Finalmente, o dia mais difícil havia chegado. O dia em que um irmão mais velho tinha que se despedir de sua irmã mais nova, que retornaria ao seu país de origem. O tempo concedido por Bia havia se esgotado.
Isso significava que, preparados ou não, Abraham tinha que levar sua irmã ao aeroporto agora.
"Você está falando sério sobre ir embora agora?", perguntou Abraham, sua voz carregada de pesar.
O homem estava reclinado na cama que, por vários dias, servira de leito para sua irmã. Ele observava todos os movimentos de Bia enquanto ela guardava suas roupas na mala.
"Sim, estou falando sério, Mano. Eu tenho que ir para a faculdade", respondeu Bia, suas mãos se movendo rapidamente.
"Não quer ficar mais um dia? Ou uma semana?", perguntou Abraham, fazendo com que Bia balançasse a cabeça em negativa.
"Se eu ficar aqui por mais tempo, vou atrapalhar os pombinhos, não é?", provocou Bia, fazendo com que Abra erguesse os ombros, indiferente.
"Não sei. Ainda não quero te levar para casa", disse Abra, levando Bia a respirar fundo.
Era assim o relacionamento entre irmão e irmã. Eles frequentemente discordavam um do outro, frequentemente entravam em discussões. No entanto, tanto Bia quanto Abraham se amavam muito.
Ambos estavam sempre lá um para o outro.
"Mano", disse Bia, fazendo beicinho.
A linda garota, com traços faciais que lembravam os de Abraham, caminhou rapidamente em direção à cama. Então, ela abraçou Abraham com força, que estava deitado.
"Você sabe que as minhas aulas na faculdade são puxadas, né? Também preciso terminar a faculdade logo porque mamãe e papai querem que eu faça mestrado, certo?"
"Mas você não quer?"
"Quero", respondeu Bia, acenando com a cabeça. "Mamãe e papai não estão me forçando. Eles só estão me dando opções, assim como fizeram com o Bia."
"E você… ?"
"Eu escolho estudar mais", respondeu Bia, fazendo com que Abraham assentisse.
"Você precisa se dedicar aos estudos. Você será uma médica com uma profissão muito nobre", disse Abraham, visivelmente orgulhoso de Bia.
"Com certeza. Vou cuidar bem do papai, da mamãe, do Mano, dos meus irmãos gêmeos", disse Bia, sorrindo. "Então vamos, me leve para casa. Não pense que eu esqueci de ir por causa dessa conversa."
Abraham riu baixinho. Na verdade, ele estava procurando um tópico de conversa para fazer sua irmã se esquecer de sua intenção de voltar para casa. No entanto, Bia era realmente muito focada, acontecesse o que acontecesse.
"Tudo bem. Vou me arrumar primeiro", disse Abra, levantando-se da cama.
Ele não se esqueceu de dar um beijo suave na testa dela antes de sair do quarto. Abraham trocou de roupa rapidamente e, quando terminou, voltou ao quarto da irmã, carregando suas duas malas.
"Não está esquecendo nada, Bi?", perguntou Abraham à irmã mais nova.
Bia, carregando uma pequena bolsa, balançou a cabeça em negativa.
"Eu já coloquei tudo na mala desde ontem à noite. Só faltavam algumas roupas para guardar", disse Bia ao irmão.
Quando os dois estavam prestes a chegar à porta da frente, ela se abriu, interrompendo seus passos.
Aufa, que acabava de chegar da faculdade, ficou surpresa ao vê-los. Ela olhou atentamente para as malas que seu marido e sua cunhada carregavam.
"Para onde você vai, Bi?", perguntou Aufa, aproximando-se da cunhada.
"Vou para casa, Mana", respondeu Bia em voz baixa.
"Para casa? Que casa? Sua casa não é aqui?", perguntou Aufa, confusa.
Abraham, começando a ficar apreensivo, aproximou-se da irmã. Ele estava com medo de que Bia deixasse escapar a verdade ou se esquecesse do que eles estavam escondendo. No entanto, quando ele estava prestes a falar, a resposta de sua irmã o fez sorrir.
"Para o meu apartamento, Mana. Não posso ficar aqui para sempre, posso? Ainda mais atrapalhando a vida dos recém-casados?", brincou Bia, fazendo com que Aufa desviasse o olhar.
Sim, desde aquele incidente. Desde que Aufa espiou Abraham falando com uma mulher e também desde o incidente entre sua mãe, ela e Abraham, Aufa não falava com o marido.
Ela até se atreveu a cozinhar sozinha em casa, apenas com ovos, porque estava em greve de silêncio com Abraham. Ela ainda estava irritada e continuava a xingar o marido em seus pensamentos.
"Não tem problema ficar aqui também. A Mana Aufa até gosta. Pelo menos ainda tem um ser humano de bom coração nesta casa", alfinetou Aufa, fazendo Bia rir.
Abraham apenas ficou em silêncio. Ele sabia que sua esposa estava sendo sarcástica. Sem dizer uma palavra, ele continuou andando, carregando as duas malas, uma em cada mão.
"Vou indo, Mana", disse Bia, segurando a mão de Aufa e beijando-a.
"O quê?!", exclamou Aufa, surpresa. "Por que…"
"Estou me despedindo. Isso se chama cumprimentar os mais velhos, Mana", explicou Bia.
Aufa ficou maravilhada novamente. Bia realmente a ensinou muitas coisas. Desde seus bons modos, educação e gentileza, até sua atitude mais madura, seu sorriso fácil e sua atenção, que eram muito maiores do que as de seu marido.
"Vá em paz, Bia", disse Bia, sorrindo.
"Não se esqueça de voltar para nos visitar. Venha ver a Mana Aufa", disse Aufa, sentindo sua falta.
Honestamente, a presença de Bia a ajudou muito. De limpar a casa a preparar ingredientes para cozinhar e até mesmo quando Abra pedia para ela limpar o chão. Bia também a ajudava.
"Ok. Eu volto depois", disse Bia e começou a sair de casa, com Aufa a seguindo.
"Tome cuidado, Bi. Até logo", disse Aufa, acenando antes que Bia subisse na motocicleta do irmão.
Abraham observava toda a interação entre sua irmã e sua esposa. Ele esboçou um pequeno sorriso até que Aufa o encarou, fazendo-o desaparecer.
"O que está olhando?!", Aufa o repreendeu com raiva.
A mulher entrou rapidamente na casa. Então, Abraham ajudou sua irmã a subir na motocicleta, cuidadosamente colocando as duas malas grandes na frente e no meio.
"Mano, por que você tem que tornar as coisas mais complicadas?", perguntou Bia quando a motocicleta começou a se afastar da casa e da oficina. "Sua vida é muito mais fácil do que isso."
"Mas serei respeitado pelo nosso sobrenome", respondeu Abraham rapidamente. "Quero ter sucesso por conta própria, Bi. Quero aprender a ser independente. Sou um homem e quero ser valorizado pelo meu próprio trabalho."
Bia assentiu. Ela passou os braços em volta da cintura de Abraham e segurou a barra de sua camisa porque havia uma mala entre eles.
Logo, Abraham parou a motocicleta em frente a uma casa. A chegada deles fez com que dois seguranças se aproximassem.
"Nós ajudamos o senhor, Nona", disseram os dois seguranças, pegando as malas.
"O carro já está ligado?", perguntou Abraham educadamente.
"Sim, senhor."
Abraham e Bia trocaram de veículo. Eles entraram no carro e partiram para o aeroporto no veículo de quatro rodas.
"Mano, não se esqueça de ligar para a mamãe. Ela fica doente com frequência porque está preocupada com você", disse Bia quando eles chegaram ao seu destino final.
Eles já estavam no aeroporto e Bia realmente precisava entrar porque o anúncio sobre a partida de seu voo já havia sido feito.
"Sim. Vou ligar para a mamãe mais tarde", respondeu Abra obedientemente.
Bia assentiu. Ela abriu os braços e abraçou seu irmão.
"Se cuida aqui, Mano. Não desapareça de novo. Não se esqueça de me avisar. Se precisar de alguma coisa, é só me ligar, ok?"
"Claro, minha linda irmãzinha. Você também, se dedique aos estudos", disse Abraham, fazendo com que Bia fizesse uma continência.
"Você também, se esforce pela Mana Aufa. Rezo para que seu casamento seja cada vez melhor e dure para sempre."
~Continua
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Atualizado até capítulo 131
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