Capítulo 9, Você não manda em mim, babaca...

A minha cabeça dói, a minha boca está seca, e o meu coração acelerado. Mas por algum motivo o lugar onde estou deitada, é macio, estou coberta por algo quente, mas confortável. Tento me levantar e percebo que não estou mais com as minhas roupas, e o lugar onde estou é um quarto enorme, todo branco e bege, a cama onde estou deitada é King Size, olho ao redor e o quarto é realmente lindo. Levanto devagar e procuro o banheiro, quando encontro, percebo ser maior que o meu quarto. Faço as minhas higiene e volto para o quarto, tento abrir a porta, mas está trancada.

Angela: Socorro, alguém me tira daqui. (bato na porta, mas não ouço nada) Onde será que eu estou, meu Deus...

Volto para a cama e me deito novamente, fico apenas parada esperando aparecer alguém. Não sei que horas são, penso na minha irmã, em como o Miguel deve estar preocupado. Me levanto e vou novamente tentar abrir a porta, mas assim que chego perto e tento bater, ela se abre, com o susto acabo caindo no chão, olho para cima e veio a imagem da última pessoa que eu queria ver nesse momento.

Angela: O que VOCÊ está fazendo aqui?

Hugo: Eu estou na minha casa, então é mais que óbvio que eu esteja aqui, não acha?

Angela: E, porque eu estou aqui? O que você quer comigo?

Hugo: Vista outra roupa, o café está na mesa.

Angela: Você não manda em mim.

Hugo: Não testa a minha paciência, garota. Faz logo o que eu estou mandando antes que eu lhe jogue naquele chuveiro.

Angela: E, porque eu iria lhe obedecer?

Hugo: Por que é isso que boas esposas fazem, obedecem aos seus maridos.

Angela: Não sou sua esposa. Me deixa sair logo daqui.

Hugo: Não, mas vai ser daqui a uma semana, então trate de me obedecer e vestir logo a porra de outra roupa e descer para comer. (ele fala gritando)

Olho para ele e a sua expressão é de puro autoritarismo, os olhos da cor do mar estão profundos como o oceano Pacífico, a sua mandíbula está travada, e os seus músculos que até então eu não havia notado, estão rígidos sob a camisa fina, tento não descer o olhar mais para baixo, mas é praticamente impossível, sei que ele está observando cada movimento meu, inclusive o percurso que estou fazendo com o olhar. Mas o que não sai da minha mente, é: Se ele foi capaz de me prender aqui e estar praticamente me forçando a casar com ele, o que terá feito com a minha irmã?, antes mesmo de raciocinar pergunto sem exitar

Angela: O que você fez com a Isabela? O que fez com a minha pequena? (vejo o seu rosto se retorcer)

Hugo: Ela está segura, e contando que você colabore, continuará. Mas se não me obedecer ou não fizer o que estou mandando, vou vender ela no tráfico de órgãos.

Angela: Você não pode fazer isso comigo. Eu não te fiz nada!

Hugo: Eu posso fazer o que eu quiser com você, sou dono da cidade inteira, mando em tudo e todos.

Angela: Você vai se arrepender de mexer comigo.

Hugo: Já terminou a ceninha? Agora faz o que eu mandei, não tenho o dia todo.

Levanto com muita raiva e vou tomar um banho rápido, coloco um vestido florido soltinho, e volto para o quarto, ele ainda estava lá, sentado na poltrona que tinha perto da penteadeira. Paro um pouco longe dele e ele fica me encarando, analisando cada pedaço de pele que tenho exposto.

Angela: Vai ficar me olhando desse jeito até quando? Não íamos tomar café?

Ele não fala nada, apenas puxa a minha mão. Saímos do quarto e descemos as escadas, tudo é muito lindo, quando chegamos ao andar de baixo fomos para a mesa de jantar, onde havia um banquete esperando para ser devorado.

Hugo: Sente! (Obedeço um pouco relutante, e vejo ele montar o meu prato)

Angela: Eu sei colocar a minha própria comida.

Hugo: Será que da pra usar essa boca pra comer ao invés de ficar me respondendo a cada minuto?

Angela: Eu poderia fazer isso se você não fosse um babaca.

Hugo: Pode testar os meus limites, quando eu pegar você, quero ver usar essa boca pra me responder dessa forma. (ele levanta da mesa e se aproxima de mim, querendo dar um beijo na minha testa)

Angela: O que você acha que tá fazendo?

Hugo: Preciso sair, a Lúcia vai lhe mostrar a casa. Não tente fugir, pois, não vai conseguir, tem seguranças por todo lado. Lembre do nosso acordo, você colabora comigo e eu não vendo a pirralha.

Quando ele fala dessa forma da minha pequena, eu estremeço, sinto os meus olhos arderem e apenas concordo com a cabeça. Percebo ele abrir um sorriso de canto, e a vontade que tenho é voar no pescoço dele e apertar até ouvir o estalo de que quebrou.

Hugo: Volto para o jantar.

E assim ele sai me deixando sozinha nessa mansão enorme, com medo do que ele possa fazer com a minha pequena.

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