No amanhecer do próximo dia, Hakon despertou de um sono agitado, atormentado por pesadelos que o assombraram durante a noite. Ainda sob o impacto das imagens perturbadoras que povoaram seu subconsciente, ele se ergueu de sua cama com uma expressão preocupada e decidiu sair da sua casa para respirar um ar fresco.
Enquanto Hakon caminhava pelas ruas da pacata aldeia, o sol começava a raiar timidamente no horizonte, espalhando uma tênue luz dourada sobre as pitorescas construções de madeira. O ar fresco da manhã acariciava seu rosto enquanto ele vagava sem rumo, buscando clarear sua mente e encontrar algum alívio para o tormento noturno que o assaltara.
A medida que o tempo passava, o sol emergia por completo, espalhando seus raios vibrantes e aquecendo a paisagem ao redor. Porém, mesmo com a presença inconfundível do astro solar, Hakon se viu desorientado em meio a uma praia deserta, onde o silêncio reinava soberano. O único som audível era o suave e constante embate das ondas contra a orla, ecoando como uma melodia solitária e pelos leves bater das asas das gaivotas.
Hakon ergueu os olhos para contemplar o horizonte vasto, onde o céu se encontrava com o mar em uma harmonia sublime. As cores mescladas do amanhecer dançavam sobre as águas tranquilas, refletindo um espetáculo irreal de matizes alaranjados, rosados e azulados. No entanto, mesmo diante de tamanha beleza, um sentimento de inquietude persistia no coração de Hakon, obscurecendo a magnificência do cenário.
Enquanto ele caminhava pela praia com passos hesitantes, seus pés afundando levemente na areia úmida, Hakon percebeu que estava sozinho em sua jornada introspectiva. Era como se o mundo inteiro tivesse se recolhido, deixando apenas Hakon e a Natureza em comunhão silenciosa.
Os pensamentos de Hakon vagavam entre as lembranças do pesadelo noturno, procurando encontrar respostas para o seu tormento. Ele revivia as imagens sombrias que assaltaram sua mente durante o sono, desejando ardentemente decifrar o significado oculto por trás daqueles pesadelos vívidos. A praia, com sua imensidão e calmaria, parecia ser o local ideal para refletir e buscar clareza em meio à confusão interior.
Hakon é abatido por uma onda de exaustão por culpa da péssima noite que ele sofreu, ele se senta na areia e fica ali ouvindo o som das gaivotas e dor bater das ondas nos rochedos próximos.
Enquanto Hakon soltava um suspiro profundo, uma voz suave e grave ecoou vindo de trás dele, interrompendo seus pensamentos em busca de clareza.
— Aconteceu alguma coisa ruim, garoto? — perguntou a voz, carregada de preocupação.
Surpreso, Hakon virou-se lentamente para encarar o dono da voz. Diante dele estava um homem de aparência envelhecida, com uma longa barba branca que chegava até o peito. Era Frode, Um dos quatro anciãos da aldeia, conhecido por sua sabedoria ancestral e respeitado como o mais velho entre eles.
— Ancião! O que você está fazendo aqui? Não deveria estar em sua casa? — indagou Hakon, erguendo-se para ficar de pé. Ele sentia um misto de surpresa e alívio ao ver Frode ali, como se sua presença trouxesse um conforto reconfortante.
Frode sorriu gentilmente, seus olhos sábios brilhando com compaixão.
— Meu jovem, quando a inquietação toma conta de sua alma, a natureza nos chama para trazer respostas e encontrar a paz interior. Eu decidi caminhar pela praia nesta manhã, onde o mar e o céu se encontram, esperando encontrar alguma serenidade para compartilhar com aqueles que necessitam.
Hakon assentiu, compreendendo a profundidade das palavras do ancião. Havia algo na presença de Frode que transmitia calma e sabedoria ancestral, e Hakon sentia que poderia confiar nele.
— Ancião Frode, eu tive um pesadelo terrível esta noite. Imagens sombrias e perturbadoras invadiram meus sonhos, deixando-me com uma sensação de angústia. Eu não consigo entender o que significam ou por que me afetam tanto. — Hakon abaixou a cabeça, sentindo-se vulnerável ao compartilhar suas preocupações mais profundas.
Frode colocou uma mão amiga no ombro de Hakon, transmitindo conforto e empatia.
— Os sonhos são mensageiros misteriosos, jovem Hakon. Eles podem refletir nossos medos, anseios e até mesmo premonições. A resposta que você procura pode estar oculta nas entrelinhas do seu pesadelo. Venha, sente-se comigo na areia e compartilhe seus pensamentos. Juntos, podemos desvendar os enigmas do seu sono turbulento.
Hakon seguiu Frode até a beira da praia, onde ambos se sentaram na areia macia. A brisa marinha acariciava seus rostos enquanto o som suave das ondas preenchia o ar.
Durante horas, Hakon e Frode conversaram, compartilhando histórias, reflexões e interpretações dos eventos noturnos que perturbaram e depois de muitas palavras trocadas, Hakon finalmente consegue limpar sua mente da preocupação que havia tomado seus pensamentos.
— Obrigado ancião — Agradece Hakon.
— É o mínimo que eu deveria fazer para a pessoa que salvou a minha neta haha — Diz Frode com um leve sorriso no rosto — E você é o próximo chefe da aldeia, eu deveria te ajudar se não Herald vai vir reclamar comigo depois —
Um pouco distante dali uma garota grita para o ancião.
— VOVÔ O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI?!VEM LOGO PARA A CASA! O SENHOR AINDA TÁ DOENTE! — Grita Emily enquanto acenava com a mão.
— Bem...eu tenho que voltar agora, tenha um bom dia garoto — Diz Frode enquanto bagunça o cabelo Hakon.
— Você também ancião —
O ancião sai daquele local e vai até à Emily que o leva para casa, enquanto isso Hakon voltava o seu olhar para o imenso oceano e então sorri, com a cabeça mas leve por causa da conversa com Frode.
Após alguns minutos olhando para o horizonte, Hakon se levanta e vai para o centro de treino para, mas uma aula de luta, em seguida caminha pelo vilarejo com Emily que perguntava várias vezes sobre o que ele conversou com o seu avô, porém, Hakon conseguia mudar de assunto todas as vezes na qual ela perguntou. Ele não queria contar a ela para não preocupa-la, conhecendo ela, Hakon sabia que se por acaso contasse que havia um monstro dando pesadelos a ele, ela provavelmente iria querer dormir na casa dele para acabar com o monstro, e ele não queria isso... na verdade até gostaria, mas isto é história para outra hora.
Ao anoitecer Hakon vai para sua casa e se deita na cama deixando a tocha do seu quarto acessa e então dorme ,e felizmente naquela noite ele consegue ter um sono tranquilo novamente.
Naquela noite Hakon conseguiu dormir em paz, na verdade ele teve até um sonho bom, uma lembrança para ser exato.
Hakon se encontra no bosque no centro da ilha de Nevis junto com todos os outros aldeões, era época de calor e todos haviam decidido se reunir no lago da ilha, era uma das coisas mais belas daquela ilha a água era cristalina, a água seria calma se não existisse uma cachoeira a poucos metros do lago, peixes pequenos nadavam de um lado para o outro, não tinha nenhum predador, a temperatura não era nem fria e nem quente demais, era perfeita.
Hakon olha de um lado para o outro a procura de seu pai, na lembrança Hakon era mais jovem, tendo 13 anos. Na época Hakon não tinha nenhum amigo, nem mesmo Emily falava com ele.
Hakon corria de um canto para outro como qualquer outra criança energética, até que decidiu entrar no lago, ele mergulhava e brincava tentando agarrar os peixes com as mãos, o que não conseguia por causa da agilidade do peixe e das escamas escorregadias. Quando voltou para a superfície, Hakon viu um grupo de crianças se afastando do lago escondidos em direção ao topo da cachoeira, ela não era particularmente alta pelo contrário, pelo tamanho não seria aceitável chama-la de cachoeira e sim de cascata.
Hakon curioso, seguiu eles escondido matendo uma distância deles, ao chegarem no topo Hakon reconhece eles, Emily, Gray, Igor, Eira e mais dois garotos que Hakon nunca havia visto. Mesmo de longe Hakon ouve eles conversarem.
— Quem quer ser o primeiro? — Pergunta Gray com um sorriso travesso.
— Primeiro as damas — Diz um dos garotos desconhecidos.
— Pode ir você primeiro Eira — Fala Emily se afastando da borda da cascata.
Eira sem hesitar corre em direção a beirada e se joga na água, no ar ela se encolhe como se fosse uma bola e então atinge a água com uma explosão de respingo.
Gray olha para aquilo e se afasta e grita — Minha vez agora! — e corre e se joga também, no ar ele tenta fazer o mesmo que Eira mas acaba se atrapalhando e caí de barriga na água causando um estalo alto como um tapa e logo afunda no lago.
— Ai! — Diz todos que presenciaram aquilo (até Hakon).
Gray submerge da água com uma expressão de dor no rosto mas tentando disfarçar.
Enquanto Emily via aquilo próximo da borda ela acaba escorregando e caindo, durante a queda ela tenta gritar — Eu não sei n- — Mas antes que pudesse terminar de falar ela caí na água e começa a desesperadamente a mexer os braços de forma frenética. Todos olhavam para ela sem saber o que fazer, Eira se virou para a beira do lago aonde todos estavam e logo começou a pedir ajuda mas ninguém parecia conseguir ouvir naquela distância, quando ela se virou para Emily ela viu apenas uma explosão de água e depois de alguns segundos silênciosos Hakon emerge da água com Emily agarrada em seu pescoço inconsciente, ele a levou para a terra firme com dificuldade por sorte Emily era leve senão Hakon se afogaria tentando puxa-la da água.
Igor e os outros correram até Emily, verificando se ela estava bem. Hakon, ofegante e visivelmente abalado, começou a fazer compressões torácicas em Emily, tentando que ela voltasse à consciência.
— Vamos, Emily, respire! — Hakon exclamou, enquanto as compressões continuavam.
Depois de segundos que pareciam horas, Emily finalmente cuspiu água e começou a tossir, com o rosto vermelho e olhos arregalados. Hakon se inclinou para trás, aliviado, enquanto Eira e os outros se aproximavam para ajudar.
— Você salvou a vida dela — Disse Eira, enquanto olhava para Hakon com uma expressão de gratidão.
A partir daquele dia, a relação entre Hakon e Emily mudou. Eles passaram de meros conhecidos a amigos inseparáveis. Emily sempre agradecia a Hakon por ter salvado sua vida, embora Hakon sempre minimizasse o que tinha feito, dizendo que estava apenas no lugar certo na hora certa.
O sonho chegou ao fim e Hakon acordou naquela bela manhã.
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Atualizado até capítulo 100
Comments
desconhecido
Novamente Amei
2024-02-04
2
Theboy
kkkkkkkkk
2023-07-02
1
Rsturbuk
Estou gostando muito do seu livro lerei com muita atenção
2023-06-21
2