A hora avançada indicava que a oficina estava cada vez mais movimentada. A oficina de Abraham, conhecida pela simpatia, pelo excelente serviço e pelos mecânicos profissionais, fazia com que todos os clientes gostassem de consertar ou fazer a manutenção de seus veículos ali.
Carros e motos faziam fila, esperando sua vez de serem verificados. Algumas pessoas andavam de um lado para o outro, indicando a agitação do local.
Inclusive um homem de rosto bonito, corpo musculoso e camiseta simples estava sob um carro. Suas mãos ágeis consertavam o carro de sua melhor cliente, que sempre queria que ele próprio cuidasse de seu veículo.
"Sr. Abra", chamou alguém, curvando-se sob o carro.
"Hm?", respondeu Abraham, empurrando-se para fora de debaixo do carro.
"Aquilo!", disse um funcionário, nervoso.
"O que foi?"
"Emmm..."
"Preciso ir para a faculdade!", disse uma mulher que chegou e imediatamente se posicionou no lugar do funcionário.
Abraham mudou sua expressão. Ele se sentou lentamente e então se levantou diante da mulher, que estava vestida com roupas elegantes e exalava um perfume agradável.
"Quero dinheiro", disse Aufa, estendendo a mão.
"E suas tarefas?", perguntou Abraham com uma expressão neutra.
"Já terminei, Sr. Abraham. Limpei tudo", respondeu Aufa, com o rosto tentando conter a raiva.
"Espere aqui", disse Abraham, fazendo com que Aufa revirasse os olhos.
"Não demore. Está quente aqui!", reclamou Aufa, sem prestar atenção ao ambiente ao redor.
Abraham apenas balançou a cabeça. Ele entrou rapidamente na casa.
"Irmão Aufa limpou tudo, irmão", comentou uma mulher que estava olhando para a tela do laptop na sala de estar.
"Você viu, Bia?"
Bia olhou para cima. Ela se levantou e passou por Abraham em direção à cozinha.
"Sim. Vi a irmã Aufa limpando a mesa e as coisas, irmão", disse Bia enquanto servia água em um copo. "Beba!"
Abraham pegou o copo de água. Ele estava realmente com sede e, atenciosamente, sua irmã mais nova havia lhe trazido água.
"Vou pegar o dinheiro primeiro", disse Abraham, devolvendo o copo vazio para a irmã. "Obrigado, querida."
Bia assentiu. Abraham entrou no quarto, pegou o dinheiro e saiu rapidamente de casa, aproximando-se de sua esposa, que parecia estar com calor.
"Que demora!", exclamou Aufa, secando a testa molhada de suor.
"Se você continuar com raiva, não vou te dar esse dinheiro", ameaçou Abraham, fazendo com que Aufa arregalasse os olhos.
"Que absurdo! Anda logo. Estou atrasada", disse Aufa, em um tom mais baixo.
Abraham entregou o dinheiro, que foi imediatamente pego por Aufa. A mulher contou o dinheiro e franziu a testa.
"Quinhentos mil?", perguntou Aufa, olhando para Abraham.
"Sim", respondeu Abraham com firmeza. "E é para a semana toda."
"O quê!", exclamou Aufa, surpresa. "Quinhentos mil para a semana toda? Que dinheiro é esse?"
Aufa parecia irritada. Seu rosto estava vermelho e seus olhos estavam arregalados de descrença.
"Meu pai me dá um milhão por dia, e isso sem contar a mesada, cosméticos e tudo mais. E você tem a coragem de me dar quinhentos mil para a semana toda? Você quer me matar?"
"Quinhentos mil é muito, Aufa. Você precisa aprender a economizar", disse Abraham calmamente.
"Economizar, tudo bem, mas não assim. Quero mais!", disse Aufa, devolvendo o dinheiro.
"Não tem mais!"
"Aufa!"
"O que foi? Você vai me ameaçar com meu pai? Vai reclamar?", disse Aufa com raiva.
Ela caminhou em direção a Abraham. Levantou a mão e apontou para o rosto de Abraham com uma expressão furiosa.
"Se você não pode sustentar uma mulher, me devolva para o meu pai! Também não quero viver na miséria como você!", exclamou Aufa. Em seguida, ela saiu, pegando o dinheiro de quinhentos mil de Abraham e caminhando rapidamente.
Abraham respirou fundo. Ele realmente não esperava que a atitude de sua esposa fosse muito pior do que ele imaginava. Aufa estava realmente muito mimada, o que a tornava uma mulher teimosa e infantil.
"Sr. Abra", chamou uma mulher de meia-idade.
"Sim, senhora", respondeu Abraham, aproximando-se.
"Quem era aquela mulher, Sr.? Sua esposa, Sr. Abra?"
Abraham sorriu gentilmente.
"Sim, senhora. Aquela é minha esposa", respondeu Abraham, assinalando.
"Quando o Sr. Abra se casou?"
"Não me diga que o Sr. Abra fechou a oficina ontem por causa disso?", comentou outra cliente sentada ao lado da mulher de meia-idade.
"Sim, senhora. Isso mesmo", disse Abraham, assentindo.
"Mas por que a esposa do Sr. Abra é tão rude? Ela nem se importa em estar na frente de outras pessoas", criticou outra cliente.
Abraham sorriu. "Me desculpem por minha esposa, senhoras. Ela ainda não está acostumada com isso aqui."
Abraham realmente se explicou bem. Ele nem sequer culpou sua esposa. Talvez fosse Abraham quem estivesse suportando todos os comentários sobre o comportamento de sua esposa vindos de seus clientes.
"Tudo bem. Vou deixá-lo trabalhar agora. Para que o carro fique pronto logo."
...****************...
"O que você está fazendo aqui, vindo da oficina, Fa?", perguntou uma mulher que estava dirigindo. "Seu carro quebrou?"
Aufa parecia estar jogando o cabelo para trás. Ela ligou o ar condicionado do carro em uma temperatura mais fria porque estava com calor.
"Meu carro quebrou. Foi por isso que fui lá", respondeu Aufa rispidamente.
"Por que você está assim? Ainda está cedo e você já está de mau humor?"
"Muito mau humor!", exclamou Aufa, pegando o celular na bolsa. "Estou com vontade de matar aula."
"Você está louca, Fa. É aula com o professor carrasco!", disse sua amiga, balançando a cabeça.
"Que se dane", disse Aufa com uma expressão de tédio. "Se você não quer matar aula, me deixe no café perto do shopping, Mel."
"Você está louca!", disse Mela, arregalando os olhos. "Não me meta em encrenca!"
"Me deixe lá! Eu combinei com a minha mãe", disse Aufa com raiva.
Mela estalou a língua. Sua amiga e companheira era realmente uma mulher teimosa. Querendo ou não, Mela começou a virar o volante em direção ao café que Aufa queria.
"É melhor entrarmos, Fa", persuadiu Mela, ainda não desistindo.
"Estou cansada, Mel. Estou de mau humor. Se eu entrar, vai ser inútil. Vou acabar fugindo para a cantina", disse Aufa, guardando o celular na bolsa.
"Mas e suas notas? Você já faltou muito às aulas", disse Mela, lembrando sua amiga de seus erros.
"Isso é fácil de resolver. Meu pai vai cuidar de tudo!", exclamou Aufa, saindo do carro e fechando a porta.
"Fa", chamou Mela, ainda tentando.
Aufa inclinou a cabeça para dentro do carro pela janela. Ela mostrou o polegar e então beliscou a bochecha de sua amiga suavemente.
"Escreva um bilhete para mim. Me dê uma folga dessa vez, minha querida Mela", disse Aufa antes de sair e acenar para sua amiga.
A mulher foi embora. Ela olhou para a direita e para a esquerda e então entrou no café onde havia combinado de se encontrar com sua mãe.
"Sem papai. Ainda tenho minha mãe do meu lado!"
~Continua
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Atualizado até capítulo 131
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