ANGELA MARTÍNEZ...
O seu olhar cai sobre mim como chuva ácida, me queimando por todos os lugares por onde percorrem.
Hugo: Quem!?
Angela: Pedro Belline. O dono do restaurante onde eu trabalho.
Hugo: Por que não me disse antes?
Angela: Pensei que você já soubesse.
Hugo: Não importa (ele abre a porta e grita pelo Juan, que aparece rapidamente) Chame o Belline aqui.
O Juan sai e o Hugo se senta na sua cadeira, estou sentada de frente para ele e não sei pra onde olhar, então baixo a minha cabeça e fico olhando para as minhas mãos que estão no colo. Poucos minutos depois a porta se abre e vejo o meu pai e o Juan entrarem por ela. Não consigo segurar as lágrimas e choro ao vê-lo, olho para o Hugo em busca de permissão e ele assente, então me levanto e abraço o meu pai com força, e choro ainda mais em seu peito.
Pai: Oh minha filha, que susto você me deu.
Angela: Scusa papà, scusa. {desculpa papai, desculpa}
Pai: Está tudo bem, não precisa se desculpar.
Escuto o Hugo forçar uma tosse, então me afasto um pouco do meu pai e olho pra ele, que levanta uma sobrancelha.
Hugo: Por que nunca soubemos que você tinha uma filha, senhor Belline? Sabe que isso é visto como traição, não sabe?
Pai: Perdão Don, eu havia solicitado uma reunião com o restante de nós para avisar, pois, fiquei sabendo ter uma filha há poucos meses, ela não sabia que eu era o seu pai, por isso não informei nada a nenhum de vocês, tenho todas as provas que complementam a minha palavra.
Angela: Per favore, amore mio, não culpe o meu pai e nem faça nada com ele. (olho pra ele que está com os olhos arregalados ao ouvir chama-lo "amore mio")
Hugo: Conversamos depois ferinha. Já que o senhor é o pai da minha noiva, nos dê a sua bênção. Viemos aqui hoje para assinar os papéis do casamento.
Pai: Não precisa da minha bênção, Don. Posso falar alguns minutos a sós com a minha filha? Faz alguns dias que não a vejo, pois, estava viajando com a minha esposa.
Hugo: Estarei esperando no corredor. (vejo ele sair acompanhado do Juan)
Pai: Oh filha, perdão por não estar aqui para impedir tudo isso.
Angela: Não, pai, a Marcela precisava do senhor. E ele pegou a Bela, então preciso me casar com ele... é a única forma de ter a minha irmã de volta.
Pai: Ele fez alguma coisa com você? Te machucou? Eu posso não ter tanto poder dentro dessa máfia, mas ainda sou o seu pai.
Angela: Não... Só ameaçou vender a Bela se eu não me casasse com ele.
Pai: Eu vou tentar dar um jeito nisso, eu prometo.
Angela: Não tem como dar um jeito papà. Essa é a única forma de ter a minha pequena de volta.
Pai: Está bem.
Hugo: Vamos?
Angela: Vamos... (o Hugo vem até mim e passa um lenço em baixo dos meus olhos, faz carinho na minha bochecha e da um beijo na minha testa, pega na minha mão e seguimos de volta à sala onde todos os outros conselheiros estavam)
Hugo: Boa tarde a todos, solicitei essa reunião hoje para selar a minha União com Angela Martínez, ela a partir de hoje é senhora dessa máfia, todos vocês deverão respeita-la da mesma forma que sempre me respeitaram, e protege-la como me protegem. (um homem aparece com uns papéis e uma caneta e coloca na mesa diante de nós dois) Assine aqui Angela (eu assino e em seguida ele assina também).
Não esperamos que ninguém responda nada e saímos da sala, o meu pai veio logo atrás de nós e nos deu os parabéns pela União, em seguida todos eles vieram e também nos parabenizam, alguns felizes, outros com raiva. Entramos no carro e saímos do local, o Hugo continua calado, então prefiro continuar calada também, até o momento que ele puxa assunto.
Hugo: Não sabia que o Pedro tinha uma filha fora do casamento.
Angela: A minha mãe engravidou antes dele se casar com a Marcela, na época eles namoravam, mas meu pai já estava prometido a Marcela como forma de aumentar o poder entre famílias.
Hugo: O meu pai e o seu eram amigos. Me lembro de ouvir o meu falar com ele algo relacionado a encontrar a mulher que ele amava e a filha, só não sabia que a mulher era sua mãe e muito menos que a filha era você. (escuto tudo que o Hugo está dizendo e relaciono com as palavras que o meu pai me disse dias atrás, e com cuidado decido revelar um pouquinho da minha história)
Angela: A minha mãe era italiana, foi embora para o Brasil quando descobriu que estava grávida de mim. Ela me contava que no início foi difícil morar sozinha em um país que não conhecia ninguém, mas depois de dois anos morando no Rio, conheceu um rapaz, ele era carinhoso com ela, mas ela amava tanto o meu pai que nunca percebeu as segundas, terceiras, quartas, quintas e sei lá quantas intenções que ele tinha com ela. Quando eu tinha 13 anos esse cara tentou abusar de mim, mas eu consegui fugir. Ele não gostou nem um pouco quando eu contei a minha mãe, e colocou muita coisa na cabeça dela, uns meses depois ele abusou dela, foi quando resolvemos voltar pra Itália. Quando ela descobriu a gravidez, descobriu também um tumor nos ovários, a gestação era de muito risco, a Isabela nasceu com pouco mais de 6 meses, por que o tumor estava comprometendo tudo, já tinha tomado conta da bexiga, dos rins, e nem mesmo um tratamento adequado iria salvar as duas, minha mãe escolheu a cesária prematura, mas não resistiu, ela faleceu na mesa de cirurgia, a Isabela ainda estava dentro dela quando isso aconteceu, os médicos ficaram com medo de perder as duas, mas no fim conseguiram salvar minha irmã. Muitas pessoas perguntaram porque eu não odeio a minha irmã, se por conta da Cesária a minha mãe morreu, eu sempre respondi que a minha irmã nunca teve culpa, que eu fui privilegiada em no momento que perder a minha mãe, ganhar uma irmã. Pois teria sido pior se eu tivesse perdido as duas. Nós fomos levadas para um lar de adoção, mas eu sempre fiz de tudo pra não ser adotada, porque eu me separaria da minha irmã, e aquela altura não iriam querer adotar uma adolescente e uma recém nascida. Então quando fiz dezoito anos, eu arrumei um emprego e adotei minha irmã como minha filha, hoje eu faço de tudo para ser para a Bela, a mãe que eu tive, pra ser o espelho da nossa mãe. Então Hugo, se eu hoje aceitei me casar com você não é por que tenho medo de você, mas sim por que eu não quero que a minha filha perda a mãe da mesma forma que eu. Quero enfrentar os problemas de cabeça erguida pra ver um sorriso no rosto da minha irmã, da mesma forma que a minha mãe sempre fez.
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Atualizado até capítulo 71
Comments
Alessandra Garcia não vi essa cena.
cara depois dessa ela no mínimo deveria sentir muita vergonha. e nunca maia ameaça ela usando a irmã
2023-01-08
179
Ana Lúcia De Oliveira
Linda história dela, desde menina foi forte para estar ao lado da irmã. Amadurece rápido, ele se comportou muito mal, mas ele gosta dela, melhor assim, pois não irá maltrata-la
2025-03-19
1
Cleunice Luzia Dos Santos
vixe que mulher forte
2025-03-26
1