... eu não consegui nada, pai — Respondeu Hakon em um sussurro, sua voz carregada de tristeza e arrependimento.
Herald suspirou novamente — Você precisa aprender a ouvir os avisos que eu te dou, Hakon — Disse Herald, a sua voz suavizando um pouco. — Certo, vamos logo para casa —
Após trocarem essas palavras, Herald e Hakon seguiram caminhando pela trilha estreita que os levaria de volta ao vilarejo. O sol começava a se pôr, pintando o horizonte com tons dourados e avermelhados, enquanto uma brisa suave balançava as folhas das árvores ao redor.
Hakon, com uma expressão pensativa, quebrou o silêncio que se estabelecera entre eles.
— Falta quanto tempo para a migração acabar? — Perguntou ele.
Herald olhou para o céu, estimando o tempo que restava com base em sua experiência.
— Se não houver nenhum imprevisto, acredito que ainda tenhamos mais uma semana antes que a migração termine — Respondeu Herald, sua voz carregada de seriedade. — Os dragões costumam passar por aqui nessa época, em busca de locais mais seguros e abundantes para se estabelecerem —
Hakon balançou a cabeça, absorvendo as informações. Ele sabia que a migração dos dragões era um evento crucial, tanto para a sobrevivência das criaturas quanto para a segurança dos habitantes do vilarejo.
Alguns minutos se passaram enquanto eles continuavam a caminhar, o cenário familiar do vilarejo começando a se tornar visível à medida que se aproximavam. As casas de madeira se destacavam contra o céu alaranjado, enquanto o som distante das pessoas e animais ecoava pelo ar tranquilo.
Ao chegarem ao vilarejo, Herald virou-se para Hakon, sua expressão séria e determinada.
— Eu tenho que ir fazer algo importante agora. Hakon, não vai para a floresta dessa vez, ouviu?! — Diz Herald.
— Sim, sim, eu sei... — Respondeu Hakon, revirando os olhos.
Herald o encara ainda com dúvida se ele ia o ouvir, mas se vira e vai em direção a um salão grande e belo. Hakon se vira em direção oposta e começa a caminhar pelo vilarejo, enquanto olha para o chão pensativo, e então acaba se esbarrando em um rapaz que tinha a mesma idade que ele, com cabelo negro e um olhar desafiador.
— Desculpe, eu não te vi... Ah! é você, Grey... — Hakon fala, já esperando por problemas.
O rapaz se vira para Hakon com um sorriso debochado.
— Olha só o que temos aqui, a joaninha decidiu passear, hahaha — Diz Grey.
Hakon revira os olhos e logo se levanta e volta a caminhar, ignorando Gray, porém, Grey o agarra pela gola da sua camisa e o puxa, levantando-o do chão.
— Aonde você acha que vai? — Mesmo que os dois tivessem a mesma idade, Gray era muito mais forte que Hakon.
— Cara, hoje o meu dia está sendo péssimo, vê se me deixa... — Hakon diz, segurando o pulso de Gray tentando se soltar.
— Ah, tudo bem então — Grey fala enquanto solta Hakon no chão e arruma a gola da sua camisa.
— Sério? — Perguntou Hakon surpreso com a sua resposta.
— É claro que não! — Grey fala e logo empurra Hakon no chão e ri da sua cara.
Grey se vira e enquanto ri de Hakon se afasta. Hakon que se levanta do chão e bate em sua roupa, tirando a sujeira, enquanto se limpa, alguém bate nas suas costas com força.
— O QUE FOI AGORA?!?! — Hakon fala enquanto se vira bravo e se depara com uma garota de cabelo preto e olhos amarelados como mel o encarando.
— Tá bravinho porquê? Acordou com o pé esquerdo hoje? — Ela perguntou com um sorriso.
— Ah, Emy... não é nada, só acho que Thor deve ter me amaldiçoado hoje — Respondeu Hakon.
— Por que, o que houve? — Ela o indagou.
— Está tudo dando errado hoje, como sempre na verdade... — Diz Hakon enquanto sai andando em direção à floresta.
— Ei, aonde você vai? O chefe não disse para ninguém sair do vilarejo? —
— Disse..., mas eu tenho que me desestressar de alguma forma e nesse vilarejo acho que vai ser um pouco difícil — Hakon entra em meio à floresta e Emily o segue.
— Por que você está vindo atrás de mim? — Ele pergunta.
— Eu estou cuidando de você — Ela responde, caminhando ao seu lado.
— Mas era o que me faltava... eu consigo me proteger sozinho — Ele diz.
— Sei — Diz Emily com um tom sarcástico na voz.
— Olha quem fala, você não sabe nem nadar para começo de conversa — Diz Hakon com a voz baixa, e rapidamente Emily o derruba no chão com uma rasteira sem machuca-lo.
— Falou alguma coisa?! — Ela olha para ele com um sorriso que Hakon sabia que não era exatamente felicidade.
— Não! Eu não falei nada... — Ele respondeu rápido.
— Acho bom mesmo — Ela estende a sua mão para Hakon e o ajuda a se levantar.
— Essa já é a quarta vez que eu caio no chão só na última hora. — Ele murmura.
— É... e você ainda diz que não precisa da minha ajuda, né? — Diz Emily sorrindo e com os braços cruzados.
— ...TÁ!... tudo bem, você pode vir comigo, mas você tem que me prometer que não vai contar para ninguém sobre o lugar que a gente está indo, ok? — Pergunta Hakon sério.
— Ok, ok, eu prometo. — Ela promete.
Após algum tempo caminhando em meio à mata, os dois acabam chegando a uma caverna próxima a uma penhasco.
— ... Era isso? Uma caverna? Pensei que seria algo mais... extravagante. —
— Calma, ok? Não era isso, o lugar é mais no fundo da caverna —
Os dois entram na caverna e, após andarem um pouco mais, eles chegam a um buraco aberto na parede que sai pela parte de trás do penhasco, com a vista para o mar e um pôr do sol belíssimo, as ondas batiam nas rochas abaixo deles, uma queda dali seria fatal e não sobraria nem mesmo vestígios do que cairia ali.
Os olhos da Emily se enchem de brilho após ver aquela bela paisagem. Hakon então se senta na beira do penhasco e olha para Emily, que faz o mesmo.
— Bonito né? — Pergunta Hakon olhando para o pôr do sol.
— Sim, entendi por que você não quer contar pra mais ninguém sobre esse lugar. — Falou Emily enquanto olhava o horizonte alaranjado.
— Digamos que esse lugar é minha base secreta — Hakon disse com um tom de alívio.
— É aqui que você vem toda a vez que algo te incomoda? —
— Sim, já que esse é o único lugar que o meu pai não consegue chegar, e também é bem calmo —
— ... Bem, e aí, você vai me dizer o que está incomodando tanto você hoje? — Emily pergunta enquanto olha para Hakon sorrindo.
— Por que não? Por onde eu começo? Ah! Hoje, enquanto eu dormia, eu acabei caindo da cama de cabeça, haha... — Hakon então começa a contar a Emily tudo de ruim que houve naquele dia de azar.
O tempo se passa rapidamente.
— Você não conseguiu pegar nenhum coelhinho, haha? — Ela ri de Hakon.
— ... A culpa não é minha se ele era fofo demais para matar... — Diz Hakon tentando disfarçar sua péssima capacidade de caça.
— Hahaha, olha o que temos aqui, o filho do chefe mais temido da ilha não consegue caçar um coelhinho, haha. — Ela continua rindo.
— Vai, pode rir o quanto quiser, mas não vai vir falar comigo depois que eu virar um grande viking, ok? —
— Ok, ok, foi mal, ó grande caçador viking, haha. —
Então, assim, Hakon continuou a contar tudo o que havia acontecido com ele naquele dia até o anoitecer.
— Já está de noite, melhor a gente ir de volta ao vilarejo. — Hakon sugeriu.
Emily concorda com a cabeça e então os dois se levantam do chão e saem da caverna e caminham pela floresta e logo voltam ao vilarejo.
Ao chegarem no vilarejo, os dois se despedem e vão para suas casas. Hakon abre a porta da sua casa e ao entrar ele vê o seu pai sentado em sua cadeira enquanto afiava a sua espada com uma expressão séria em seu rosto.
— Filho... precisamos conversar — Diz Herald enquanto prendia sua espada no chão de madeira.
Hakon engole em seco.
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Atualizado até capítulo 99
Comments
Eliene Figueiredo
Ótimo, vou te dar 5 estrelas meu amigo! ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
2023-02-18
14
Salomão😎❤️
obrigado meu bem
2024-08-18
0
Jinks
Tirando a morte certa abaixo fos seus pés, sim, é bonita
2024-03-08
1