O sobrevivente de um naufrágio.

Uma semana se passou desde o retorno de Hakon e seus companheiros de sua perigosa missão. A vida na aldeia voltou à sua rotina habitual, com dias repletos de treinamentos intensos, sessões de caça em duplas e uma série de outras atividades diárias. Surpreendentemente, até mesmo o encontro romântico entre Emily e Hakon parecia ter se desvanecido da memória de todos.

Emily, em particular, lutava para lembrar-se dos acontecimentos daquela noite. Fragmentos de imagens e sensações surgiam em sua mente, mas a clareza era evasiva. Ela se encontrava em um estado de confusão, incapaz de entender plenamente o que realmente havia ocorrido entre ela e Hakon, o que a fez imaginar ter sido apenas um sonho.

No amanhecer da segunda semana após o retorno da missão, Hakon despertou em sua cama e saiu de sua cabana, imbuído pela atmosfera serena e familiar do vilarejo. Enquanto caminhava tranquilamente, podia ouvir os pássaros entoando suas melodias matinais e sentir a suave brisa da manhã acariciando seu rosto. Em busca de um momento de contemplação, Hakon decidiu dirigir-se à praia para ouvir o som das ondas quebrando na costa.

À medida que se aproximava da orla marítima, algo incomum chamou sua atenção. Destroços de um barco jaziam espalhados pela areia, como se Tivessem sido violentamente arremessados pelas ondas impiedosas. Intrigado, Hakon se aproximou cautelosamente dos destroços, enquanto seu coração acelerava com a expectativa do que poderia encontrar.

Ao se aproximar dos escombros marítimos, o guerreiro notou um som abafado e irregular. Era o som da respiração humana, um sinal de que alguém estava escondido sob os pedaços de madeira retorcida. Hakon imediatamente abandonou qualquer noção de calma e se lançou em ação.

Com força e habilidade, ele começou a remover os destroços, um por um, liberando espaço para quem quer que estivesse preso ali. Seus braços trabalhavam freneticamente, enquanto a incerteza e a preocupação se misturavam em sua mente. Quem poderia estar ali em meio a esse naufrágio?

Finalmente, depois de um grande esforço, Hakon afastou uma grande peça de madeira e revelou uma figura encharcada e semiconsciente. Era um rapaz que aparentava ter a mesma idade que Hakon, vestindo roupas rasgadas e ferido. Seus olhos estavam semicerrados, demonstrando fraqueza e exaustão.

Hakon imediatamente se ajoelhou ao lado do homem, examinando suas feridas e avaliando sua condição. Ele percebeu que o náufrago precisava de ajuda urgente. Sem hesitar, Hakon levantou o homem ferido em seus braços e começou a carregá-lo em direção ao vilarejo.

—O-Obrigado... — Diz o rapaz com dificuldade.

— Shh...não fale nada, você está muito ferido, descanse — Diz Hakon enquanto corria até Liv.

Minutos, Horas se passam e então o rapaz saí da cabana da curandeira segurando um pedaço de madeira em uma das mãos para poder caminhar sozinho.O rapaz vê Hakon e vai até ele.

— Obrigado novamente, me chamo Arthur — O rapaz se apresenta.

— Não precisa me agradecer, você poderia me seguir? — Pergunta Hakon.

— Claro? —

Hakon leva Arthur para sua cabana e o fala para se sentar, Arthur então se senta de frente para Hakon.

— Pode me dizer o que houve com você?e porquê você acabou a parar na praia? —

— Hm...tudo bem...por onde eu começo?...bem a alguns dias atrás eu e a minha tropa estávamos a navegar quando de repente alguma coisa...alguma coisa grande atingiu o casco do meu navio e o quebrou em um único golpe, depois disso eu só me lembro de ter acordado aqui —

— De qual tribo você é? —

— Tribo?eu não de nenhuma tribo,eu sou do império de FireClaw —

— Império né...entendo...olha eu vou te dar um aviso é melhor você sair dessa ilha —

— Porquê? —

— O meu pai não gosta de impérios, geralmente, a alguns anos atrás um império chamado Império de Jade atacou a nossa ilha e isso acabou... causando muitas fatalidades — Diz Hakon enquanto se levanta.

— Mais eu não posso sair e ir para o mar sozinho e ainda por cima com a perna quebrada,me deixe ficar aqui por um tempo por favor...pelo menos até a minha perna se recuperar. —

— Foi mal não sou eu quem decide isso... —

Hakon pensa em algo e se vira pra Arthur novamente.

— Você é um guerreiro certo? —

— Sim, porquê? —

— Me ensine a esgrima do império e então eu irei encontro um lugar pra você ficar, o que você acha? — Sugere Hakon.

— Eu posso te ensinar a esgrima do meu império mas por que você quer aprender? —

— Estou curioso sobre como vocês, imperiais lutam —

Arthur fica pensativo e então concorda com a cabeça.

— Tudo bem eu irei te ensinar —

Hakon agradece e o leva para a sua caverna escondida.

— Ninguém além de mim e de uma amiga conhece esse lugar então eu tenho certeza que você vai ficar seguro aqui, tem alguns alimentos escondidos aqui também —

— Obrigado, sobre as aulas de lutas, que tal começar amanhã? —

— Por mim tudo bem, até amanhã então — Diz Hakon enquanto se virá e volta para a aldeia.

Durante o tempo no qual ele caminhava pela floresta para a sua aldeia,ele se depara com Emily, que estava abaixada em uma moita caçando,Hakon se aproxima dela sem que ela se percebe sua presença e então fala perto do seu ouvido.

— O que você tá fazendo? — Pergunta Hakon.

Emily se assusta e por instinto golpeia com a sua espada para trás em direção a Hakon que por sorte, muita sorte consegue desviar.

— Hakon?você tá maluco?você sabe que não se deve chegar atrás de alguém assim no meio da floresta — Diz Emily enquanto se levanta e guarda a sua espada na bainha.

— Foi mal —

Emily solta um suspiro e percebe que o cervo que ela tava caçando havia fugido e olha para Hakon com raiva.

— Você me fez perder a minha caça — Diz Emily cerrando os dentes,Hakon logo que percebe que tá encrencado e corri dalí correndo rindo, com Emily logo atrás dele.

E assim termina mais um dia.

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