Passo o dia trancada nessa casa, a dona Lúcia é um amor de pessoa, me mostrou toda a casa e até me deixou ajudar no almoço, mas ainda não estou me sentindo nada a vontade, estou preocupada com a minha pequena, e com tudo o que aquele homem possa fazer com ela ou comigo. Estou nesse momento, deitada na minha cama com um livro que vi na biblioteca e achei o título interessante, mas não consigo me concentrar na leitura, a minha cabeça está girando e girando.
Vou até o banheiro, quando estou voltando, escuto passos, como se alguém estivesse entrando no cômodo, logo escuto uma voz e sei quem acabou de invadir a minha privacidade.
Hugo: Angela, onde você está?
Angela: Para meu desgosto, continuo aqui. Para sua alegria, presa e entediada.
Hugo: Não começa, per favore. Vim te chamar para jantar, já está tudo na mesa.
Angela: Não estou com fome.
Hugo: Como não? A Lúcia me disse que você está trancada no quarto desde cedo.
Angela: Não consigo comer quando estou muito ansiosa ou preocupada, e nesse momento estou a ponto de ter um ataque de nervos, e se isso acontecer a culpa é totalmente sua.
Olho para sua expressão e não consigo decifrar seu olhar, pois juro que por um momento vi sua sobrancelha formar uma pequena ruga, mas foi dissipada muito rápido.
Hugo: O que você quer que eu faça pra não ter um ataque de nervos? Quer algum calmante?
Ele está zombando de mim? A única coisa que me deixaria melhor nesse momento seria ter a minha pequena nos braços, falar com o meu pai, ou a minha avó, não posso deixar de pensar no Miguel, ele também é muito importante pra mim e estou preocupada com como ele está encarando o meu sumiço. Será que o meu pai já sabe?
Hugo: Angela, não me respondeu... Você quer que eu chame um médico pra te passar um remédio para os nervos?
Angela: Eu só queria ver a minha pequena... Poder dar notícias a minha família (sinto as lágrimas se acumularem nos meus olhos, e a ardência começar a queimar, acelerando o processo das lágrimas) sei que devem estar preocupados comigo, não sabem nada de mim desde que fui trabalhar ontem... A Bela deve estar apavorada sem mim.
Não consigo mais segurar minhas lágrimas, choro compulsivamente, está doendo toda essa distância das pessoas que amo, da minha princesinha, do meu irmão de coração, do meu pai que nem pude conhecer direito, da minha vó que nem sequer pude abraçar o suficiente, sinto falta da minha liberdade, sinto falta da minha mãe e de todos os momentos que não pudemos aproveitar o suficiente, sinto falta do Brasil e dos amigos que deixei lá, sinto falta do que eu era antes de ser forçada a morar com um homem que não amo.
Sinto ele se aproximar de mim e me puxar contra si, ele me envolve com seus os braços e me aperta com carinho, me consolando, sinto uma das suas mãos alisar a minha cintura e com a outra, os seus dedos pentearem os fios de cabelos que estão caídos pelas minhas costas. Estamos encaixados em um abraço tão perfeito que por um momento esqueço que ele é o causador de todo esse sofrimento; se ele não tivesse aparecido na minha vida eu teria continuado feliz com a minha família, estaria nesse momento trabalhando no restaurante, com a certeza de que quando chegasse em casa encontraria a minha pequena dormindo. Me afasto abruptamente e percebo a confusão em seus olhos, antes que ele pudesse reagir eu dou um tapa em seu lado esquerdo do rosto e corro para o banheiro.
Angela: Sua idiota, porque deixou ele te abraçar dessa forma?
Escuto a porta do quarto bater e solto o ar que estava prendendo, mas não demora muito e ouço a porta ser aberta novamente e logo após isso ele bate devagar na do banheiro.
Hugo: Querida, abre a porta por favor, tem alguém que quer falar com você...
Angela: Quem?!
Hugo: A Bela...
Quando ele diz isso abro a porta rápido e pergunto por ela, ele me estende o celular e me olha com cautela, sussurrando baixinho:
Hugo: Finja estar alegre!
Isabela: Mamãe?
Angela: Oi meu amor. Como o meu bebê está?
Isabela: Com saudade, mas a vovó é muito legal, ela me deu chocolate, e brincou comigo a tarde toda.
Angela: Sua vovó?
Isabela: Sim, a mamma do papai.
Cubro o celular com a mão e olho pra ele incrédula e sem entender, pergunto.
Angela: Papai?
Isabela: Mamãe?
Angela: Oi filha.
Isabela: A senhora ainda tá com muita saudade do papai? Quero ir pra aí também, quero ficar com vocês dois.
Angela: O seu papai vai te trazer pra cá, meu amor... mas a mamãe estava com muita saudade dele, você me entende?
Isabela: Tá bom mamãe, e o vovô? Quando vou ver ele de novo?
Angela: Em breve, meu amor... eu prometo.cŕl
Isabela: Tá bom, acabe logo a saudade do papai mamãe, quero ficar com vocês.
Angela : Eu vou, filha.
O Hugo toma o celular das minhas mãos e fala alguma coisa com minha filha, em seguida vira pra mim.
Hugo: Espero que agora você entenda que eu não vou te fazer mal, quero o seu bem. Mas se não fizer o que eu estou mandando, então sim, irei fazer da sua vida um inferno.
Não consigo entender o que fiz pra esse homem me tratar desse jeito, mas se pra voltar a ver minha irmã, preciso ser forte e aceitar o que ele está me propondo.
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Atualizado até capítulo 71
Comments
Cristina Santos
Esse Hugo é um ogro kkk
Mas ele vai ter uma grande surpresa qdo descobrir que ela é filha de um membro da máfia.
2023-01-28
113
Sueli Silva
Juan avisou que ele ia ficar se arrastando aos pés da Angela qdo soube que morava com o Miguel já estava todo ciumento Autora vc é demais e a cada porcaria que o Hugo faz eu me divirto kkkkkkkkk
2023-04-01
1
Ana Lúcia De Oliveira
totalmente maluco
2025-03-19
1