Capítulo 4, Ajudante intrigante...

Isabela Martínez (irmã da Ângela)

Sr. Pedro Bellini

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Ainda estou tentando assimilar tudo que acabei de descobrir, vivi todos os meus dezenove anos de vida imaginando quem seria o meu pai, pensando em todas as possibilidades ruins sobre como ele seria, e agora acabo de descobrir que se trata do meu chefe, do homem que me acolheu e me trata como a sua verdadeira filha, mesmo sem saber a verdade... Ou será que ele já sabia? Ouço baterem na porta.

Liara: Amiga? Tá tudo bem aí?

Angela: Tá sim... Eu já vou sair.

Liara: O gerente tá lhe procurando, disse que precisa terminar a conversa que vocês estavam tendo.

Angela: Diz a ele que não estou me sentindo bem, por favor...

Liara: O que você tem, amiga? Ele tentou te machucar, é isso?

Angela: Não! Não é isso, eu só preciso pensar um pouco, é que tá acontecendo muita coisa comigo esses dias e não tô conseguindo assimilar tudo.

Liara: Sabe que pode contar comigo não é?

Angela: Eu sei, obrigada.

Escuto os seus passos se afastarem e resolvi sair da cabine, me olho no espelho e percebo que meus olhos estão um pouco vermelhos, lavo o rosto e passo um pouco de corretivo, coloco meu uniforme e sigo para o salão, pego meu bloquinho de notas e uma caneta e começo meu expediente, só espero que depois de tudo que o meu, provavelmente pai, ouviu, não vá começar achar que estou me aproveitando dele e me botar pra correr daqui.

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HUGO BERNARDI....

Meu nome é Hugo Bernardi, tenho 26 anos e assumi a máfia do meu pai assim que ele morreu, seis anos atrás, desde então, o Conselho tem a todo custo tentado me casar com todas as filhas dos conselheiros, mas não quero mulher pra chamar de esposa e querer mandar em mim, prefiro a minha solteirice, posso ficar com quem eu quiser, sem ninguém para cobrar nada de mim, bom, só a minha mãe né? Ela vive me cobrando uma nora, sou filho único, mas tenho o Juan, ele é meu melhor amigo e é como um irmão pra mim, então já tá bom demais.

Hoje preciso ir até uma das minhas empresas, na verdade, é só uma cafeteria, comprei e tenho investido nela em homenagem a minha mãe, chego e peço para alguém me levar o especial de inverno, soube que quem tem feito a maior parte das demandas é uma brasileira, então quero conhecer ela, ordeno que ela venha pessoalmente trazer o meu café, mas a infeliz se recusa a vim e ainda manda outro no lugar dela.

Hugo: Acho bom você voltar lá e mandar ela vim, pois, não estou aqui pra brincar, ou ela vem, ou meto uma bala na cabeça de todos dois.

O cara sai e depois de uns minutos a tal brasileira volta, e tenho certeza que não gostou nenhum pouco de ter sido obrigada vir até aqui, mas ela estar no dever de me servir, sou eu quem pago seu salário. Ela entrega o meu café e vai saindo, onde ela pensa que vai? Não a dispensei ainda.

Hugo: Ainda não lhe liberei da minha sala. (Olho para ela e está ficando vermelha, não sei se de vergonha ou raiva, mas até que fica bonitinha assim)

Moça: Senhor, perdão, mas é que eu estou bastante atarefada e não posso demorar muito, os clientes não gostam de esperar.

Hugo: Eu não estou nem aí para os clientes, outra pessoa pode fazer os cafés que pedirem, agora eu quero você aqui, e calada, pois quem manda aqui sou eu.

Percebo o desconforto dela, mas de que me importa? Se a chamei aqui, é porque quero ela aqui, dou uma leve olhada para ela e percebo que está ajeitando uns fios do seu coque, não sei o que deu em mim, mas esse simples gesto me causou um leve arrepio, seus olhos estão fixos em mim.

Moça: Perdeu alguma coisa? Não me lembro de ter sido contratada para ficar servindo de exposição para o chefe.

Agora ela passou dos limites.

Hugo: Você é muito atrevida para uma simples ajudante de cozinha, não acha? Pode ir terminar os seus pedidos, e amanhã não precisa vir mais.

Não sei se peguei muito pesado ou não, mas não gostei do seu atrevimento, todas as mulheres se jogam aos meus pés e fazem de tudo para ficar o máximo de tempo possível perto de mim, até brigam umas com as outras para que eu olhe para elas, e essa simples ajudante de cozinha me responde dessa forma.

Saio da cafeteria e vou para a empresa de tecnologia, estamos começando investir em aparelhos mais capacitados, fazendo testes de novas ferramentas em aparelhos já em uso, adaptando novas ideias e expandindo o nosso negócio para mais 6 países, claro, toda essa tecnologia está sendo aplicada no nosso armamento, equipamentos de tortura, de investigação, tudo para que avancemos ainda mais no nosso mundo, em seis anos de liderança já consegui fechar contratos e fazer alianças que o meu pai passou toda a vida tentando, e já abati tantos inimigos que as minhas mãos são totalmente banhadas de sangue, e nenhuma água no mundo será suficiente para limpa-las.

Vou direto pra a minha sala, Leila, a minha secretária entra segundos depois de mim e já começa se jogar para mim.

Leila: Bom dia chefinho.

Hugo: Hoje não Leila, só faça o seu trabalho quieta no seu canto e me deixe em paz.

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