Nossa história se desenrola na floresta densa e verdejante da ilha de Nevis, uma das joias do arquipélago Sounfe, um lugar conhecido pela destreza de seus vikings e seus picos montanhosos de tirar o fôlego. Lá, entre troncos altos e folhagens exuberantes, encontramos um rapaz de cerca de 15 anos, com cabelo ruivo ardente e uma constituição física esguia.
Seu nome é Hakon, o protagonista de nossa história. Naquele momento, ele estava escondido entre os arbustos, a mente concentrada na caça de um coelho de pelagem alva como a neve. Com o arco e a flecha preparados, Hakon mira com precisão no animal, mas, para sua decepção, o coelho se assusta e foge abrindo caminho por entre a vegetação.
— Maldição! — Hakon murmura, frustrado e incrédulo, pois tinha certeza de que não produziu ruído algum.
Ele se ergue, quando um som estranho ecoa por trás das árvores. Hakon fica em alerta, segurando firmemente seu arco e flecha. De repente, um javali de proporções enormes surge das sombras da floresta, derrubando Hakon no chão e cobrindo-o de lama. O animal, ignorando completamente Hakon, sai correndo apressadamente, aparentando estar assustado. Isso faz Hakon questionar: "O que poderia ter assustado um javali de 1 metro de altura?".
— Por Thor... o que eu fiz para merecer isso? — Lamenta Hakon, ainda deitado no chão, o corpo sujo de lama.
Enquanto se esforça para se levantar, Hakon ouve outro som vindo das árvores, um rosnado desta vez. Em um piscar de olhos, uma criatura imensa, muito maior que o javali, salta sobre Hakon. A pele da criatura é negra e escamosa, seus dentes afiados como navalhas, com uma cauda longa e asas majestosas. Para o espanto de Hakon, é um dragão negro. Ele trava a respiração ao encarar o monstro nos olhos. O dragão, no entanto, apenas o cheira de cima a baixo e, para alívio de Hakon, voa para longe sem machucá-lo.
— Quase que fui para Valhalla... — Hakon suspira aliviado, levantando-se cuidadosamente e em silêncio — Devo ter ofendido Odin na minha vida passada para merecer isso — Ele diz, levantando-se do chão e batendo em sua roupa para tirar a sujeira.
Desolado, ele retorna ao seu vilarejo de mãos vazias. No meio do caminho, Hakon sente um toque em seu ombro.
— AAAAAAHHHH!!!! — Ele gritou, assustado, enquanto se virava para encarar seu pai, Herald, com uma expressão de raiva estampada em seu rosto.
Hakon observou seu pai, um viking renomado, com seus impressionantes 2,10 metros de altura, uma barba volumosa e cabelos castanhos que caíam em cascata sobre seus ombros largos. O corpo de Herald era uma fortaleza de músculos forjados em batalhas árduas. Como líder da tribo de Nevis, ele impunha respeito e temor por onde passava.
— Droga... preferia que fosse um dragão... — Resmungou Hakon, desapontado com a aparição de seu pai.
— Se eu fosse um dragão, você nem teria me percebido chegar perto — Diz Herald.
Herald, encarava Hakon com raiva e preocupação em seus olhos. Ambos estavam em uma área remota e desolada, marcada por altas montanhas e densas florestas, onde a presença de dragões era comum durante a época de migração.
— Quantas vezes eu já te avisei para não sair de casa? — bradou Herald com voz grave, seu rosto marcado pelo desapontamento.
— Você sabe que é época de migração, não é?! —
Hakon permaneceu em silêncio, com o olhar baixo e arrependido. Ele sabia que tinha desobedecido às ordens do seu pai e estava ciente das consequências perigosas que isso poderia acarretar.
— Você tem sorte de ser meu filho, se fosse qualquer outra pessoa você estaria muito encrencado —
O vento soprou frio entre eles, como se a natureza também estivesse ciente do perigo iminente. Herald soltou um suspiro profundo, seu semblante endurecendo enquanto tentava controlar sua frustração.
— Conseguiu pegar alguma coisa pelo menos? — Perguntou Herald, sua voz agora mais calma, mas ainda carregada com um toque de preocupação.
Hakon finalmente ergueu os olhos e encarou Herald. Seu olhar demonstrava um misto de decepção consigo mesmo.
— Eu... eu não consegui nada, pai — Respondeu Hakon em um sussurro, sua voz carregada de tristeza e arrependimento.
Herald suspirou novamente — Você precisa aprender a ouvir os avisos que eu te dou, Hakon — Disse Herald, a sua voz suavizando um pouco. — Certo, vamos logo para casa —
Após trocarem essas palavras, Herald e Hakon seguiram caminhando pela trilha estreita que os levaria de volta ao vilarejo. O sol começava a se pôr, pintando o horizonte com tons dourados e avermelhados, enquanto uma brisa suave balançava as folhas das árvores ao redor.
Hakon, com uma expressão pensativa, quebrou o silêncio que se estabelecera entre eles.
— Falta quanto tempo para a migração acabar? — Perguntou ele.
Herald olhou para o céu, estimando o tempo que restava com base em sua experiência.
— Se não houver nenhum imprevisto, acredito que ainda tenhamos mais uma semana antes que a migração termine — Respondeu Herald, sua voz carregada de seriedade. — Os dragões costumam passar por aqui nessa época, em busca de locais mais seguros e abundantes para se estabelecerem —
Hakon balançou a cabeça, absorvendo as informações. Ele sabia que a migração dos dragões era um evento crucial, tanto para a sobrevivência das criaturas quanto para a segurança dos habitantes do vilarejo.
Alguns minutos se passaram enquanto eles continuavam a caminhar, o cenário familiar do vilarejo começando a se tornar visível à medida que se aproximavam. As casas de madeira se destacavam contra o céu alaranjado, enquanto o som distante das pessoas e animais ecoava pelo ar tranquilo.
Ao chegarem ao vilarejo, Herald virou-se para Hakon, sua expressão séria e determinada.
— Eu tenho que ir fazer algo importante agora. Hakon, não vai para a floresta dessa vez, ouviu?! — Diz Herald.
— Sim, sim, eu sei... — Respondeu Hakon, revirando os olhos.
Herald o encara ainda com dúvida se ele ia o ouvir, mas se vira e vai em direção a um salão grande e belo. Hakon se vira em direção oposta e começa a caminhar pelo vilarejo, enquanto olha para o chão pensativo, e então acaba se esbarrando em um rapaz que tinha a mesma idade que ele, com cabelo negro e um olhar desafiador.
— Desculpe, eu não te vi... Ah! é você, Grey... — Hakon fala, já esperando por problemas.
O rapaz se vira para Hakon com um sorriso debochado.
— Olha só o que temos aqui, a joaninha decidiu passear, hahaha — Diz Grey.
Hakon revira os olhos e logo se levanta e volta a caminhar, ignorando Gray, porém, Grey o agarra pela gola da sua camisa e o puxa, levantando-o do chão.
— Aonde você acha que vai? — Mesmo que os dois tivessem a mesma idade, Gray era muito mais forte que Hakon.
— Cara, hoje o meu dia está sendo péssimo, vê se me deixa... — Hakon diz, segurando o pulso de Gray tentando se soltar.
— Ah, tudo bem então — Grey fala enquanto solta Hakon no chão e arruma a gola da sua camisa.
— Sério? — Perguntou Hakon surpreso com a sua resposta.
— É claro que não! — Grey fala e logo empurra Hakon no chão e ri da sua cara.
Grey se vira e enquanto ri de Hakon se afasta. Hakon que se levanta do chão e bate em sua roupa, tirando a sujeira, enquanto se limpa, alguém bate nas suas costas com força.
— O QUE FOI AGORA?!?! — Hakon fala enquanto se vira bravo e se depara com uma garota de cabelo preto e olhos amarelados como mel o encarando.
— Tá bravinho porquê? Acordou com o pé esquerdo hoje? — Ela perguntou com um sorriso.
— Ah, Emy... não é nada, só acho que Thor deve ter me amaldiçoado hoje — Respondeu Hakon.
— Por que, o que houve? — Ela o indagou.
— Está tudo dando errado hoje, como sempre na verdade... — Diz Hakon enquanto sai andando em direção à floresta.
— Ei, aonde você vai? O chefe não disse para ninguém sair do vilarejo? —
— Disse..., mas eu tenho que me desestressar de alguma forma e nesse vilarejo acho que vai ser um pouco difícil — Hakon entra em meio à floresta e Emily o segue.
— Por que você está vindo atrás de mim? — Ele pergunta.
— Eu estou cuidando de você — Ela responde, caminhando ao seu lado.
— Mas era o que me faltava... eu consigo me proteger sozinho — Ele diz.
— Sei — Diz Emily com um tom sarcástico na voz.
— Olha quem fala, você não sabe nem nadar para começo de conversa — Diz Hakon com a voz baixa, e rapidamente Emily o derruba no chão com uma rasteira sem machuca-lo.
— Falou alguma coisa?! — Ela olha para ele com um sorriso que Hakon sabia que não era exatamente felicidade.
— Não! Eu não falei nada... — Ele respondeu rápido.
— Acho bom mesmo — Ela estende a sua mão para Hakon e o ajuda a se levantar.
— Essa já é a quarta vez que eu caio no chão só na última hora. — Ele murmura.
— É... e você ainda diz que não precisa da minha ajuda, né? — Diz Emily sorrindo e com os braços cruzados.
— ...TÁ!... tudo bem, você pode vir comigo, mas você tem que me prometer que não vai contar para ninguém sobre o lugar que a gente está indo, ok? — Pergunta Hakon sério.
— Ok, ok, eu prometo. — Ela promete.
Após algum tempo caminhando em meio à mata, os dois acabam chegando a uma caverna próxima a uma penhasco.
— ... Era isso? Uma caverna? Pensei que seria algo mais... extravagante. —
— Calma, ok? Não era isso, o lugar é mais no fundo da caverna —
Os dois entram na caverna e, após andarem um pouco mais, eles chegam a um buraco aberto na parede que sai pela parte de trás do penhasco, com a vista para o mar e um pôr do sol belíssimo, as ondas batiam nas rochas abaixo deles, uma queda dali seria fatal e não sobraria nem mesmo vestígios do que cairia ali.
Os olhos da Emily se enchem de brilho após ver aquela bela paisagem. Hakon então se senta na beira do penhasco e olha para Emily, que faz o mesmo.
— Bonito né? — Pergunta Hakon olhando para o pôr do sol.
— Sim, entendi por que você não quer contar pra mais ninguém sobre esse lugar. — Falou Emily enquanto olhava o horizonte alaranjado.
— Digamos que esse lugar é minha base secreta — Hakon disse com um tom de alívio.
— É aqui que você vem toda a vez que algo te incomoda? —
— Sim, já que esse é o único lugar que o meu pai não consegue chegar, e também é bem calmo —
— ... Bem, e aí, você vai me dizer o que está incomodando tanto você hoje? — Emily pergunta enquanto olha para Hakon sorrindo.
— Por que não? Por onde eu começo? Ah! Hoje, enquanto eu dormia, eu acabei caindo da cama de cabeça, haha... — Hakon então começa a contar a Emily tudo de ruim que houve naquele dia de azar.
O tempo se passa rapidamente.
— Você não conseguiu pegar nenhum coelhinho, haha? — Ela ri de Hakon.
— ... A culpa não é minha se ele era fofo demais para matar... — Diz Hakon tentando disfarçar sua péssima capacidade de caça.
— Hahaha, olha o que temos aqui, o filho do chefe mais temido da ilha não consegue caçar um coelhinho, haha. — Ela continua rindo.
— Vai, pode rir o quanto quiser, mas não vai vir falar comigo depois que eu virar um grande viking, ok? —
— Ok, ok, foi mal, ó grande caçador viking, haha. —
Então, assim, Hakon continuou a contar tudo o que havia acontecido com ele naquele dia até o anoitecer.
— Já está de noite, melhor a gente ir de volta ao vilarejo. — Hakon sugeriu.
Emily concorda com a cabeça e então os dois se levantam do chão e saem da caverna e caminham pela floresta e logo voltam ao vilarejo.
Ao chegarem no vilarejo, os dois se despedem e vão para suas casas. Hakon abre a porta da sua casa e ao entrar ele vê o seu pai sentado em sua cadeira enquanto afiava a sua espada com uma expressão séria em seu rosto.
— Filho... precisamos conversar — Diz Herald enquanto prendia sua espada no chão de madeira.
Hakon engole em seco.
— Filho...temos que conversar — Diz Herald — Sente-se na cadeira —
Ele fala enquanto apontava para uma cadeira de madeira ao seu lado, Hakon então se senta nervoso sobre o que o seu pai queria conversar com ele.
— Após a reunião de hoje a tarde eu conversei com o Vidar e ele me convenceu.
— ...Convenceu você sobre o quê? — Pergunta Hakon.
— Me convenceu a colocar você no treinamento de combate — Responde Herald com um olhar sério.
— SÉRIO? — Pergunta Hakon com um sorriso animado.
— Sim, o treino vai começar a manhã ao amanhecer —
Os olhos de Hakon se abrem cheios de brilho e logo ele começa a comemorar.
— AEEEEEE FINALMENTE! Já estava pensando que você não ia me deixar segurar uma espada nunca haha — Hakon diz sorrindo para seu pai.
— Certo já entendi que você está feliz com isso, agora vai dormir, amanhã você vai ter um dia bem difícil —
— Está bem! —
Hakon então corre para o seu quarto e se deita na sua cama com um sorriso.
— Até que enfim as coisas estão melhorando para o meu lado, finalmente eu vou poder treinar de verdade e mostrar a todos que eu também sou um viking — Sussurrou Hakon enquanto sorria e fechava seus olhos, e então caindo no sono.
Ao amanhecer do dia Hakon acorda caído da cama.
— Tenho que comprar uma cama maior... — Diz Hakon enquanto se levantava da cama com a mão em sua cabeça e com o cabelo todo bagunçado, logo ele vai para a sala e vê seu pai sentado em sua cadeira que logo olha para Hakon e diz.
— Preparado para o seu primeiro dia de treinamento? —
— Com certeza! — Afirma Hakon enquanto ajeitava o seu cabelo com as mãos e caminhando para a porta de casa.
— Então é melhor você se apressar, eles já devem estar começando —
— O que!? porque não me acordou antes?! — Perguntou Hakon enquanto colocava um agasalho de pele de carneiro.
— Porque eu também acabei de acordar — Responde Herald com um bife na boca.
Hakon corre até a porta e se despede de seu pai, e vai até o local aonde vai ser o treinamento, Ao chegar no local ele percebe que ainda não começaram o treino e também vê outros 4 vikings, Sua amiga Emily,Gray,um rapaz alto moreno e de cabelos cacheados chamado Igor, e uma garota de cabelos brancos e olhos vermelhos e pele pálida chamada Eira, em uma fileira e logo corre para o lado de Emily.
— Atrasado como sempre — Diz Emily sussurrando para Hakon.
— Tá, não começa —
Um homem de repente chega no local, um homem gorda e barbudo e com cabelo ralo.
— QUIETOS,PRESTEM ATENÇÃO VOCÊS ESTÃO AQUI HOJE PARA TREINAR NÃO PARA FICAR DE PAPO FURADO!!! — Falou Vidar enquanto andava de um lado para o outro com as mãos atrás das costas.
— VOCÊS ACHAM QUE SÃO VIKINGS?!VOCÊS NÃO ASSUSTAM NEM COELHINHOS OUVIRAM!?! —
Os 5 ficam o olhando nervosos.
— VOCÊS TEM UM LONGO CAMINHO A PERCORRER ATÉ VIRAREM VIKINGS DE VERDADE!! —
Vidar caminha em direção a Hakon e o encara nos olhos.
— Principalmente você Hakon,eu vou pegar 2 vezes mais pesado com você por ser filho do chefe então é melhor vocês se preparar —
Vidar volta a caminhar de um lado para o outro.
— QUERO DEIXAR MAIS UMA COISA CLARO!!VOCÊS VÃO PODER SAIR DAQUI DE DUAS FORMAS OU COMO UM GUERREIRO DIGNO DE ADMIRAÇÃO OU COMO UM COVARDE FRACOTE!!E VOU DAR UMA DICA A VOCÊS SE VOCÊS SAIREM DAQUI COMO FRACOTES É MELHOR VOCÊ IREM ENCONTRAR OU ILHA PARA MORAR! —
— Ouviu Hakon? Melhor já preparar as malas haha... — Grey sussurra para Hakon.
— Falou alguma coisa Grey? — Pergunta Vidar com um tom agressivo.
— Não senhor! —
— É acho bom,então vamos parar de ficar perdendo tempo e vamos começar o treinamento! —
Vidar vai até um balcão ali perto e pega uma trombeta e a usa, que a mesma solta um barulho muito alto.
— Para aquecer vamos começar com 5 voltas ao redor da ilha —
Os 5 ficam parados encarando Vidar.
— AGORA! —
Os 5 então começam a correr rápido.
5 MINUTOS DEPOIS.
— Ei Hakon! —
Emily chama a atenção de Hakon enquanto eles corriam um do lado do outro.
— O que foi? — Hakon pergunta olhando para frente.
— Quer fazer uma aposta? —
Emily propõem enquanto dava um sorriso provocativo para Hakon.
— Qual aposta? —
— Qual de nos dois vai conseguir completar as cinco voltas primeiro —
— Hmm... — Hakon fica pensativo.
— Aceito, mas o que a gente vai apostar? — Pergunta Hakon.
— O perdedor vai ter que obedecer o vencedor por uma semana —
— Essa é uma aposta muito gananciosa, ok estou dentro —
30 MINUTOS DEPOIS.
Hakon continua a correr porem um pouco ofegante agora, Emily pelo contrário parece que está com mais energia que antes.
— Já está desistindo? Haha —
— .... —
MAIS 30 MINUTOS DEPOIS.
Hakon parece estar bem cansado dessa vez, e só agora Emily parecia ficar cansada.
— Suponho que a gente já tem um vencedor, ou melhor, vencedora — Diz Emily com um sorriso vitorioso.
— Não comemora antes de vencer, nenhum de nós terminou as voltas ainda —
— Mais eu estou mais perto de terminar — Diz Emily sorrindo ofegante.
1 HORA DEPOIS.
Terminaram a primeira volta pela ilha porém Hakon agora não consegue mais correr e está apenas andando e enquanto isso Emily está na sua frente ainda correndo, ela vira-se e olha pra Hakon e dá um tchauzinho rindo.
— TE VEJO NA PRÓXIMA VOLTA HAHA —
— ... Maldição… porque eu… fui apostar... — reclama Hakon se arrependendo do que havia feito.
Hakon decide parar um pouco para recuperar o fôlego e senta em um tronco de árvore cortado que havia ali perto. Enquanto descansava ele sente uma leve picada no pescoço e da um forte tapa, ele olha para sua mão e vê um inseto de aparência estranha, ele era minúsculo e azulado com um par de asas grandes, Hakon nunca havia visto aquele inseto antes, nem mesmo nas enciclopédias que havia na aldeia, o que preocupa Hakon, mas que acaba esquecendo de sobre isso após voltar a correr.
Quando todos os outros haviam terminado de dar as 5 voltas pela ilha, todos voltam ao centro de treinamento cansados.
— Podem descansar agora! — Diz Vidar.
Logo todos os cinco caem no chão aliviados.
— Levantem acabou o descanso — Diz Vidar novamente.
— O QUE?!MAIS NEM DEU TEMPO PARA DESCANÇAR!! — Reclama Gray.
— Não perguntei! Levantem! — Ordena Vidar.
— Certo, já que é só o primeiro dia, irei deixar vocês irem agora mais não vai ser assim sempre ouviram? —
— SIM SENHOR!! — Todos dizem ao mesmo tempo.
— Podem ir embora agora —
Na saída Grey passa por Hakon e coloca o pé na sua frente na tentativa de derruba-lo, porém falha.
— Tá fazendo o que Grey? — Pergunta Hakon se virando para Gray.
— Do que você tá falando? — Diz Gray tentando disfarçar.
— Olha eu estou muito cansado para lidar com você agora — Afirma Hakon suspirando enquanto vira de costa para Gray o ignorando, Gray com raiva tenta o empurrar mais é impedido por Emily.
— Tá tudo mundo cansado Gray para de incomodar ele! — Diz Emily.
— Você não tem vergonha de ser protegido por uma mulher Hakon!? — Diz Gray provocando Hakon.
Hakon fica bravo e tenta golpear Gray que desvia e acaba golpeando Hakon na barriga, derrubando Hakon no chão.
— Hakon!! — Emily vai até Hakon para tentar ajuda-lo mais Hakon a manda se afastar, e então se levanta do chão com a mão na barriga.
Gray se prepara para chutar Hakon enquanto ele estava no chão porém alguém o segura pelo ombro e empurra para o lado de Gray.
— Já deu Gray! — Diz Igor com um olhar ameaçador para Grey.
— Intrometido — Sussura Gray saindo dali.
Hakon então olha para Igor.
— Porque me ajudou? — Pergunta Hakon se levantando do chão com a ajuda de Emily.
— Bem... você é o filho do chefe, pode ser fraco mais ainda merece respeito e tudo mais, de qualquer forma, você está bem? — Pergunta Igor.
— Para alguém que acabou de levar um soco na barriga, sim, estou bem — Responde Hakon.
— Certo, agora eu tenho algo para fazer, vejo vocês dois por aí, até mais — Igor se despede e vai embora.
— Seu idiota! Porque você tentou agir como o herói? olha pra você agora, mal consegue ficar de pé sozinho — Diz Emily puxando a orelha de Hakon brava.
— Foi mal foi mal!!é só que...quando ele falou aquilo eu acabei ficando bravo... eu sou filho do chefe, e sou obrigado a ser protegido pelos outros... é humilhante e patético isso —
Emily solta um suspiro pesado.
— Certo eu vou te levar para sua casa —
— NÃO!!...não por favor se meu pai me ver assim ele vai ficar mais desapontado do que já é —
— Tá bom quer ir aonde então? —
— Me leva até a caverna —
— Certo —
Emily leva Hakon até a caverna, mais no caminho Emily percebe algo e sussurra no ouvido de Hakon.
— Tem alguém nos seguindo... —
— Quem é? —
— Não sei —
Hakon fica pensativo.
— Vai para a direita naquela direção —
Emily faz como Hakon disse, o perseguidor os segue, porém ao virar ele acaba se perdendo.
— Maldição! Para onde eles foram? — Pergunta o homem misterioso para si mesmo.
Os dois se mantém escondidos dentro de um buraco apertado no chão.
— Que lugar é esse? — Pergunta Emily sussurrando para Hakon.
— Um dos muitos buracos que eu fiz pela ilha, eu tenho decorado na cabeça cada lugar aonde têm buracos assim, mas maioria foram ocupados por animais como raposas — Responde Hakon.
— Entendi, agora tira a mão do lugar, você tá tocando aonde não devia — Diz Emily levemente envergonhada.
— Mas... as minhas mãos estão aqui — Diz Hakon levantando as duas mãos para cima.
— Então o que é isto? — Pergunta Emily pegando algo que estava em baixo dela.
Ela levanta a mão enquanto segurava algo, uma pequena marmota. Emily pula para fora do buraco gritando assustada e jogando a marmota para o alto, Emily corre assustada e se esconde atrás de um pinheiro enquanto a marmota caia no colo de Hakon.
— Emily? Você ainda tem medo de marmotas? — Pergunta Hakon segurando a risada.
— Cala a boca! — Grita Emily envergonhada.
Hakon se levanta do buraco rindo, e percebe que o homem que estava os seguindo havia sumido. Ele coloca a marmota no buraco e vai até à Emily que ainda se escondia abaixada atrás da árvore.
— Eu nunca entendi esse pavor por marmotas, elas são tão fofas — Diz Hakon.
— Ela se foi? — Pergunta Emily.
— Bem... ela tá olhando para cá — Responde Hakon — ... E agora está vindo na nossa direção —
Ao ouvir isso Emily começa correr com Hakon logo atrás dela enquanto ria.
Hakon e Emily finalmente chegam ofegantes na caverna e se sentam no chão um de frente para o outro.
— Acho que o despistamos... — Diz Hakon ainda com vontade de rir.
Emily olha para Hakon e esboça um leve sorriso.
— Sobre a aposta... —
— Ah! Não se preocupe eu ainda estou pensando no que eu vou mandar você fazer hehe... —
Hakon se levanta do chão e estende a mão para Emily e a ajuda a se levantar, e então os dois voltam ao vilarejo e cada um parte para suas casas, ao chegar na sua casa Hakon percebe que o seu pai não está e vai direto para seu quarto e se deita pensativo enquanto olha para o teto.
Hakon então fecha os seus olhos e adormece e ao acordar ele sente o seu corpo pesado e quente, a visão borrada.
— Então, anciã, qual é o estado dele? — Herald questiona Liv, uma das mais velhas mulheres do vilarejo, conhecida por suas habilidades de cura. Ela estava debruçada sobre Hakon, procurando entender o que o acometia.
— Infelizmente, parece que ele contraiu uma doença antiga e temida, a doença de Karov. Esta enfermidade foi responsável por muitas mortes de vikings ao longo da história, espalhando-se de maneira insidiosa pelas ilhas do nosso arquipélago e até hoje não sabemos ao certo o que causava a doença ou o que a fez parar tão repentinamente. Não é intrinsecamente perigosa, mas se alastrou de tal forma que se tornou um grande risco... — Liv explica com um tom grave.
— Existe algum remédio para isso? — Herald interrompe, a esperança visível em seus olhos.
— Felizmente, existe uma cura, mas me faltam os ingredientes necessários para a preparação — Liv responde, olhando com preocupação para seu paciente.
— Basta me dizer quais são, e eu irei buscá-los! — Herald declara com determinação, pronto para fazer qualquer coisa para salvar Hakon.
— Certo, dê-me um papel e um lápis para que eu possa anotar os itens que você precisará coletar — Liv instrui. Herald rapidamente lhe entrega o que pediu, e ela começa a rabiscar a lista.
Nesse momento, Emily entra apressadamente no quarto de Hakon, correndo para o lado da cama onde ele jazia.
— O QUE ACONTECEU COM HAKON?! Ele está bem?! — Emily grita alarmada.
— Ele está sendo envenenado. Provavelmente entrou em contato com alguma coisa que o contagiou durante o treinamento de ontem. No momento, ele está estável, mas se eu não administrar o remédio logo... — Liv deixa a frase em aberto, a expressão em seu rosto dizendo mais do que palavras conseguiriam. Herald e Emily ficam visivelmente abalados, mas logo se recompoem.
— Diga-me quais ingredientes faltam e eu irei buscá-los — Emily diz, determinada.
Liv termina de escrever a lista e rasga o papel ao meio, entregando uma parte a Herald e a outra a Emily.
— Estes são os ingredientes necessários. Você pode encontrá-los em algum lugar nesta ilha. Agora vão, e rápido — Liv os instrui, e eles acenam com a cabeça, saindo imediatamente para a busca.
Emily segue para a floresta, desdobrando o pedaço de papel.
— Certo, o primeiro ingrediente é uma Flor de lótus vermelha. Diz aqui que ela cresce em lagoas. Acho que sei onde encontrar uma — Emily murmura para si mesma.
Ela corre através do emaranhado de verde até chegar a uma lagoa no coração da ilha. Lá, no centro, uma única flor de lótus, Emily olha ao redor e sem ver ninguém ela tira algumas peças da sua roupa e mergulha na lagoa e nada até a flor, ela a pega e volta até a beira da lagoa e sai dela encharcada e coloca as suas roupas novamente.
— Certo um já foi o outro agora é... —
Ela pega a folha de anotações.
— Pelo de Javali selvagem... Esse vai ser difícil... —
Emily então sai a procura de um javali pela floresta e depois de algum tempo ela finalmente encontra um, ela se agacha num arbusto e fica esperando ele se aproximar e quando ele finalmente se aproxima, ela dá um pula e agarra o javali com as mãos, o javali então se assusta e começa a correr desesperado e após longos e difíceis 5 minutos o javali joga a Emily num arbusto e corre em disparada para longe, Emily então sai se dentro do arbusto cheio de folhas grudadas no seu cabelo, ela então olha para sua mão e vê um punhado de pelo de javali nelas.
— Certo falta só mais um — Ela olha para o papel e vê o último ingrediente.
— água do mar, essa é fácil —
Emily caminha vai até à maré e tira um cantil dá sua cintura e a enche de água e volta até a casa de Hakon, ao entrar ela vê o Hakon pálido e suando muito, ela aproxima-se e entrega os ingredientes para Liv.
— Me escuta Emily,eu tenho que ir preparar as coisas para fazer o remédio eu quero que você fique e cuide dele —
— O que eu tenho que fazer? —
— Apenas enxugue o rosto dele e me avise se algo de estranho acontecer —
— Entendi —
Liv saí do quarto e Emily se senta ao lado de Hakon na cama e passa um pano no rosto dele, que o mesmo acorda de repente.
— Eu estou te dando trabalho de novo Emy... — Diz Hakon com uma voz fraca, ao perceber que ele acordou Emily se espanta e segura sua mão.
— Você acordou!! como você tá? está se sentindo mal? — Pergunta Emily preocupada.
— Bem...eu estou envenenando por causa de uma flor que deu fim a muitos vikings antes então é meio difícil eu estar bem hehe!cof... — Responde Hakon tossindo.
— Não faça piadas Hakon! Isso é sério! —
— Você se preocupa tanto assim comigo? Me sinto honrado hehe —
Emily fica envergonha e vira seu rosto.
— Falei para você ficar quieto! —
—...Você parece tão acaba quanto eu — Diz Hakon enquanto olhava para seu cabelo sujo e molhado, e suas roupas que tinham pequenos rasgos.
— Eu estou assim só por que eu tive que pegar alguns ingredientes para a anciã o seu pai também foi buscar os outros ingredientes que faltaram... —
Emily olha para Hakon e percebe que ele acabou caindo no sono de novo.
—...Seu idiota... —
Ela fala em um tom baixo.
ENQUANTO ISSO NUMA PARTE DA ILHA.
— Certo, faltam outros dois ingredientes agora — Herald diz enquanto segurava um gavião-real nas suas mãos.
— Vamos ver...agora eu tenho que pegar 3 rosas —
Herald caminha em meio a floresta até chegar num campo de flores aonde ele começa a procurar pelas flores, depois de alguns minutos ele encontra-as e vai atrás do último ingrediente, uma flor-cadáver, após muita procura Herald a acha perto de um cervo morto, ele a pega e volta para a casa, ao chegar ele entrega tudo a anciã e vai ao quarto ver como está Hakon, ao entrar ele vê a Emily cuidando do seu filho com cuidado.
— Como ele está? —
— Ele piorou um pouco desde que a gente saiu mais acordo a alguns minutos atrás —
— Entendo... —
A anciã entra no quarto.
— Certo vocês dois tem quer sair agora —
— DE JEITO NENHUM!! — Diz Herald e Emily juntos.
— Se vocês não saírem eu não vou poder cuidar dele, o tratamento agora tem que ser feito com muita cautela e se vocês ficarem aqui vocês vão me distrair —
Os dois se olham e soltam um suspiro pesado e saem do quarto.
— Só entrem se eu mandar ouviram? — Ela fecha a porta e começa a tratar Hakon, enquanto isso Herald e a Emily ficam a andar de um lado para o outro, preocupados com Hakon.
2 HORAS DEPOIS.
Liv sai do quarto cansada, os dois a olham.
— Então anciã? ele vai ficar bem? — Perguntam os dois juntos, ansiosos.
— Perguntem vocês mesmo — A velha responde enquanto saia da frente da porta.
— O que?! ele acordou?! —
Os dois entram no quarto e vem Hakon sentado na cama.
— Parece que Odin ainda não me quer em Valhalla haha... — Fala Hakon com dificuldade sentado na cama.
— Por Thor...você tá bem filho,eu pensei que você ia morrer hoje... —
Herald dá um abraço em Hakon que o mesmo vê Emily parada o encarando.
— Você também quer um abraço? — Pergunta Hakon com um leve sorriso no rosto.
Herald olha para os dois.
— Bem, filho...eu fico feliz que você tenha melhorado mais agora eu tenho que ir cuidar de algumas coisas ok?— Diz Herald querendo deixar os dois a sós.
— Claro pode ir —
Herald sai do quarto, deixando apenas Hakon e Emily lá.
— Emily tá tudo bem? —
Emily de repente corre até Hakon e o abraça enquanto chorava.
— E-eu pensei que você ia... — Ela tenta falar com o rosto no ombro de Hakon.
Hakon espantado e sem saber o que dizer a abraça de volta — Está tudo bem, eu não morri não é? —
Ele separa o abraço e olha Emily nos olhos.
— Eu não sei por que você se preocupa tanto comigo, mas muito obrigado por me proteger sempre Emy — Diz Hakon com um sorriso caloroso no rosto.
Emily ao ver ele sorrindo ela percebe que ele está bem novamente e então...
— Você é o único da vila que não sabe porque eu me preocupo com você... — Sussurra Emily e logo dá um beijo na bochecha de Hakon que fica envergonhado e sem reação.
Logo após do beijo, Emily corre para fora do quarto escondendo o rosto, Hakon então se deita novamente e sorri.
— Eu acho que Odin está do meu lado ultimamente hehe... — Diz Hakon com um sorriso enquanto se deitava na cama.
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